Direto dos EUA #14 - As novas Huskys chegam ao mercado norte-americano
Redação MotoX.com.br - Por Eduardo Erbs - Fotos: Scott Cox / Divulgação

Eduardo Erbs pilota a Husqvarna TC250R 2013

Na quarta-feira, dia 10 de outubro, pude participar da reunião dos distribuidores da Husqvarna nos Estados Unidos. Depois trabalhar com a marca por pouco mais de um ano, com certeza, essa oportunidade de conhecer o escritório da fábrica em Corona, no Sul da California, me fez entender um pouco mais sobre a história da empresa e qual direção a mesma - que agora faz parte do grupo BMW - pretende tomar para o futuro.

TR 650 Terra

A grande surpresa do evento foi a introdução da TR650, que já enfeita os showrooms americanos. A Terra 650 vem com um preço agressivo (U$ 6.999,00) - NDR: valores informados sempre para o mercado norte-americano - querendo marcar uma forte e imediata presença no mercado de motos dual-sport americano, que hoje é dominado pela Suzuki e Kawasaki, com os "dinossauros" DR650 e KLX650. Com um design arrojado, a motocicleta vem equipada com um motor BMW de 652cc,  injeção eletrônica alcançando 58 cavalos de potência, escapamento duplo traseiro, além dos tradicionais freios brembo e suspensão dianteira invertida. Em algumas semanas, o mercado americano também contará com a  presença da Strada 650, que vem praticamente com os mesmos detalhes da Terra, porém, com freios ABS e rodas de liga leve em um set up "street-fighter" para aqueles que não pretendem encarar um off-road. A Strada terá como preço sugerido pelo fabricante U$ 7.499,00.

TR 659 Strada

Edu mandando as costelas no circuito de Lake Elsinore

Depois de três horas de apresentações, todo o grupo se dirigiu à pista de motocross de Lake Elsinore, onde fomos recepcionados com um churrasco feito por nada mais nada menos que Marty Tripes que, para quem não sabe, foi o vencedor  da primeira corrida de  Supercross da história, chamada de Super Bowl of Motocross, no Los Angeles Coliseum em julho de 1972. Depois dos comes e bebes, tivemos a oportunidade de testar as motos de motocross e cross country na vet-track, em Lake Elsinore.

A Husqvarna disponibilizou as dois tempos CR 125 e CR144, as cross-country /enduro TE e TXC 310 e TE 449,  e a sua 250F motocrosser a TC250R, que com certeza era o meu foco principal.

Entre as grandes novidades, as TC250 e as TE e TXC 310 ganham um "R" no final da sua nomenclatura para indicar os seus renovados cilindros e cabeçotes com tecnologia de Fórmula 1, chamado de "Red-Head". Além disso, vale a pena salientar que a fábrica está a cada ano, complementando mais modelos com suspensão Kayaba, no entanto, somente a TE 310 continua com garfos Marzocchi e amortecedor traseiro da Sachs. As TE e TXC 310 também deixam pra trás a injeção eletrônica da Mikuni de quatro pontos e agora são equipadas com injeção da Keihin de dez pontos,  assim como a sua irmã menor TC250R, e as demais concorrentes da categoria.

Husqvarna TC250R

Logo que você se senta nas motos, já sente o padrão um tanto europeu, com freios Brembo, guidões de 1 1/8 polegadas Magura, coroa traseira de alumínio Supersprox, corrente Regina e acionamento de embreagem hidráulico Brembo, para as quatro tempos.

A primeira moto que eu testei foi a TC250R, e sinceramente esta foi a primeira vez que eu pude ter algum tempo de pista nestas motos, e logo as minhas expectativas foram muito superadas. Com certeza, os freios e a embreagem hidráulica impressionam a qualquer um, mas a maior surpresa foi a fácil dirigibilidade que a motocicleta proporciona. Em poucas voltas, me fiz confortável o suficiente para encarar os pulos e as canaletas que logo se formavam nas curvas da pista. A suspensão talvez precisasse de um pouquinho de ajuste no retorno, porém, para uma moto completamente original e uma pista mais macia  e preparada como aquela, seu comportamento era bastante satisfatório. O motor, eu achei um pouco mais fraco em comparação com o de outras marcas que eu tive contato anteriormente, principalmente em baixas rotações, no entanto, eu diria que é bastante "elástico", fazendo que você não precise trocar de marchas tão frequentemente como faria em outros modelos.

No geral, sendo o modelo mais acessível da categoria (U$ 7.199,00), a TC250R seria um ótimo investimento para quem não tem a necessidade de fazer o holeshot no AMA Motocross, e quer uma moto dócil e de fácil dirigibilidade. Eu acredito que a Husky 250F seria a moto certa!! Ainda vale comentar que a TC250R, vem equipada de fábrica com um escapamento Akrapovic de titânio, com câmara de ressonância, que dá um "factory-look" à motocicleta.

Husqvarna CR125/144

A segunda moto foi a CR144! Na verdade, este modelo não está disponível diretamente para o público, porém, quando você compra uma CR125, ganha o kit de cilindro e pistão de 144cc "na faixa". Sinceramente, minha carreira de motociclista começou praticamente na era das 4 Tempos, então não tenho muita experiência com essas motos, apesar de ter tido uma KTM 200EXC por dois anos. A potência do pequeno motor me agradou, e senti a mesma facilidade nas curvas e nos pulos que a TC250R. Mais uma vez, pelo preço de U$ 6.299,00, com um cilindro e pistão extras inclusos, a CR125 seria uma ótima aquisição para os pilotos mais leves e os que estão saindo das categorias de base.

Husqvarna TXC310R

Por fim, foi a vez das 310cc! A TXC 310 seria a moto de escolha para uma prova de cross-country, pois conta com a mesma suspensão Kayaba da TC250R, no entanto, temos a adição da partida elétrica, que mesmo agregando um pouco de peso, compensa pela potência extra do motor. A TE310, apesar de ser muito parecida com a TXC, conta com espelhos retrovisores, pisca-alertas e suporte para placa, já que a moto vem certificada para as estradas norte-americanas. Infelizmente, mesmo com a Red Head e a nova injeção eletrônica Keihin, a moto perde um pouco de desempenho por contar com um "sistema de circuito-fechado" para absorver poluentes, que acaba tirando um pouco da potência da moto. O sistema pode ser retirado, e eliminado, o que traria a potência original à tona, porém, neste caso seria permitida para a circulação somente em circuitos fechados. 

Silly Season:

James Stewart que irá ou não participar do Monster Energy Cup, aparentemente estará de contrato encerrado com a Answer, que veste o piloto com calça, camisa e luva. Os boatos dizem que James estreará em Anaheim I, com o conjunto calça, camisa e luva totalmente exclusivos e "cedidos" pela Red Bull. Ao que tudo indica, as gears serão produzidas pela Troy Lee Designs, pois o piloto foi flagrado por alguns amigos na sede da empresa em Corona. Vale lembrar que a Red Bull também patrocina a equipe Troy Lee Designs Honda, e que a Troy Lee já participa de produção das roupas DC, que vestem exclusivamente Jeremy McGrath e Travis Pastrana.

Monster Energy Cup é a principal prova off-season dos Estados Unidos foto: Feld Motorsports

Outra novidade do Monster Energy Cup, será a estreia de Adam Cianciarulo entre as 250Fs na categoria amador. Também alinhados nos gates estarão seus adversários de anos, como Matt Bisceglia e Cooper Web. Mas os olhos do Monster Energy Cup estarão voltados para a classe principal e aí vêm as seguintes perguntas: Vilopotto estará realmente preparado para voltar às pistas? E Chad Reed? Dungey está recuperado da derrota arrasadora na Bélgica? Justin Barcia terá a performance que todos esperam na 450? Ken Roczen pode continuar com a boa fase que mostrou no Nações?

Darrin Durham foi reportado com mais um acidente que  acabou fraturando seu tendão de aquiles...e, até então, não se sabe a gravidade da situação do piloto.

Mudança de cores: A Eleven-10 Mods, que nos últimos anos vem sendo a equipe 100% privada de maior sucesso no circuito profissional americano, está mudando de cores para 2013, fazendo um acerto de suporte com a fábrica da Yamaha; os detalhes ainda não foram divulgados. 

Outra equipe de cores novas é a BTO Sports, que substitui as Suzukis pelas KTMs esse ano. O americano Mike Goerke, que foi coroado campeão Canadense em 2012, recém assinou com a equipe, que já desfila as "alaranjadas" nas pistas de testes. Michael Byrne é o segundo piloto da equipe e ainda está se recuperando da lesão na perna ocorrida em Unadilla.

foto: Kawasaki

Team Green down: A Kawasaki tem o time amador de maior sucesso em solo americano. O Team Green foi responsável pelas carreiras no circuito amador de pilotos como James Stewart, Jeff Emig, Ryan Vilopotto e Ricky Carmichael, e há vários anos, a organização também dividia parte do seu orçamento com os esforços da marca no cenário off-road com o veterano Destry Abott e Taylor Roberts, que conquistou o título do Worcs Racing este ano. Infelizmente na semana passada, o Team Green anunciou o afastamento da marca do cenário off-road em 2013, deixando Abott e Roberts sem equipe neste momento. Os rumores indicam quem a principal razão do encerramento do time são os cortes feitos no orçamento da fábrica para 2013, fruto do contrato milionário que a marca teve que assinar para garantir Ryan Vilopotto para as três próximas temporadas. O valor do contrato e os detalhes não foram oficialmente anunciados, mas poderia chegar a 2,5 milhões de dólares por ano.

Frase da Semana

Don't take life too seriously. You'll never escape it alive anyway.