O início da temporada de motocross é para muitos a hora de apertar o reset e agarrar a chance de recomeçar
Redação MotoX.com.br - Por Edu Erbs - Fotos: Simon Cudby / Garth Milan / ProMotocross.com


Finalmente "The Great Outdoors" chegou. Para a maioria dos pilotos e equipes, é hora de apertar o reset, sarar os ferimentos físicos e emocionais gerados durante o Monster Energy Supercross, e se agarrar à chance de recomeçar, pois, para muitos, agora é a hora de mostrar serviço e garantir a sua vaga em um time de ponta no futuro.

Hangtown, aos meus olhos, começou de uma forma bastante atípica se compararmos com outros anos. Primeiramente por causa do clima, que se dava como imprevisível, já que a maioria das fontes metereológicas acabaram se contrariando, então somente nos restou esperar e quem sabe, improvisar.


Com a ameaça de chuva, as temperaturas cairam bastante se compararmos com outros anos, quando chegaram perto dos 40 graus. Com a possivel precipitação, o pessoal do Dirt Diggers, teve que fazer uma preparação diferente da pista, gradeando-a de uma forma mais rasa e mais dura do que o normal, deixando-a muito mais rápida e menos esburacada que nas edições anteriores. Infelizmente essas mudanças não agradaram a maioria dos pilotos, pois a pista perdeu um pouco das opções de ultrapassagem, também fazendo com que os pilotos andassem mais ou menos com a mesma velocidade.

Acho que prova disso foram os resultados de Jeremy Martin por exemplo, que tem como característica não ser um grande largador, mas que cresce durante a prova, quando a pista está mais dura (no sentido de dificuldade) e técnica. Foi claro que Martin não se destacou na prova como eu pensei que iria, mas também foi visível como ele se tornou superior quando a chuva começou a cair na primeira bateria e deixou a pista bastante escorregadia. Então, a moral da história é que não podemos nos basear muito em Hangtown para prever qual será o andamento do campeonato.


Ryan Dungey agora tem NOVE (!!!) segundo lugares consecutivos no evento. Hangtown é a única pista da série que ele nunca venceu um overall, e em 2016 não foi diferente. Com certeza a margem de vitória de Ken Roczen foi bem menor que a do ano passado quando Tomac colocou um minuto em Dungey, mas, na minha opinião, a diferença entre os dois pilotos ficou por conta da intensidade no início da corrida. Analizando a prova mais tarde pela TV, Kenny ultrapassou entre oito e 10 pilotos até a metade da primeira volta, o que foi realmente inacreditável.


Já Eli Tomac nao teve a mesma performance que teve no ano passado, com dois quartos lugares que acabaram ainda lhe rendendo um pódio. Muita gente esperava uma vitória de Eli, depois do domínio em Daytona, e a sua clara ascensão no final do supercross. Sinceramente, não esperava ver o mesmo desempenho do ano passado, pois assim como aconteceu no supercross, vai levar algum tempo para Eli se acostumar com o novo chassi da sua Kawasaki. Se o piloto do Colorado se mantiver em duas rodas até o final do campeonato, com certeza vencerá baterias e provas, mas acredito que será um pouco tarde para pensar em título este ano.


Outros pilotos que merecem destaque são Cole Seely, que liderou e se manteve em terceiro em boa parte da primeira bateria para terminar em quinto. Já Blake Bagget voltou às suas raizes e terminou a primeira bateria em terceiro, depois de ultrapassar Eli Tomac nas últimas voltas para, depois disso, sofrer uma queda e quebrar a clavícula enquanto disputava posições com Trey Canard na segunda bateria. Também vale destacar Jason Anderson que acabou em terceiro na segunda bateria pra faturar um quarto no overall.

Entre os pilotos que não tiveram um dia muito positivo, com certeza James Stewart está no topo: caiu sozinho, machucando o ombro e abandonando a prova logo nas primeiras voltas e agora é duvida para a próxima etapa. 2016 também está sendo difícil para Christopher Pourcel que terminou as baterias em 17º e 15º respectivamente. Brock Tickle acabou em 15º, Justin Brayton acabou em 20º e Kyle Chisolm em 32º.

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Mudando um pouco pra lites (250), a surpresa vem por conta de Joey Savatgy, da Monster Energy Pro Circuit Kawasaki, que dominou as últimas três vezes que o gate caiu. O piloto venceu as duas baterias com tranquilidade, deixando as cobiçadas Yamahas pra trás. Cooper Webb também me impressionou, pois ainda está sofrendo com a quebra do pulso de algumas semanas atrás, mas mesmo assim acabou no pódio com um quarto e um quinto lugares. Alex Martin acabou em segundo com um espetacular oitavo e segundo lugares. Depois deles, os outros teammates da Star Yamaha completaram os top 5.


Os olhos de muita gente também estavam voltados para os estreantes Austin Forkner e Tristan Charboneau. Ninguém repetiu a vitória histórica de Eli Tomac em 2009, mas os pilotos tiveram uma pilotagem de respeito diante de pilotos muito mais experientes no circuito, terminando em oitavo e décimo respectivamente. Entretanto, como comentei antes, Hangtown estava bastante suave se compararmos com outros anos, então eu acho que este final de semana em Glen Helen, nós veremos o quão preparados ambos estão para os seus primeiros anos como profissional. 

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Glen Helen é uma das pistas mais famosas do mundo (a cronometragem e resultados das provas você pode conferir ao vivo no link: https://www.motox.com.br/livetiming/), onde o terreno desértico e arenoso é contrastado por íngremes colinas que testarão os atletas e as máquinas em seus completos potenciais. Acredito que veremos algumas mudanças nos resultados finais, pois além de demonstrar e peneirar os atletas mais em forma, acho que alguns pilotos baseados aqui na California levarão um pouco de vantagem devido ao longo periodo de testes e preparação feitos no local.


Frase da Semana
10 Things that require zero talent:
1 - Being on time
2 - Work ethic
3 - Effort
4 - Body language
5 - Energy
6 - Attitude
7 - Passion
8 - Being coachable
9 - Doing extra
10 - Being prepared