Começo de ano agitado em Anaheim
Redação MotoX.com.br - Por Eduardo Erbs - Fotos: Simon Cudby, Edu Erbs e Divulgação


Depois de meses de espera, centenas de voltas na pista de testes, milhares de repetições na academia e muitos quilômetros na bicicleta, o dia mais esperado do calendário americano chegou e não desapontou. Esta foi a décima edição da prova que eu pude acompanhar de perto, mas a magia de Anaheim 1 parece ser sempre a mesma, ano após ano.

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Como nas temporadas anteriores, a pista da primeira etapa pareceu ser um tanto simples, sem obstáculos que poderiam separar os pilotos, apesar da seção de costelas, principalmente no início do dia. Durante a prova, com o anoitecer, a temperatura baixou e ajudou a manter uma certa umidade no solo, o que teoricamente viria a auxiliar na tração, apesar de que a maioria dos pilotos comentou que a pista estava bastante lisa, e isso acaba servindo de treino para Phoenix, sede da segunda etapa, conhecida pelo solo extremamente escorregadio.


Logo depois do gate de largada, os pilotos se deparavam com três curvas para a esquerda, fazendo a largada ser um fator ainda mais fundamental para a prova, pois os que ficavam pelo lado de fora tinham menor probabilidade de se dar bem no início da prova.

Começando pelas 250cc, o piloto da Troy Lee Designs KTM, Jessy Nelson, surpreendeu com uma vitória bastante dominante, seguido por Zach Osborne, que colocou a Factory Rockstar Husqvarna no pódio pela primeira vez na última década. Tyler Bowers, tricampeão do Arenacross americano, completou o pódio competindo pela Monster Energy Pro Circuit Kawasaki.


Durante todo o evento, as baterias das 250cc foram marcadas pela tradicional "carnificina", especialmente pelas quedas de Malcolm Stewart, a agressividade de Tyler Bowers sobre Zach Osborne, e pelo nosso querido Jean Ramos encavalando um triplo na repescagem.

Como sempre, é difícil tirar algum tipo de conclusão logo na primeira etapa. Acredito que, mesmo sendo um campeonato curto, de apenas nove etapas, teremos múltiplos vencedores na categoria. Tyler Bowers tem experiência e sabe como vencer campeonatos, mas pilotos como Cooper Webb e Justin Hill têm a confiança e os equipamentos necessários para ganhar em qualquer final de semana.


Agora, nas 450cc, Ken Roczen mostrou que se readaptou às Suzukis com plena facilidade e, assim como o vice-líder Jason Anderson em sua "Husky", parecia estar em mais uma sessão de treinamento na Flórida, com a supervisão de Aldon Baker. Em terceiro, chegou Trey Canard, da American Honda, que devido aos ótimos desempenhos nas últimas provas que disputou, era apontado como um dos favoritos da noite.



Mais uma vez, é difícil tirar algum tipo de conclusão depois da primeira corrida do ano, mas eu só espero que o resto do campeonato seja um pouco mais emocionante do que esta primeira etapa, em que Kenny parecia estar fazendo um belo passeio de domingo à tarde.

Infelizmente, o que mais me marcou durante as baterias da categoria principal, foi o mau desempenho de alguns pilotos, assim como as três quedas de Davi Millsaps que lhe renderam somente a 19ª colocação, e atrás dele Eli Tomac com a vigésima.

Também foi triste ver um veterano do calibre de Chad Reed duelar com Jake Weimer pela décima posição, logo atrás de Mike Alessi ou ainda ter que assistir Ryan Dungey não conseguir se desligar de alguns maus hábitos, como levar seis voltas para ultrapassar Andrew Short na final.

Falando em Andrew Short, o piloto ganhou destaque durante a corrida depois de vencer sua primeira heat race desde 2010, acabando em uma excelente quinta colocação na final.

Entre as curiosidades da noite, eu posso citar:

- A Factory Red Bull KTM e suas equipes satélites estrearam suas 2015 Factory Edition 450 e 250, que estarão à disposição do público americano em meados de fevereiro deste ano, mas outro fato interessante é que a moto de Andrew Short estava equipada com o polêmico amortecedor a ar e os novos garfos a ar manufaturados pela marca holandesa WP.


- Ainda com as KTMs, a Troy Lee Designs, que tem como tradição ser um dos times mais originais do paddock, usou toda sua experiência pintando capacetes, para pintar o para-lama traseiro e as caixas de ar de suas motos, enquanto as peças de plástico na cor laranja são mandadas do velho continente até aqui.


- A Suzuki de Ken Roczen também contou com alguns novos aparatos, como um sensor de movimento da balança e um CDI de conexão rápida, que agora foi cuidadosamente relocado atrás da aleta esquerda de sua RMZ 450.

- A Husqvarna, que conta com apenas uma vitória neste tipo de competição (Travis Preston em 2001) chegou para ficar, com Jason Anderson (450) e Zach Osborne (250) acabando as provas principais na segunda posição. Vale a pena lembrar que Osborne competiu com o dedão quebrado, depois do choque com Tyler Bowers na sua classificatória.

- Na coletiva de imprensa na sexta-feira, a Feld Motorsports anunciou que este ano o esporte tem a cobertura de TV mais completa de todos os tempos, com 12 provas sendo transmitidas na íntegra nos canais Fox Sports e também a novidade que a etapa em Nova Iorque/Nova Jersey será transmitida para todo o país (NDR: Estados Unidos) no canal Fox, e as provas principais começarão a partir das 3 horas da tarde.

O Brasil mais uma vez esteve presente este ano, com Jean Ramos. Apesar dos resultados não serem como o esperado, acredito que o piloto fez um ótimo trabalho, garantindo o primeiro tempo do grupo C nos treinos e o 21° na geral. Durante as baterias, ele acabou encavalando a sua YZ250F em um triplo, enquanto brigava pela última posição que poderia lhe garantir uma vaga na final. Com um pouquinho de sorte, veremos Jean competindo entre os melhores pilotos do mundo na final em Phoenix, no próximo sábado (10).

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Hans F Hansen