Final do AMA, Título de Febvre, Silly Season e falas polêmicas marcaram as recentes semanas no mundo do cross
Redação MotoX.com.br - Por Edu Erbs - Fotos: Garth Milan / Ray Archer / Simon Cudby / Divulgação Fábricas
Largada da MX2 em Assen
Os dois últimos finais de semana coroaram os dois novos campeões de 2015. Jeremy Martin capitalizou em cima de uma falha mecânica de Marvin Musquin para cruzar a linha de chegada sossegado e conferir o seu bicampeonato na classe das 250cc no Lucas Oil AMA Motocross Championship. Já no domingo (30), o francês Romain Febvre fez o que há alguns meses parecia impossível: conquistou seu primeiro campeonato mundial com duas provas de antecedência.
Alguns apontam que Romain terá um asterisco ao lado de seu nome no livro dos recordes devido às lesões que deixarem de fora nomes como Nagl, Cairoli, Villopoto e Desalle, mas na minha opinião em motocross não há asteriscos, você tem que estar lá, se quiser vencer. E Febvre mostrou muita garra e talento neste ano, com certeza merece o título.
Romain Febvre, após cinco anos a MXGP tem um novo campeão
Romain Febvre
Achei interessante o que a FIM fez em Assen. Quem acompanha o MotoGP sabe que é um circuito super tradicional e as arquibancadas lotadas fizeram do evento um sucesso. Assim, como a prova em Utah no Ama Motocross, ou o tradicional Daytona Supercross, Assen foi construída com centenas de caminhões de areia, dentro do circuito Holandês que comporta até 100 mil pessoas.
Eu li um pouco dos comentários dos pilotos sobre o circuito e, para a minha surpresa, os comentários foram bem positivos, apesar de alguns considerarem a pista bastante pesada. Pela TV, a impressão é de um traçado tão profundo e exigente como Lommel. No fim das contas, a FIM pareceu estar empolgada com a experiência e promete uma prova ainda melhor em 2016.
Quem acabou se dando bem em Assen foi Tim Gajser, conhecido por ter dificuldades nas pistas de areia, mas com uma pilotagem excepcional, o piloto tomou vantagem da queda do até então líder da temporada, Pauls Jonass, para ocupar a liderança do campeonato, e ter 12 pontos de vantagem para as etapas finais no México e Estados Unidos.
Tim Gajser apresentando a Honda CRF 2016 de produção
Agora, mudando de marcha, a silly season europeia está mais interessante do que a norte-americana este ano. Depois de vários rumores, na segunda-feira (31 de agosto) a Factory KTM anunciou a contratação de Glen Conldenhoff ao lado de Toni Cairoli, e para a minha surpresa, o time também declarou que o holandês pilotará uma 450 SX-F. Há ainda uma grande especulação sobre o terceiro piloto da esquadra, pois Ken De Dycker está para pendurar as botas; entretanto, apesar da temporada fraca, Tommy Searle é cotado para permanecer em sua vaga.
Já aqui nos Estados Unidos, Justin Baria foi renovado pela JGR até 2018, assim como Jason Anderson na Rockstar Factory Husqvarna, e Pourcel foi garantido no mesmo time por mais dois anos. O grande anúncio que deve acontecer a qualquer dia deve ser a contratação de
Eli Tomac pela Monster Energy Factory Kawasaki, que também deve renovar com Will Hahn para 2016.
Porcel (377), Anderson (21) e Barcia (51) renovaram seus contratos com as equipes atuais
Justin Barcia
Ryan Dungey neste momento desfruta de merecidas férias na Jamaica, mas teve que dar uma breve pausa no descanso para poder esclarecer um pouco a mídia, após parar no meio de fogo cruzado, depois de criticar, ou melhor, dar a sua opinião sobre os GPs. Fato mal recebido pela imprensa europeia, colocando mais lenha na fogueira para o Motocross das Nações.
Depois de vencer a prova final do Lucas Oil AMA Motocross Championship, Ryan foi questionado quanto uma possível participação no circuito mundial "à la Villopoto". O piloto respondeu que, depois de ver os incidentes com Villo e de acompanhar algumas provas pela televisão, algumas pistas parecem tão duras que nem lembram pistas de motocross de verdade. E completou: "aqui nos Estados Unidos a competição é um tanto mais acirrada".
Ryan Dungey dominou nos Estados Unidos, mas teria a mesma sorte na Europa?
O engraçado é que no passado, por essas épocas, tudo o que se ouvia falar na mídia americana era do "alvo nas costas" dos pilotos americanos para o Motocross das Nações e o seu óbvio favoritismo; porém a imprensa europeia está mais agressiva com o país do Tio Sam, logo levantando questões como "vocês não aprenderam nada com os três últimos MXoN?", ou ainda, "não viram o que aconteceu com Villopoto?".
Para mim, essa batalha EUA x Europa tem que de certa forma acabar. Ambos os lados merecem grande respeito, por seus domínios em fases diferentes do motocross mundial, e ao invés de ficarem medindo forças a cada vez que uma crítica é feita, ambos deveriam usar todos estes esforços para promover o esporte e não fazer dos seus sites trincheiras de batalhas.
Marvin Musquin e Jeremy Martin na final do AMA Motocross
Agora falando no MXoN, a lista de exclusões para a competição só aumenta. Dungey, Reed, Roczen, Desalle, Herlings, Strijbos entre outros já estão confirmados de fora, e mais recentemente, Antonio Cairoli assinou a presença no USGP, e ao mesmo tempo confirmou a ausência no time Italiano. De acordo com um site americano, será o time italiano mais fraco de todos os tempos. Com isso, as chances do time canarinho de uma sonhada classificação para final aumenta, assim como a chance de vitória para times como a Grã-Bretanha, Austrália e até mesmo o time "B" americano, se a favoritíssima esquadra francesa tiver algum tipo de problema.
Frase da semana
First the doctor told me the good news: I was going to have a disease named after me.
Steve Martin