Observações sobre a primeira etapa do Supercross 2017
Redação MotoX.com.br - Por Edu Erbs - Fotos: Simon Cudby / Divulgação
Musquin, Roczen e Tomac disputam a primeira curva na final de Anaheim
A espera finalmente chegou ao fim. Anaheim não marca somente o início do Monster Energy AMA Supercross Championship, mas também o começo da temporada 2017 do motocross mundial. Novos pilotos em novas máquinas, vestidas com novos patrocinadores e logomarcas. Tudo é novo, limpo e brilhoso. É até um pouco difícil descrever a atmosfera no estádio.
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Circuito rápido e longo manteve as finais com as tradicionais 15 e 20 voltas
Apesar de tudo, algumas coisas se mantém a mesmas, primeiramente o fato que não podemos tirar conclusões concretas nas primeiras provas do ano e também algumas características já adotadas nos anos anteriores tal qual uma pista mais moderada que ajuda a acalmar os pilotos mais nervosos assegurando que a maioria esteja presente no próximo final de semana. Além disso, este início de ano está sendo marcada por chuvas mais frequentes que em temporadas anteriores, tanto que na quinta-feira os pilotos convidados para a coletiva de imprensa não puderam ter um gosto da pista que estava completamente cobertas por plásticos. Apesar das chuvas a pista estava totalmente seca e pronta para o evento logo no sábado pela manhã.
Anaheim também marcou a introdução de uma das grandes novidades deste ano; agora todas as provas são cronometradas e é adicionada uma volta, então nas finais as 250 correm por 15 minutos mais duas voltas, e as 450 correm por 20 minutos mais duas voltas. Entretanto, com giros de mais de um minuto de duração, os pilotos completaram respectivamentes 15 e 20 voltas (exatamente como era até o ano passado), mas a novidade com certeza fará a diferenca em estádios mais apertados em que as voltas chegam somente ao redor dos 50 segundos.
Largada de uma das Classificatórias
Algumas observações do dia:
Troy Lee Designs KTM comemora a vitoria na abertura do campeonato
Começando pela "
Lites", Shane McElrath roubou a cena, dominando a sua classificatória, largando na ponta na final e vencendo a primeira prova de sua carreira.
O até então favorito ao título, Aaron Plessinger mostrou garra e determinação com uma segunda colocação, seguido pelo veterano Martin Dávalos, que também vem voando abaixo do radar.
Austin Forkner
Por algum motivo, grande parte da mídia vem apontando Austin Forkner como um dos principais candidatos ao título. Apesar de eu ter extrema admiração pelo piloto e concordar que ele tem um lugar praticamente garantido no futuro do esporte, acho que ainda é cedo para apontar o novato como um candidato. Assim como tantos outros, Forkner vai ter que passar por um bom aprendizado antes de poder dominar, porém, acredito que com um pouco de sorte, não seja impossível que ele vença uma prova ainda este ano.
Mitch Oldenburg, companheiro de equipe de McElrath na TLD KTM, também mostrou mais maturidade e velocidade do que anos atrás. Já Jeremy Martin, vestindo a sua nova camisa na Geico Honda, conquistou somente uma sexta colocação depois de mais uma de suas más largadas, porém acredito que sua tocada se pareceu um pouco mais arrojada do que em anos anteriores.
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Alguns nomes importantes ficaram de fora da final em Anaheim 1, dentre eles Scott Champion, Tristan Chaborneua e Josh Hansen que estreou sua Munn Racing Husqvarna.
Ken Roczen
Entre as 450s, as coisas foram bem mais premeditadas, com Ken Roczen confirmando o favoritismo que começou com o seu domínio no Monster Energy Cup. Ken e o time HRC Honda estão com certeza em lua de mel, e o piloto foi extremamente impecável durante toda a noite. Se as coisas continuarem deste jeito somente um erro poderá tirá-lo de contenção deste titulo.
Completando o pódio, o dueto da Factory Red Bull KTM Ryan Dungey e Marvin Musquin, o que também era esperado, com o francês aproveitando o embalo de uma excelente pré-temporada na qual conquistou vitórias em várias provas na Europa e o Red Bull Straight Rythim.
Marvin Musquin e Ryan Dungey
Algo que eu achei extremamente hilário, foi que, pelo menos na transmissão feita pela Fox aqui nos EUA, entre os intervalos das provas, Eli Tomac e seu pai, a lenda do ciclismo John Tomac, dividiram com o público um pouco de suas técnicas de treinamento e o que acontece com os pilotos quando o seu ritimo cardíaco fica acelerado por muito tempo e a falta de oxigênio na musculatura acaba criando o popular ácido lático. E aparentemente não satisfeitos com a sessão gravada dias antes da prova, Eli decidiu mostrar ao público e aos seus oponentes em primeira mão que, aparentemente, as suas teorias não andam funcionando na prática, pois depois de 9 minutos de prova, ele começou a perder rendimento e rapidamente foi da segunda para a quinta posição, no que o mesmo descreveu como "uma explosão digna de segunda guerra mundial nos seus braços".
Eli Tomac
Já que as posições da ponta estavam definidas, infelizmente tive que focar boa parte da prova no que estava acontecendo mais atrás, então seguem algumas coisas que me chamaram a atenção:
Primeiramente "
The Blu Cru": Dean Wilson, Cooper Webb e Chad Reed. Apesar do sucesso que a Yamaha tem tido nas 250s, está na hora da fábrica investir na classe principal, já que a última vitória da marca em uma prova do AMA Supercross data da fase com James Stewart, anos atrás.
Vídeo
Reed (literalmente) brigou com Weston Peick pela oitava posição durante toda a prova até eles colidirem duas vezes, avariando o radiador da moto do australiano que acabou abandonando a prova. Dean Wilson, que corre com uma YZ-F privada, também não teve uma atuação nada brilhante com a 13ª colocação, e Cooper Webb não parecia nada confortavel a bordo de sua nova "namorada". O campeão da Costa Oeste do ano passado teve que se contentar somente com uma décima colocação. Vale salientar que ouvi falar que Webb e o time já estão com um pouco de atrito, pois o piloto parece estar bastante descontente com o equipamento até o momento. Acho que será interessante prestar um pouco de atenção no desenrolar do relacionamente do piloto com a equipe nas próximas provas.
Trey Canard
Trey Canard também estreou casa nova a bordo da Factory Red Bull KTM, mas depois de quase uma década andando de Honda, a adaptação não me parece completa. Canard caiu forte durante os treinos e mesmo sentindo um pouco de dor competiu nas provas classificatórias que lhe levaram à LCQ, porém o piloto natural de Oklahoma decidiu ficar de fora da prova final. Nesta terça-feira o time divulgou que Canard também está fora da prova de San Diego neste fim de semana, mas a contusão não parece ser muito séria.
Dois pilotos que eu esperava um pouco mais na primeira etapa eram Justin Brayton e Blake Baggett. Brayton vem de uma temporada sensacional vencendo o Campeonato Australiano de Supercross e várias provas na Europa, e Baggett parecia exercer um bom ritmo nos treinos e nas provas classificatórias, mas, com largadas ruins e alguns erros, os pilotos acabaram somente na 14ª e 15ª posições, respectivamente.
Christophe Pourcel
O enigmático Christophe Pourcel foi o principal nome que ficou de fora da final neste sábado. Além dele, Tommy Hahn, Fred Noren e Ronnie Stewart foram outros nomes que foram para casa mais cedo.
Um das maiores interrogações do evento ficou por conta dos irmãos Stewart. Aparentemente Malcolm achou algum suporte e deve aparecer nas próximas provas pilotando uma Suzuki, já James, fez uma declaração via
Instagram na sexta-feira, que ainda não está terminado, e que apesar das coisas não estarem do jeito que ele quer neste momento, promete voltar às pistas ainda este ano.
Frase da semana
Golf is played by twenty million mature American men whose wives think they are out having fun.
Jim Bishop