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>Colunas > Direto dos EUA - Edu Erbs

Guerra nos bastidores do Motocross Mundial
Publicado em: 14/09/2016
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Guerra entre pilotos, preparadores, continentes, patrocinadores e até jornalistas
Redação MotoX.com.br - Por Eduardo Erbs - Fotos: Ray Archer / Garth Milan / Simon Cudby / Pascal Haudiquert / Bavo

O mundo do Motocross cada vez mais competitivo


Tim Gajser, campeão MXGP 2016

Assim como no Lucas Oil AMA Motocross Championship, o Mundial de Motocross teve seus campeões definidos com uma prova de antecendência. Jeffrey Herlings brigou duro com Cooper Webb na primeira bateria de Charlotte para garantir o título na MX2. Já Tim Gajser se recuperou do DNF em Assen, ficando entre os top 5 e, tirando proveito da má performance de Antonio Cairoli, conquistou seu segundo título mundial consecutivo, o primeiro na classe MXGP.

Por aqui, com os campeões definidos, a Mídia americana usa os USGPs para se manter ocupada, e é claro a silly season continua forte neste ano de tantas incertezas.

Suzuki


Equipe RCH Suzuki em dia de pódio duplo no Tenesse

Na semana passada a Suzuki confirmou a RCH como o exclusivo time oficial a competir na classe principal, com um press-release um tanto glamoroso, mas foi essa a alternativa que a marca achou para que a marca continuasse a competir já que ao meu entender a Jimmy Johns, principal patrocinadora da RCH, seguirá Ken Roczen na Honda e a Yoshimura também não anda muito bem das pernas.

Além disso, a marca deve lançar um novo press-release confirmando uma nova esquadra de fábrica para a classe das 250cc, que deve usar como base o time já existente liderado por Jimmy Albertson, que tem a Motorcycle Superstore como patrocinador principal.

Os pilotos que representarão os times ainda não foram confirmados, mas parece que Justin Boggle é o mais cotado para uma das vagas neste momento.

Um contato da marca me disse que 2017 será um ano de reconstrução no lado off-road, e que o principal foco será construir um fundamento sólido para 2018, onde a marca deve lançar uma motocicleta toda nova (o que é mais do que necessário), contratar um piloto de ponta e voltar a ser uma grande potência nos pits.


RM 125, será que volta?

Outros fatos interessantes sobre a Suzuki, é que durante o Loretta Lynns, um dos seus distribuidores pôs em display uma moderna RM 125, que na verdade foi especialmente construída no Japão afim de coletar dados para talvez reiniciar o desenvolvimento e produção de motocicletas dois tempos.

E para finalizar, parece que alguns destes projetos vão ter que esperar um pouco, pois boatos indicam que a fábrica hesitou na compra de uma apólice de seguro relativo aos bônus por performance de Ken Roczen e, com o domínio do alemão nesta temporada, teve de desembolsar milhares e milhares de dólares para pagar o piloto.

Roczen x Baker


Ken Roczen


Ken Roczen
Falando no alemão, com certeza neste campeonato o piloto se solidificou como (talvez) o melhor piloto de Motocross na atualidade. Sim, Ryan Dungey e muitos outros não estavam na competição, porém eu acredito que você precisa estar lá se quiser ganhar, e as palavras " se" e "talvez" não se usam quando falamos de Motocross. Kenny merece todo crédito pela sua conquista, porém, o mesmo tem tomado algumas atitudes bastante desnecessárias depois que o campeonato foi decidido. Começando por fazer questão de se exibir comendo pizza e tomando cerveja nos pits após a prova de Budds Creek.

Claramente para provar às pessoas que ele não precisa do rígido programa de Aldon Baker como muitos pensavam, e quando o tópico surgiu à tona, Kenny não hesitou em chamar Aldon de um profissional sem educação (acadêmica) e por isso ele não seria o melhor no que faz.... porém, Kenny parece ter a memória curta, pois dos últimos quatro campeonatos que disputou sem Baker, ele ganhou apenas um e Baker ganhou três via Ryan Dungey. Os números não mentem e é extremamente fácil saber que Baker é sem duvida alguma o treinador com mais títulos da história do esporte.


Aldon Baker com dois de seus pilotos, Ryan Dungey e Marvin Musquin

Além disso, o piloto postou no seu Instagram na semana passada uma foto nas Bahamas com os dizeres "eu trabalho mais duro que todo mundo, e eu também me divirto mais que todo mundo", o que acabou gerando muita controvérsia. Isso acabou fazendo com que o piloto editasse o post pedindo desculpas no dia seguinte. Às vezes fica difícil julgar pois, se eu tivesse apenas 22 anos de idade com o dinheiro, a fama e o talento do piloto, talvez, quem sabe, eu também cometeria alguns dos mesmos erros... mas estamos aqui para isso.

Media War

Steve Matthes é Canadense, mas mora nos Estados Unidos há muitos anos, e é um dos principais colunistas do portal Racer X - que diga-se de passagem faz parte do mesmo grupo que tem os direitos do Lucas Oil Ama Motocross Championship. Além da Racer X, o mesmo apresenta um podcast nas segundas-feiras e ainda colabora com outros websites ao redor do mundo.

Geoff Meyer, é o editor e principal correspondente do website inglês MXLarge.com, que no meu ponto de vista é um dos sites com mais amplitude no velho continente, que cobre motocross, enduro e outras modalidades.

Como todo ano, quando o Motocross das Nações se aproxima, o tópico "EUA X Resto do Mundo" vem à tona, mas este ano, ambos os jornalistas levaram a discussão para um outro nível.


  Tony Cairoli e Glenn Coldenhoff

Eu tomei um pouco de tempo e li algumas colunas e estudei ambos websites antes de escrever algo aqui, mas com toda certeza é fácil de concluir que Meyer poderia ter evitado escrever uma pequena coluna intitulada "EUA, mau perdedores??". E ainda escrever outra sendo diretamente direcionada a Steve Matthes, que revidou pondo uma coluna no site Australiano MX Vice, que aparentemente foi forçada a sair do ar pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo), mas ainda pode ser encontrada no site do repórter: www.pulpmx.com
 
Eu sei que quando falamos de Steve Matthes, as opiniões são bem divididas, principalmente entre os pilotos. Muitas vezes ele têm algumas opiniões interessantes e que geram contradições, mas, assim como eu, ele escreve na maioria das vezes em primeira pessoa, e eu acredito que ele escreve o que vê e o que pensa, doa a quem doer. Durante esta luta virtual, Geoff realmente se mostrou um tanto infantil e baixo, fazendo comentarios desnecessários e claramente assumindo a sua posição de que a Europa e o Mundial de Motocross sempre estarão acima dos Estados Unidos/AMA Motocross. Se você entende bem inglês, e tem um tempinho sobrando, vale a pena dar algumas gargalhadas dessa guerra virtual criada por dois grandes nomes do jornalismo esportivo.

Segunda Guerra Mundial - FIM x AMA - Monster Energy x Red Bull


Eventos extras como o SMX Riders Cup e Monster Energy Cup cada vez mais ocupam a agenda dos pilotos

Há algum tempo tenho escutado rumores de algumas possíveis mudancas no calendário do Monster Energy AMA Supercross, que viriam a afetar, times, pilotos e outros campeonatos. Eu posso quase garantir que muitas das pessoas envolvidas negariam alguns fatos neste momento, mas há conversas sobre um prolongamento no calendario do campeonato, que se estenderia das 17 provas atuais para 20 ou até mesmo 22 provas.

Aparentemente a Feld Entertainment, promotora do campeonato, poderia estar juntando forças com Giuseppe Luongo, presidente da Youthstream, que promove o Mundial de Motocross, já que a adição destas provas levaria o campeonato parcialmente à Europa.


Largada do AMA Motocross

Além da supervisão da FIM, a Feld e a Youthstream são coligadas pela Monster Energy que além de patrocinar o AMA Supercross e o Mundial de Motocross, é a principal fonte de renda dos grandes times e pilotos. A marca poderia de certa forma oferecer contratos somente para os campeonatos que levam o seu nome, que somados com a extensão do calendário no início do ano, poderiam simplesmente erradicar o Lucas Oil AMA Motocross Championship.

Eu sei que isso tudo parece como um conto de fadas, mas em Glen Helen, durante a última etapa do Mundial de Motocross, duas pessoas das quais tenho muito respeito comentaram isoladamente que essas mudanças podem vir a ter efeito em 2018.


Eli Tomac no MXGP de Glen Helen

Frase da Semana
"That old law about 'an eye for an eye' leaves everybody blind. The time is always right to do the right thing."
Martin Luther King









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