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Motocross das Nações 2018! RedBuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuud!!!
Publicado em: 12/10/2018
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França conquista quinto título consecutivo em prova cheia de surpresas nos Estados Unidos
Redação MotoX.com.br: Por Edu Erbs - Fotos: Ray Archer / JGRMX

Tantas coisas aconteceram neste final de semana e tantas coisas que merecem destaque que fica difícil decidir a prioridade dos assuntos. A derrota americana, a surpresa francesa, a classificação brasileira, o domínio holandês e o carisma porto-riquenho foram com certeza os grandes destaques do evento.


Motocross das Nações 2018 RedBud

+ Jorge Balbi comenta o resultado brasileiro no Motocross das Nações 2018
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+ Os vencedores e os perdedores do Motocross das Nações 2018

Essa foi a primeira vez que fui a RedBud, e que pude realmente me dar conta do quão arenosa a pista realmente é. Um conhecido me falou que há algumas décadas, o lugar onde a pista fica situada era literalmente um lago, e que a areia foi trazida para que a pista continuasse consistente durante as épocas mais chuvosas e depois que a neve derretesse. Realmente faz um pouco de sentido já que os arredores do traçado são cobertos por grama e terra - e até mesmo mangues. Com as chuvas que caíram durante a noite transformaram os pits em um lamaçal.

A Youthstream exigiu que a largada fosse alterada para que o SkyBox pudesse ser posto logo depois da reta inicial, além de outras pequenas alterações na pista, como uma lomba a frente do LaRocco's Leap dificultando que os pilotos fizessem o salto, visando a segurança da prova já que as 250s normalmente têm dificuldade de completar o obstáculo. Entretanto essa lomba não foi suficiente para parar pilotos como Jeffrey Herlings e Gaultier Paulin que não tiveram muitas dificuldades de pairar suas motos de fábrica sobre o salto.


Motocross das Nações 2018 RedBud


 
Os comentários foram bastante unânimes que a pista se desenvolveu de uma forma bem diferente da que sediu o AMA Nationals no início de julho, porém o dono do local indicou que, a não ser na largada e em dois outros pequenos pontos, não houve adição de areia ou mesmo nenhum tipo de tratamento especial para o evento, entretanto a forte precipitação e dois dias de prova ajudaram para que o time da casa tivesse menos vantagem correndo no país do que o esperado.

Além disso, eu ressaltaria que fiquei um pouco desapontado com a organização do evento, pois a ameaça de chuva já vinha há mais de dez dias, o que ocasionou um caos nos pits e principalmente no estacionamento com carros atolados por todos os lados, fazendo com que improvisassem um estacionamente remoto a 10 quilômetros da pista. Realmente era difícil transitar para qualquer lado sem botas de borracha, pois a lama cobriu a maioria dos lugares por onde os espectadores passavam. Em um evento como esse era esperado pelo menos a adição de brita nos pits e no setor de conveniências.

Antes de me aprofundar nos times, quero apontar que, por algum motivo "sobrenatural", algumas das coisas que acontecem são muito difíceis de explicar... como por exemplo, a vitória dupla de Max Anstie no ano passado, Jason Anderson servindo de pista de aterrisagem para um piloto japonês em 2016, a corrente de Shaun Simpson quebrando na última volta na Letônia em 2014... e, ao meu ver, a bruxa estava solta por aqui também. Várias coisas me chamaram a atenção e vou detalhar um pouco mais abaixo.

Vídeo:



USA (Eli Tomac, Aaron Plessinger e Justin Barcia)

Muitas e muitas pessoas estão tentando explicar o que aconteceu com o time da casa. Alguns dizem que foi a chuva que deu extrema vantagem para os europeus, outros dizem que é hora de (Roger) DeCoster deixar o cargo, Ricky Johnson comentou sobre a falta de vontade e o medo dos pilotos de se machucarem logo antes da pré-temporada, mas na minha opinião, simplesmente os americanos tiveram uma performance muitíssimo abaixo do esperado. Se me dissessem antes da prova que os americanos não ganhariam, eu poderia acreditar e até concordar, porém se me dissessem que os americanos terminariam o dia na sexta posição ou até mesmo fora do pódio, eu diria que isso seria uma loucura.


Aaron Plessinger


No sábado, todo o time parecia estar parelho com os Europeus, apesar de uma grande queda de Aaron Plessinger e dos problemas elétricos que impediram Tomac de terminar a prova e renderam somente a nona posição para a escolha do gate de largada no domingo. Como uma coisa leva a outra, talvez o principal problema para os americanos foram as largadas, que se me recordo corretamente foram sempre fora dos top 10. Apesar de indiscutivelmente Tomac e Barcia não estarem a par dos Holandeses, eu diria que a maior diferença no resultado final foi causado pela má performance de Aaron Plessinger. Se compararmos, Plessinger acabou suas duas baterias somente na 18ª e 16ª posições, respectivamente. Para vocês entenderem, os dois paises que lideravam a prova após as duas primeiras baterias eram a Espanha e a Austrália, com Jorge Prado tendo uma perfomance fenomenal com dois terceiros lugares e Hunter Lawrence fechando o seu dia com a oitava e segunda posições. Com isso, é facil de sumarizar a importância de ter um piloto competitivo na MX2, que pode fazer a diferença no fim do dia.

Vídeo:



Para finalizar, há fatos que não podem ser totalmente ignorados como: os americanos focam a maior parte do ano no Supercross; talvez as condições climáticas não favoreceram o time; a última prova oficial do calendário americano foi há mais de um mês. Mas, no final das contas, todos os times tiveram que competir na mesma pista, nas mesmas condições, os americanos corriam em casa, na sua zona horária, e simplesmente não atuaram como deveriam. Estou muito interessado em ver o que vai acontecer no ano que vem, quais pilotos comparecerão para representar o país na prova que terá como sede o circuito de Assen, que será 100% de areia e desta vez os holandeses correrão em casa.

Holanda (Jeffrey Herlings, Glen Coldenhoff e Calvin Vlandereen)

Os holandeses vieram ao Motocross das Nações com um pouco de controvérsia já que Vlandereen é natural da África do Sul, mas foi recentemente radicado holandês e logo foi convocado para o time depois de uma boa performance nos GPs. Entretanto os holandeses eram apontados como uma das principais ameaças ao favoritismo (até então) americano já que Jeffrey Herlings acabou de ser coroado campeão mundial, com uma série de performances impecáveis. Mas quem roubou a cena foi Glen Coldenhoff, que venceu a sua corrida classificatória no sábado e encerrou seu contrato com a Factory RedBull KTM com um par de primeiros lugares nas suas baterias de domingo, levando o prêmio de melhor piloto do dia.


Glenn Coldenhoff faz mais um Holeshot no Fim de Semana

Jeffrey Herlings não teve tanta sorte nas largadas e precisou lidar com trafego durante as provas, mas acabou vencendo uma delas e ficando atrás de seu compatriota na outra, sendo assim, os pilotos da MX1 e da Open encerraram o dia com três primeiros lugares e um segundo lugar. Como disse antes, coisas muito estranhas acontecem no Nações, pois logo na primeira bateria a CRF 250 de Calvin Vlandereen não resistiu às condições do traçado e acabou explodindo. No meu entender, enquanto empurrava a moto na beira do traçado, o piloto foi atingido por uma pedra no olho e, depois de examinado pelos médicos da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), foi impedido de alinhar no gate na segunda bateria, tirando matematicamente a Holanda de contenção pela vitória da prova. Mesmo com (efetivamente) somente dois pilotos, o país acabou a prova na terceira posição geral e com os dois pilotos vencendo individualmente as categorias Open e MX1.

França (Jordi Tixier, Gaultier Paulin e Dylan Ferrandis)


Dylan Ferrandis, Jordi Tixier e Gautier Paulin

Para mim é ainda um pouco inacreditável que os franceses levaram a taça para casa pela quinta vez consecutiva. Eu ainda posso afirmar que dentre os cinco últimos anos, essa foi a terceira vez que a Federação Francesa foi extremamente criticada pela escolha do time, principalmente depois de ter deixado Marvin (Musquin) de fora. Para complicar as coisas ainda mais, com a contusão de Romain Febvre, Jordi Tixier, que teve uma temporada horrível, assumiu a posição da equipe na Open, baixando ainda mais a chance de contenção do time francês. É verdade que Gaultier Paulin teve algumas performances excepcionais na história do evento, como a vitória em uma das baterias em St Jean d'Angely em 2011 e em duas baterias na Letônia em 2014, mas desde então as suas performances no evento não tem sido espetaculares.

Vídeo:




Entretanto, em Red Bud, Gaultier parecia um piloto renovado - bastante diferente daquele que vimos correr nos GPs deste ano - segurando Jeffrey Herlings por várias voltas e levando a França à vitória. Dylan Ferrandis também fez a sua parte, talvez não sendo tão veloz quanto Prado e Lawrence, mas fazendo o que o piloto da MX2 é designado a fazer: acabar as duas baterias entre os top 10. Já Tixier, como esperado, não teve um dia dos melhores abandonando uma das provas com problemas mecânicos, mas terminando a sua segunda bateria na 15ª posição, resultado que foi suficiente para garantir a taça.

Itália (Antonio Cairoli, Alessandro Lupino e Michele Cervellin)


Alessandro Lupino faz o holeshot na terceira e última bateria

Com cinco minutos para o final da terceira bateria, a Itália liderava a competiçao sobre a França por 1 ponto. Eu diria que, pelo menos no papel, a segunda colocação do time italiano é uma surpresa ainda maior que a vitória do time Francês. Alessandro Lupino teve o que poderia ser a melhor prova de sua carreira, e a consistência de Cervellin dá indícios de que ele poderá ser o próximo ídolo italiano depois que Tony (Cairoli) pendurar as botas. Geralmente não gosto de usar a palavra "SE" quando falo de motocross, mas se pararmos para pensar, SE Cairoli não deixa a traseira escapar na primeira bateria ou ainda SE Cairoli não tivesse problemas com os seus óculos na terceira bateria, seria fácil assumir que a Itália teria se sagrado campeã da competição.

MX2 (Jorge Prado, Hunter Lawrence e Ben Watson)

Depois da segunda bateria, a Espanha liderava a Austrália por 2 pontos, e estes resultados só foram possíveis devido as incríveis performances dos pilotos da MX2. Ainda não assisti a prova pela TV, mas eu espero que a cobertura tenha focado a briga entre o espanhol Jorge Prado, o australiano Hunter Lawrence e o britânico Ben Watson pela segunda posição. Quem se deu melhor foi Lawrence que corria pela primeira vez com a moto preparada pela Geico Honda aqui dos EUA, mas fica difícil não apontar que Jorge Prado foi a maior supresa da classe neste ano, liderando a metade da prova contra os pilotos da MX1 e vencendo a geral na categoria MX2.


Hunter Lawrence

Prado tem somente 17 anos e venceu seu primeiro Campeonato Mundial já no segundo ano que disputou. Eu estou bastante curioso para ver o que acontecerá se o piloto vencer a classe novamente em 2019, pois pelas regras ele teria que ser promovido à classe MXGP, o que realmente seria algo um pouco precoce para um piloto de somente 18 anos. Eu quero ver se a KTM novamente vai se impor e forcar uma mudança de regras como aconteceu com Jeffrey Herlings há alguns anos, ou ainda há possibilidade do piloto vir disputar o campeonato americano seguindo os passos de Marvin Musquin e Ken Roczen.

Porto Rico (Kevin Windham, Travis Pastrana e Ryan Sipes)

O time formado por três lendas do esporte foi um ótimo prêmio de consolação para os americanos. Ver Pastrana e Windham nas pistas novamente foi de certa forma emocionante e toda a história do final de semana, com a classificação da equipe na Final B no domingo de manhã não poderia ter sido melhor. Claramente Windham e Pastrana não estavam na melhores formas, mas ninguém esperava resultado algum dos pilotos, mas sim um pouco de entretenimento pela inteiração com o público, Heel Clicker e até um Backflip feito por Pastrana na volta de reconhecimento de uma das finais. É importante lembrar que o principal motivo do time era arrecadar verba e atenção as pessoas que ainda sofrem no país pela devastação provocada pelo furacão Maria no ano passado.

Vídeos:





Outros destaques


 

Tommy Searle: Eu ponho o britânico na mesma categoria que Jordi Tixier. Tommy ficou de fora da maioria das provas do MXGP e teve um dos piores anos de sua carreira, entretanto não pareceu ter problemas para andar na frente de Eli Tomac por grande parte da primeira bateria até o motor da sua Kawasaki explodir. Os britânicos ainda seguem em segundo lugar com o maior número de vitórias do evento e este ano o time andou bem na competição, mas contou com um pouco de azar.


Alessandro Lupino comemora a medalha de prata
Alessandro Lupino: Já falei do piloto antes, mas com certeza o italiano merece destaque pois parecia estar comfortável andando entre os pilotos mais rápidos do planeta.

Max Nagl: O alemão também mostrou velocidade, principalmente na última prova do dia, terminando em 11º e oitavo, respectivamente. Max anda pela TM, que eu classificaria como um equipamento um pouco inferior aos que os outros pilotos de fábrica têm a disposição, e aparentemente contou com a ajuda de um aparato externo para ajudar a fixar a sua mão (machucada há pouco tempo) no guidão.

Ken Roczen: O capitão do time alemão também foi destaque neste final de semana, porém, na minha opinião, de forma um tanto negativa. Kenny não brilhou durante todo o final de semana e apesar de ficar em segundo na corrida classificatória, era claro que não tinha ritmo para acompanhar Cairoli. Kenny ficou atrás de seu compatriota Max Nagl na terceira bateria e fiquei sabendo que, depois de beber uns tragos no after-party, quis tomar algumas satisfações com Jeffrey Herlings (o que pouquíssima gente sabe é que essa foi a razão pela qual o holandês fez um post no seu Instagram no domingo se auto-entitulando o homem mais rápido do planeta). Confira: https://www.instagram.com/p/BorM50gBCCX/

Por último, Team Brasil (Enzo Lopes, Gustavo Pessoa e Fabio Santos)

Eu gostaria de ter um pouco de "inside" no time brasileiro, mas nesta vez confesso que assisti tudo bem de fora. Descobri pelas mídias sociais que novamente tivemos alguns problemas e insatisfações, principalmente com a CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), mas tudo isso é normal, todo ano é a mesma história e acho que, assim como em Brasília, as coisas difícilmente irão mudar. O que temos que focar é que pela primeira vez em muito tempo o Brasil escolheu o time baseado na performance dos pilotos e não na cor da motocicleta que eles correm.


Enzo Lopes


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Pela primeira vez tivemos um piloto com real apoio de fábrica com o Enzo Lopes e, depois de oito anos, nos classificamos para mais uma final aqui nos Estados Unidos. Chega a ser até interessante pois, se a minha memória está correta, classificamos três vezes nos EUA: Budds Creek 2007, Thunder Valley 2010 e Red Bud 2018. Em 2010 também pegamos o quinta escolha de gate e a classificação também veio através de uma sexta colocação de Antonio Balbi. No final das contas, só tenho que parabenizar toda a equipe e principalmente os pilotos pelo orgulho de por o nome do Brasil entre as principais forças do motocross mundial.

Vídeo:



Frase da semana:

"Only Pussies Die of Natural Causes"









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