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Houston chacoalhou bastante o futuro do campeonato
Publicado em: 18/01/2018
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Segunda etapa movimenta com intensidade as duas categorias do Monster Energy AMA Supercross 2018
Redação MotoX.com.br: Edu Erbs - Fotos: Simon Cudby / Jeff Brown / Divulgação


Jason Anderson

O Monster Energy Supercross completou a segunda etapa em Houston, no Texas, bastante diferente dos outros anos onde as primeira provas do campeoanto, em sua maioria, eram sediadas na Califórnia e Arizona. Eu tenho certeza que há um bom motivo por trás desta mudança, pois não faz sentido nenhum times e pilotos se deslocarem até a metade do país para uma prova, depois simplesmente voltar e completar a primeira fase do campeonato novamente na costa sudoeste.

+ Confira o artigo com a análise da prova, resultados e vídeos das corridas

A mudança do calendário vai além da parte logística, pois normalmente as provas na Califórnia são sempre em estádios de beisebol, enquanto em Houston a pista é construida em um estádio de futebol, o que normalmente altera bastante o formato do traçado. Além disso, enquanto gozamos de um inverno bastante ameno aqui na California, as temperaturas em Houston caíram bastante.


NRG Stadium em Houston, um dos maiores no campeonato

O traçado da pista também não poderia ter sido mais diferente que A1. Porém Houston, assim como Anaheim, é conhecida por um terreno bastante duro, mas a terra também foi tratada e misturada com um pouco de areia, fazendo o terreno ficar com uma textura bem mais mole do que em anos anteriores. Ainda foi construída uma grande seção de areia que geralmente é bastante popular entre os fotógrafos e o público, mas odiadas pelos pilotos. Além disso tudo, o desenho da pista foi bem mais agressivo que Anaheim, contando com seções nas quais alguns pilotos faziam quádruplos, uma grande e profunda seção de costelas, uma abundância de curvas em 180 graus e, pela primeira vez este ano, a implementação de redes - que comentei nas colunas passadas - atrás de curvas com paredões que ficam perto das arquibancadas.


Eli Tomac

Mais uma vez as contusões roubaram a cena. Logo depois dos treinos, Dean Wilson e Eli Tomac anunciaram que não iriam largar durante a noite, o que acaba com qualquer chance de campeonato para Tomac. Enquanto isso, nas corridas classificatórias era claro que Marvin Musquin não parecia o mesmo piloto rápido e preciso de Anaheim, e que mais uma vez, a profunda seção de costelas era a kriptonita do piloto, sendo ultrapassado por pilotos como Malcolm Stewart e Justin Brayton. Quando tentou pular entre as costelas como de costume, acabou virando pra frente, caindo forte e deslocando o ombro. O time buscou ajuda médica para por o ombro no lugar e acabou passando uma bandagem no local para estabilizar o membro e tentar largar na LCQ, mas de última hora o francês decidiu que não tinha condições de largar. Musquin caiu da primeira para a décima posicão no campeonato, em um piscar de olhos.

Apesar de estar confiante que poderá largar em A2, até o momento da publicação desta coluna não temos nenhuma confirmação oficial da KTM. Temos que admitir que sem Tomac e Musquin, que eram os principais favoritos ao título, o campeonato com certeza perde bastante o brilho desta temporada.

Enquanto isso, Jason Anderson pilotando a Rockstar Energy Husqvarna tomou proveito da situação executando uma pilotagem de muita precisão para vencer a sua primeira prova deste ano e assumir a liderança absoluta do campeonato. Ken Roczen veio logo atrás com uma pilotagem conservadora, porém bastante eficaz, e pela segunda prova consecutiva um renovado Justin Barcia ocupou a terceira posição do pódio.


Justin Barcia

Falando em Justin Barcia, eu tenho que dar um pouco de crédito ao piloto. Não há segredo que Barcia há muito tempo não está na minha lista de pilotos preferidos. Seus vídeos andando de 250cc sempre cortando o giro eram incríveis, mas apesar disto, o excesso de agressividade com os seus concorrentes, o drama entre a sua família e as equipes e suas más entrevistas realmente, para mim, tiravam o seu brilho.

Este ano, Justin parece um piloto renovado, abordo da Factory Yamaha e somente com seis provas no seu contrato, e um futuro ainda incerto, Barcia parece mais calculado, mais calmo e mais esperto do que em outros anos. Parece que o time da Yamaha tem um bastante a ver com isso, primeiramente pelo set up da motocicleta que aparemente é bastante diferente do da JGR, além disso eles têm trabalhado com Justin para que ele aprendesse a pilotar com uma marcha mais alta, com menos corte de giros e mais eficiente, o que claramente vem gerando resultados. Fico feliz de ver a progressão do piloto dentro e fora das pistas, já que o seu último pódio indoors antes deste ano foi em 2014.


Malcolm Stewart

Malcolm Stewart voltou às pistas este fim de semana abordo da Suzuki de Justin Boggle que ainda está contundido. Apesar que a JGR só garantiu duas provas ao piloto, é sempre bom ter pelo menos um dos irmãos Stewart, pois ambos são de certa forma carismáticos e bons para o esporte. Malcolm completou a prova na décima primeira posição.


Ken Roczen

Ken Roczen admitiu depois de Anaheim que o braço esquerdo ainda está um pouco fraco, e que ainda favorece bastante o braço direito durante as provas, fazendo com que canse um pouco mais rápido que o normal. Acho que em Houston isso foi bastante óbvio com a diferença que Anderson tirou do alemão para fazer a ultrapassagem e garantir a vitória.


Cole Seely

Cole Seely e Justin Brayton são bons amigos, ambos andam de Honda, e ambos tiveram uma boa evolução se compararmos com o final de semana passado. Seely terminou na quarta posição e Brayton na sexta. Weston Peick mais uma vez confirmou a sua boa fase com outra excelente quinta colocação.


Largada da Final 450. Reparem Cooper Webb (2) perdendo o rumo ao ser espremido por Jeremy Martin (6)

Cooper Webb caiu feio logo na largada avariando o seu manete de embreagem. O piloto da Factory Yamaha saiu da última colocação para terminar a prova em 12º. Mais uma vez, não foi a prova que ninguém esperava, mas antes de tirar conclusões precipitadas, vamos ter que esperar mais alguma provas para saber o que realmente está acontecendo com o piloto.


Aaron Plessinger, novo líder da 250 Oeste

Mudando para as 250s, como esperado o campeonato já comecou a pegar fogo. Com Shane McElrath não tendo a mesma performance da semana passada, Aaron Plessinger fez uma prova fenomenal, largando na 10º posição para levar a vitória e assumir a liderança do campeonato. Completando o pódio, vieram Joey Savatgy, da Pro Circuit Kawasaki, e o novato Chase Sexton, da Geico Honda, com uma perfomance bastante impressionante.

Quem não parecia impressionante foi mais uma vez Justin Hill. O piloto da JGR Suzuki caiu feio nas costelas durante sua qualificatória e não parecia ser o mesmo deste então, terminando a final somente na sétima posição. Com o nível de competição deste ano, eu já diria que Justin pode dar adeus a defesa do seu título.


O veloz Adam Cianciarulo sofreu duas quedas e completou em sétimo

Adam Cianciarulo foi um dos pilotos que mais me supreendeu neste fim de semana, é o piloto que eu estava apostandos as minhas fichas. Ele começou a final com um ritmo intenso e parecia que tinha tudo para levar a taça pra casa, porém a frustração tomou conta do piloto que acabou caindo três vezes na final, completando a prova ainda na sexta posição.

O brasileiro Jean Ramos continua a supreender, desta vez liderando uma boa parte da LCQ e recebendo mais atenção da televisão e dos comentaristas do que vários times de fábrica. Jean terminou a prova na 17ª colocação.

+ Vídeo: Jean Ramos mostra como foi sua segunda etapa do AMA Supercross 2018


O campeão 2017 Justin Hill e o brasileiro Jean Ramos

Para resumir, Houston chacoalhou bastante o futuro do campeonato em ambas as classes. Com a pista deteriorando, todos os pilotos (a não ser Aaron Plessinger) tiveram que segurar as rédeas e se manterem sobre duas rodas para garantirem uma boa posição. Muitos pilotos que arriscaram, como Musquin e Cianciarulo, acabaram se dando mal e tiveram resultados muito abaxio do esperado.

É importante lembrar que as coisas podem mudar ainda mais neste fim de semana em Anaheim, com a primeira das provas do novo Triple Crown, onde os pilotos classificarão durante o dia, e os 22 melhores competirão em três provas com duração diferentes, e uma pontuação de estilo olímpico decidirá quem saíra com 26 pontos, assim como é feito no Monster Energy Cup em outubro. Com provas de até somente seis minutos mais uma volta, a largada será muitíssimo importante neste fim de semana que poderá ser decisivo para o futuro do campeonato.

Vídeo:



A este ponto, Tomac, Musquin e Wilson estão sendo avaliados a cada dia, mas só saberão se competirão em Anaheim 2 no dia da prova, e mesmo se alinharem no gate, acredito que ainda levará um certo tempo até que voltem a estar 100%. Chad Reed apresenta sinais de melhora e iniciou os treinos com a moto nesta terça-feira.

Uma curiosidade deste fim de semana, foi que a AMA estava em cima dos pilotos para alinharem suas motos na parte central das novas grades de largada. O livro das regras já afirma que a moto deve estar exatamente perpendicular ao gate de largada, mas agora, sem a canaleta detrás do gate, alguns pilotos estão alinhando suas motos nas finais mais perto das extremidades das grades, afim de desviar da canaleta formada em largadas anteriores, o que, diga-se de passagem, foi uma das estratégias de Shane McElrath para conquistar dois holeshots em A1.


 

Frase da semana
"If you can’t fly then run, if you can’t run then walk, if you can’t walk then crawl, but whatever you do you have to keep moving forward".
Martin Luther King Jr








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