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>Colunas > Direto dos EUA - Edu Erbs

As implicações do teste positivo de James Stewart
Publicado em: 01/07/2014
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As implicações do teste positivo de James Stewart
Redação MotoX.com.br - Eduardo Erbs - Fotos: Divulgação / Matt Rice / promotocross.com / R. Archer

O Lucas Oil AMA Motocross Championship passou por uma pequena pausa de uma semana seguida por uma excelente prova em Muddy Creek, no Tennessee, com a KTM mais uma vez dominando as 450s e, nas 250s, com a Yamaha vencendo mais uma prova, porém, desta vez com Cooper Webb.


James Stewart foi o assunto do final de semana de intervalo no campeonato 

Apesar do hiato de uma semana, os tabloides da mídia especializada tiveram muito no que trabalhar em cima, principalmente com a suspensão de James Stewart aplicada pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Este fato gerou muita discussão e confusão, mas vou tentar explicar um pouco do que está acontecendo.

Em primeiro lugar, a principal questão é: como isso poderia afetar James Stewart durante o Lucas Oil AMA Motocross Championship? É importante entender que o exame foi feito durante a prova de Seattle no Monster Energy Supercross, prova supervisionada pela FIM, e a amostra da urina foi coletada pela WADA (World Anti-Doping Agency). Como o AMA Motocross é supervisionado pela AMA e não pela FIM, é usado outro órgão para o teste anti-dopping, a USADA (United States Anti-Dopping Agency). Então a principio essa suspensão provisória não tem validade no campeonato.

 
Além disso, Stewart seria somente retirado oficialmente das pistas depois de uma audiência, em que teria o direito de se defender das acusações e apresentar as provas atestando a necessidade real do medicamento, teoricamente indicado pelo seu médico e consumido pelo piloto desde 2012.

É importante ressaltar que o futuro do piloto ainda está bastante incerto, pois em Lakewood, no Colorado, James e mais 11 pilotos foram submetidos a mais um exame de urina - desta vez pela USADA -, mas os resultados ainda não foram divulgados. Também é importante lembrar que mesmo a FIM não fazendo parte do AMA Motocross, se Stewart for declarado culpado depois de sua audiência, poderá ser afastado de todos os circuitos profissionais por dois anos, o que na prática causaria o fim da sua carreira.

Ponto de vista: primeiramente é um pouco difícil de acreditar no amadorismo da entourage de James Stewart em não reportar o medicamento de antemão para os oficiais, o que poderia ter evitado todo este drama. Em segundo lugar, os termos "dopping" e "banned substance" fazem esse problema soar muito pior do que realmente é, pois a situação de Stewart não tem nada de parecido com casos como o de Lance Armstrong ou de Ben Johnson - não há rastros de esteroides ou de transfusões de sangue, somente foram encontrados traços de uma anfetamina que compõe alguns remédios, muitas vezes receitada até mesmo para crianças com algum déficit de atenção ou sintomas de hiperatividade, mais conhecido por aqui como ADHD - Attention deficit hyperactivity disorder.

 

Depois de falar com algumas pessoas sobre este tipo de medicamento, descobri que a grosso modo este tipo de substância pode auxiliar na atenção e no foco. Mas, por exemplo, caso me perguntassem se com a "ajuda" da anfetamina um piloto como Weston Peick, constantemente entre os top 10 e no momento usando o mesmo equipamento que Stewart, poderia em poucas semanas concorrer ao pódio, a minha resposta seria: absolutamente não! Até hoje não inventaram algo que substitua ou melhore o talento!

No final das contas, acredito que, depois da audiência, James Stewart levará um tapinha na mão e uma multa, mas não terá problemas em continuar a sua atuação em ambos os campeonatos - tudo isso se transformará em um drama e uma "atenção" que o nosso esporte não estava precisando.


Eli Tomac voltou em grande forma

Voltando às provas: Muddy Creek marcou o retorno de três grandes nomes ao circuito. Justin Brayton, Eli Tomac e Dean Wilson, os três acabaram entre os top 10, porém destaco que os dois terceiros lugares de Tomac realmente me impressionaram bastante e é provável o piloto entrar no mix nas próximas etapas.

Na Lites, Jeremy Martin teve mais uma prova oposta a estelar, como as que abriram o campeonato. Com más largadas e uma queda na primeira curva de uma das baterias, o piloto somente garantiu a sétima posição, enquanto o seu companheiro de equipe, Cooper Webb, venceu a sua primeira corrida como profissional, dilacerando a vantagem de Martin, agora de somente oito pontos.

Jeffrey Herlings: Com o final de semana de folga nos GPs, a Factory Red Bull KTM e o holandês Jeffrey Herlings anunciaram a renovação do contrato entre as duas partes para a temporada 2015 do FIM World Motocross Championship e, para a surpresa de muitos, Herlings competirá por mais uma temporada na MX2. As novidades não param por ai: depois de anos de espera e cobiça, foi confirmada a presença de Jeffrey Herlings no Lucas Oil AMA Motocross Championship, no dia 9 de agosto em Unadilla, e talvez em Indiana, no novo circuito do campeonato, no final de semana seguinte.


Jeffrey Herlings continua na MX2 por mais uma ano para manter a hegemonia da KTM no Mundial de Motocross

Na minha opinião, Herlings ficando na MX2 é um tanto positivo para o Mundial de Motocross, para o piloto e para a KTM. Com Tonus de malas prontas para os Estados Unidos e outros pilotos como Glenn Coldenhoff "expulsos" (pela regra dos 23 anos) para MXGP no ano que vem, a competição precisa de uma estrela como Herlings para manter o seu prestígio na classe, mesmo que o defensor do título deixe o campeonato um tanto sem graça. Além disso, a KTM tem dominado a classe desde 2008 e com a saída de Jordi Tixier do time confirmada, é importante para a equipe continuar com a domínio categoria. Para o holandês, é outra chance de quebrar alguns recordes e mais um ano para ganhar experiência para tentar superar Tony Cairoli.

Cinderela - parte 2: Depois da história de "Cinderela" de Weston Peik assumindo o principal posto da RCH Suzuki, agora foi a vez do sueco Fredrik Noren, promovido ao assento de Justin Barcia na American Honda para competir até o final da temporada. Com certeza, este pode ser o highlight de toda a carreira do piloto.


Fredrik Noren vira piloto oficial até o final do campeonato - foto: norenmx.com

O australiano Dean Ferris, contratado pra reforçar a Factory Red Bull KTM está novamente trocando de residência, e irá terminar a temporada dos GPs pela Red Bull Ice One Racing pois o seu compatriota Todd Waters e o sul-africano Tyla Rattray estão contundidos.

Dia 4 de Julho marca a declaração da independência norte-americana, o que significa que no sábado (05), o Lucas Oil AMA Motocross Championship estará hospedado em uma das pistas mais icônicas e tradicionais da temporada, Red Bud, onde há um dos maiores voos da temporada, o LaRocco Leap, com 130 pés de distância desafiando até os pilotos mais experientes do circuito.

Frase da semana

Freedom is the oxygen of the soul.
Moshe Dayan







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