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Do ceticismo à euforia. Supercross 2017 entra para história.
Publicado em: 15/05/2017
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A temporada que morreu e renasceu como uma das mais eletrizantes da história
Redação MotoX.com.br - Por Edu Erbs - Fotos: Garth Milan / Simon Cudby / Feld Entertainment

O Monster Energy Supercross chegou ao fim com um sábado de muitíssima ação em Las Vegas, que ficará para a história do esporte.


Depois de uma sequência rara de largadas ruins, Ryan Dungey reencontrou as boas largadas nas etapas finais.

Depois de muitas dúvidas no ar, e perdendo a liderança do campeonato a duas provas do final, Ryan Dungey se saiu vitorioso, resistindo aos ataques de um venenoso Eli Tomac em Las Vegas.

+ Especial Fotográfico AMA Supercross 2017 Las Vegas

Nas 250s, depois da penalização de Joey Savatgy que deixou três pilotos separados por 1 ponto na final, Zach Osborne provou que é um guerreiro partindo com grande desvantagem depois de uma queda na largada pra vencer o campeonato com uma ultrapassagem agressivíssima sobre Savatgy na última volta.

Mesmo que o campeonato tenha acabado e os campeões estejam coroados... há ainda muito polêmica no ar, seja pelos jogos de equipes, agressividade dentro e fora das pistas, e as penalidades da AMA... então vou trazer a tona alguns pontos válidos na coluna de hoje, com alguns fatos e a minha opinião sobre os principais acontecimentos.

1 - Jogo de equipe


Marvin Musquin e Ryan Dungey
O "erro" de Marvin Musquin na última volta em East Rutherford deu o que falar. Marvin claramente saiu da frente de Ryan Dungey para o campeão vencer a sua terceira prova do ano e capitalizar 3 pontos a mais de vantagem sobre Tomac. Muita gente vem se perguntando se isso é válido, ou pelo menos justo?

Na verdade, não há uma regra que penaliza diretamente jogo de equipe. Isso aconteceu várias vezes no esporte e também acontece em outras modalidades seja Fórmula 1, Moto GP ou na corrida de kart da sua cidade. Vale a pena lembrar que Marvin "roubou" vários pontos de Dungey lhe ultrapassando e acabando algumas provas na sua frente na metade do campeonato. Os dois são bons amigos, treinam juntos, e eu acredito que Dungey faria o mesmo por Musquin se a situação fosse inversa. O fato da presença de Pit Beirer na prova e da renovação com Musquin por mais dois anos  pode também ter ajudado na decisão do piloto.

O campeonato poderia ser decidido por apenas estes 3 pontos, e Marvin fez o que era melhor pro seu amigo, time e patrocinadores, então aos meus olhos o que ele fez foi válido... e se Tomac e a Kawasaki querem ficar bravos, eles deveriam ficar bravos com o próprio Tomac que simplesmente não teve a performance que precisava e sua oitava colocação praticamente lhe tirou as chances do campeonato em Las Vegas.

2 - Savatgy versus Osborne


Joey Savatgy deixou o título escorrer entre os dedos

Acho que a maioria das pessoas entendeu e vibrou com a ultrapassagem no mínimo agressiva de Zach Osborne sobre Joey Savatgy em Las Vegas, que lhe assegurou o campeonato. Realmente a ultrapassagem foi bastante dura, deixando Savatgy no chão, além da possibilidade de causar algum tipo de contusão ao piloto, porém, eu acho que é simplesmente e facilmente justificada por ter sido feita na última volta, e por valer o campeonato. Sem discussão alguma o título foi entregue a Zach Osborne, mas mesmo assim a Pro Circuit entrou com um apelo sobre o incidente fazendo com que a AMA acabasse penalizando Osborne com uma multa de U$7.500,00, o que na minha opinião é um pequeno preço a pagar depois de um bônus bem gordo recebido por sua vitória.

Além disso, mais ou menos como na questão acima, e como o próprio Ricky Carmichael (que treina Savatgy durante a semana) falou na cobertura, Joey tinha tudo para ganhar o titulo, mas cometeu um erro no início da prova, e talvez o excesso de cautela e o nervosismo lhe fizeram perder muitas posições durante a corrida se colocando naquela situação. Zach Osborne foi indiscutívelmente o piloto mais rápido da temporada - de ambas as costas - e simplesmente mereceu o titulo deste ano, conquistando o primeiro título de supercross da história da Husqvarna.


Zach Osborne levou uma multa de U$7.500, mas não deve ter reclamado muito....

3 - Penalizações

Algo muitíssimo falado neste ano foram as penalizações dadas pela AMA aos times e pilotos. A gente acha que bagunça só existe no Brasil, mas, é claro que em outro nível, a AMA tem muitíssimas falhas também. A verdade é que muitas vezes as regras e as consequências são bastante vagas, as penalizações não são claramente ditadas e acabam ficando por conta do arbítrio da AMA.

Algo interessante que descobri há pouco tempo é que John Galagher - diretor de provas do Monster Energy Supercross - tem outro trabalho de segunda a sexta... e somente nos finais de semana ele é diretor de prova. Eu acho que a AMA poderia e deveria fazer algo para mudar esse quadro que esta causando plena insatisfação pra muita gente. Talvez essas decisões de penalizações possam ser feitas por mais de um individuo... talvez por alguém da AMA, outra pessoa que representasse os times, e outra os pilotos, pois realmente achei a penalização sobre Joey Savatgy em NY um pouco excessiva... apesar do piloto nítidamente ter cometido uma infração.





Eu não acho que a AMA tem alguns pilotos como seus alvos, mas realmente parece que as penalizações funcionam para uns, mas não para outros. Alguém viu a manobra de Josh Grant em Malcolm Stewart? E Justin Barcia sobre Alex Ray algumas semana atrás, sendo que o mesmo já está sobre supervisão da AMA por alguns incidentes anteriores?

Temos que concordar que John Galagher e a AMA estão em uma posição muitas vezes difícil, porém mudanças tem que realmente ser feitas antes da próxima temporada.

4 - Tomac versus Dungey


Se olharmos para trás, no início do campeonato, ninguém poderia imaginar que a decisão do campeoanto seria somente em Las Vegas. Eli Tomac realmente fez uma campanha incrível e entra pros livros dos recordes ao lado de Damon Bradshaw, como o piloto com maior número de vitórias (nove) sem ganhar o título. Eu sei que tem muita gente por aí que acha que Eli merecia este título, o que de certa forma eu entendo, mas (in)felizmente o campeonato é conquistado por pontos e, a matemática sendo uma ciência exata, é indiscutivel que Ryan Dungey foi o melhor atleta no final. Esta semana eu vi um número interessante que aponta que Ryan Dungey terminou o campeoanto com uma média de resultados de 2.5 e Eli Tomac somente 3.4, o que obviamente favorece o título ao piloto da Red Bull KTM. Queiramos ou não, a carreira de Ryan Dungey é baseada em sua consistência, e não bruta velocidade como por exemplo Villopoto e Ken Roczen.


Eli Tomac

Na coletiva de imprensa na sexta feira que antecedeu a final, Tomac declarou a sua insatisfação com o jogo de equipe da KTM em NY e disse que ficaria realmente desapontado se o campeoanto terminasse com menos de 3 pontos de diferença, mas na verdade assim como comentei acima sobre Savatgy, quem acabou com as suas chances em Las Vegas foi ele mesmo, quando caiu sozinho em New York e acabou cometendo uma série de erros que lhe renderam uma bela oitava posição.

Na final, Tomac investiu em uma tática (um tanto frustrada) de diminuir o ritmo da corrida, para que outros competidores tivessem a chance de roubar alguns pontos de Ryan Dungey e ainda, por três vezes, deixou Dungey passar para ter a chance de provocar um incidente em uma curva e deixar o piloto da KTM no chão. Apesar das passadas agressivas de Tomac, Dungey conseguiu se manter em duas rodas, e Jason Anderson acabou tomando vantagem e venceu a prova, tirando os três pontos a mais que o piloto da Kawasaki teria com a vitoria.



Sinceramente, eu entendo que Tomac tinha que partir pro tudo ou nada. Também entenderia se Tomac fizesse uma passagem bastante agressiva em Dungey para assumir a lideranca no início da prova, também entendo ele querer controlar a liderança da prova para que outros pilotos chegassem mais perto de Dungey, mas infelizmente, eu não concordo com a tática de deixar passar pra logo em seguida tentar uma ultrapassagem forçada com contato.... uma, duas ou três vezes, o que poderia ocasionar uma lesão, quebra de equipamente ou consequentemente a perda do campeonato de Dungey.

Indiscutivelmente Tomac foi o piloto mais rápido da temporada, e poderia ter saído de Vegas com 10 vitórias, com uns 100 mil dolares de bônus a mais na conta de banco e de certa forma também como um vitorioso, mas, na minha opinião, saiu simplesmente como um mau perdedor. Me desculpem!

5 - O Formato

Muita discussão envolvida em relação ao formato das provas, principalmente com a mudança das corridas por tempo e não por voltas, que afetou bastante o condicionamento da pista, principalmente para os eventos principais. Rumores indicam que poderemos ver uma grande mudança no ano que vem, com provas qualificatórias durante o dia, e três finais durante a noite, no estilo do Monster Cup. Mesmo já sabendo como este formato funciona, é difícil saber se funcionará pras 17 etapas, e também vai ser difícil perder a ação das qualificatorias que, diga-se de passagem, às vezes são mais excitantes que as finais.

 

Depois da aliança entre a Youthstream e a MX Sports, os rumores de se levar o campeonato para Europa com a extensão do calendário para mais de 20 etapas se dissiparam, mas ainda é bastante cedo para saber o que a Feld irá fazer exatamente para o ano que vem.

2017 foi um ano realmente eletrizante para o Monster Energy Supercross. Começando com o casamento (quase) perfeito de Ken Roczen e a HRC, que durou somente duas etapas, depois com a ascensão de Eli Tomac que desde o berço foi criado para aparecer no "spotlight" parecendo que esta seria a sua vez de brilhar, terminando com o final feliz para a carreira de Ryan Dungey que deve anunciar que estará pendurando as botas a qualquer minuto...



Esta temporada foi de mudanças, de novas descobertas e de velhos nomes como Osborne e Hill também brilharem. Foi uma temporada dada como morta inicialmente, mas que terminou como uma das melhores de todos os tempos. Eu mal posso aguardar o que nos espera em uma semana na abertura do Lucas Oil Motocross Championship. Até logo!

Frase da Semana
"The good ended happily, and the bad unhappily. That is what Fiction means."
Oscar Wilde

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