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>Colunas > Direto dos EUA - Edu Erbs

Uma visão diferente do GP Brasil de Motocross
Publicado em: 05/04/2014
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Brasil foi sede da terceira etapa do Mundial de Motocross
Redação MotoX.com.br - Eduardo Erbs - Fotos: Maurício Arruda / Carolina Arruda


Aos meus fiéis leitores, venho por meio desta informá-los que continuo escrevendo no melhor website de motocross da América Latina. E já peço as mais sinceras desculpas àqueles que sentiram a minha falta nas últimas semanas, porém eu estou de volta, atrás dos teclados, e na América para analisar, comentar e criticar o motocross norte-americano e mundial.

Como o principal motivo da minha ausência, eu culpo a minha ida ao Brasil para honrar alguns compromissos pessoais que, por coincidência - ou não -, acabaram caindo por volta dos dias em que o Beto Carrero World sediou a terceira etapa do Mundial de Motocross 2014, na cidade de Penha, em Santa Catarina. E claro estive lá pra conferir e analisar o evento.

Às vezes chega ser até difícil de explicar, seja para meus amigos, família ou meus queridos leitores, como é a sensação de morar fora por tanto tempo e voltar pra casa, depois de longos períodos. Você se pega analisando certas coisas: desde o piso do aeroporto de Guarulhos, os tênis coloridos da moda brasileira, a falta de atendentes que falam inglês nas companhias aéreas, as guloseimas nas estufas das lanchonetes, o suco natural de laranja - feito de laranjas de verdade. Isso tudo pode ser até interessante por algum tempo, mas depois o negócio vai ficando até chato e, em alguns momentos, inconveniente para mim mesmo e aos que estão ao meu lado. Porém, é por isso que escrevo essa coluna - analisar, comentar e às vezes chatear aos interessados, então com isso em mente, vai lá, análise GP BRAZIL!

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Sala de Imprensa 

Antes de tudo, tenho que parabenizar a Romagnolli Promoções e Eventos, pois acredito que esse foi um dos eventos mais bem organizados que já presenciei, principalmente falando em termos de Brasil. Desde as arquibancadas com carpetes, da sala de imprensa climatizada e de um tamanho bom, o layout do evento, o gramado nas laterais da pista, a areia posta ao lado da pista para facilitar o transito de veículos por dentro do circuito. Sinceramente fiquei impressionado em muitos pontos, mas obviamente algumas coisas poderiam ser melhoradas, como um maior número de banheiros e lixeiras, como também talvez mais opções e melhor atendimento no setor da alimentação.

O traçado da pista também foi legal, com bastantes saltos para a alegria do público, porém particularmente não sou fã de pistas de motocross construídas em superfícies planas, pois acaba sendo um pouco frustrante para o publico pagante, poder enxergar somente uma fração do traçado. Falando em público pagante, algo que eu também achei alarmante é a inflação de bens e serviços no Brasil, que não param de subir, e os preços dos ingressos para a prova não são diferentes, variando de 60 a 300 reais. Isso sem contar estacionamento, combustível e alimentação. Não posso imaginar o total gasto para um pai de uma família de quatro pessoas em um final de semana como este.

Outra coisa que foi legal pra mim: em uma tentativa de me redimir com os editores desta coluna, devido a minha ausência, eu saí batendo de porta em porta, quer dizer, de box em box, atrás das feras do motocross mundial para fazer entrevistas filmadas, o que não é a minha especialidade, porém acho que acabei me saindo muito bem e aprendendo algumas coisas bem interessantes - a maioria delas você vai acabar descobrindo aqui neste site nos próximos dias, mas dentre elas quero ressaltar algumas coisas:


1 - O profissionalismo de Tony Cairoli, que sem "estrelismo" me respondeu todas as perguntas, enquanto os fãs brasileiros esperavam por fotos e autógrafos do seu ídolo.

2 - A falta de profissionalismo de Clement Desalle. Depois de quatro tentativas frustradas, acabamos desistindo de conversar com o piloto belga, que sempre com uma cara fechada, se fazia estar muito ocupado para uma entrevista.


Aleksandr Tonkov

3 - A sinceridade de Aleksandr Tonkov, da Husqvarna, quando perguntei sobre a diferença entre a sua moto antiga com chassis de alumínio (Honda) em relação a sua moto nova com chassis de aço. Ele disse que a primeira vez que escutou sobre a diferença foi durante uma prova do AMA Supercross neste ano. O fato o obrigou a ligar naquele momento para o seu mecânico perguntando qual o tipo de chassis sua moto possuía e, com isso, ele respondeu muito bem a minha pergunta.


Gautier Paulin
4 - Steve Dixon, dono da Steve Dixon Yamaha Racing, estufou o peito para dizer que em pleno ano 2014 ainda prefere usar carburadores ao invés de injeção eletrônica. Além disso, depois de uma pequena confusão entre equipes feita por mim, Steve também mencionou que outras Yamahas no paddock estavam com motores protótipos equipados com partida elétrica e apenas três marchas.

5 - Para finalizar: a melhor entrevista do final de semana foi com certeza de Gautier Paulin. O piloto, com uma humildade incrível, falou sobre a prova, o Brasil e os problemas na Tailândia. O melhor de que tudo foi a sua simples explicação quando perguntei sobre o leilão dos equipamentos que acontece após a prova e a resposta veio nessas palavras: “eu tenho ótimos patrocinadores que me DÃO estes equipamentos, então eu não acho certo cobrar por eles, quando estas pessoas já pagaram pra vir aqui e me ver correr. O que posso, eu dou de graça, sem problema algum, mas com certeza não aprovo alguns pilotos que tomam vantagem desta situação e acabam fazendo dinheiro em cima do público já pagante”.

 
"(Colden)Hoff don't sell anything"

Realmente o que Gaultier falou me deixou um tanto sensibilizado, especialmente quando voltei aos pits e vi o público brasileiro praticamente se estapeando por uma camisa, um paralama usado, ou uma lembrança qualquer. Assim como Gautier Paulin, outros pilotos também comentaram ser no Brasil a única etapa onde esse tipo de assédio acontece. O que, na minha opinião, denigre bastante o país aos olhos de todos os estrangeiros presentes, fazendo até mesmo o esporte parecer algo extremamente amador por aí. Além das "comprinhas" desesperadas acontecendo nos pits, ouvi falar que até rolou um show de MMA quando Tony Cairoli jogou a sua camisa aos fãs, que acabaram saindo na porrada ali mesmo para definir de quem seria o presente. Acho que os dirigentes brasileiros e da FIM deveriam por o assunto em pauta para os próximos anos.

 

Também me chamou a atenção o fato dos locutores narrarem a prova como se fosse o Mundial das Nações. Tony Cairoli não representa a Itália, ele representa a Factory RedBull KTM, assim como o francês Gautier Paulin não está lá para representar seu país de origem, mas sim a Factory Kawasaki e assim por diante. Igualmente muito engraçado foi como de repente o espanhol Carlos Campano virou o melhor "brasileiro" em uma das provas, simplesmente pelo fato de o piloto correr no Brasil. Será que isso faz sentido ou estou louco? Já imaginou o time americano do Motocross das Nações com Villopoto, Roczen e Marvin Musquin? Ia ser no mínimo estranho.

Agora para finalizar, foi muito bom estar no Brasil ao redor da família, dos amigos, ver velhos conhecidos, ter contato com amigos que fiz no esporte nos últimos anos e, é claro, presenciar uma prova de alto nível de motocross, mas também é bom voltar pra casa, poder sentar no sofá, rever a corrida e lentamente deixar a experiências dos últimos dias serem processadas. Quero também agradecer ao Maurício, Lucídio e a Carol, aqui do MotoX, pelo companheirismo na corrida e pelo espaço no site, muito obrigado!


Edu Erbs, Antonio Cairoli e Carolina Arruda 


Frase da Semana
Friendship is the hardest thing in the world to explain. It’s not something you learn in school. But if you haven’t learned the meaning of friendship, you really haven’t learned anything. 
Muhammad Ali






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