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>Reportagens > Especial

Brasileiros no pódio do World Vet Motocross Championship 2015
Publicado em: 16/11/2015
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Representantes do Brasil foram ao pódio em cinco categorias do evento realizado na pista de Glen Helen
Redação MotoX.com.br - *Atualizada em 18/11 às 10h15 - Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal

Roque Colman foi o grande vencedor entre os pilotos com mais de 70 anos no principal dia da competição


Roque Colman faturou o troféu na categoria 70+ All

Já virou tradição a participação de pilotos brasileiros na mais tradicional prova para veteranos dos Estados Unidos, o World Vet Motocross Championship, em San Bernardino, na Califórnia, que chegou à 31ª edição nos dias 7 e 8. Este ano, ao menos três grupos de brasileiros partiram de pontos diferentes do país para disputar a competição no exterior. Além de separados por idade, os pilotos também são divididos pelo nível de pilotagem (Novice, Intermediate ou Expert) em dezenas de categorias. Existem ainda duas classes Pró, para competidores acima de 30 e acima de 40 anos, que neste ano, no segundo e principal dia do evento, foram vencidas por Ryan Morais e Gordon Ward.

Prova de que realmente não existe limite de idade para se fazer o que gosta foi o desempenho de Roque Colman na categoria 70+ All, a única para esta faixa etária. O uruguaio radicado no Brasil há mais de 40 anos garantiu a vitória no domingo com domínio total das duas baterias. Este foi o terceiro título da competição que Roque trouxe para o Brasil, o primeiro na faixa acima dos 70 anos.

Para ele, o processo de adaptação feito nos dias que antecederam a prova foi muito importante para o excelente desempenho. "Sob forte calor, procurava fazer baterias de 40 a 50 minutos, para acostumar o corpo e já me preparar para o final de semana que seria longo, ja que disputaria quatro baterias. Tudo correu bem, me adaptei bem a CRF 450 cedida pelo Fábio Aleixo, meu grande amigo e um grande incentivador nesta viagem", disse o veterano que completou sete décadas de vida nesta temporada e não pensa em parar de competir na modalidade.

"Chegamos em Glen Helen na sexta à noite", explicou Roque, que no primeiro dia do evento também brigou pela vitória, mas enfrentou um imprevisto em uma das provas. "No sábado procurei participar do maior número de treinos possível, para me habituar à pista. Na primeira bateria do dia larguei muito bem, fiz o curvão por fora e de cara assumi a ponta. Consegui impor meu ritmo e venci tranquilo. Na segunda, tive problemas na largada, a moto não ligava, e quando deu a partida, saí aproximadamente 30 segundos atrás do pelotão. Me recuperei até o segundo lugar, encostando no primeiro. No final, acabei sendo vice-campeão no sábado", contou.


No dia seguinte, que é o mais importante da competição e sempre reúne mais competidores, Roque foi com ainda mais energia para a disputa. "Tudo pronto para o domingo. Fiquei nervoso com o ocorrido no sábado, mas sabia que podia vencer. Na primeira bateria novamente larguei bem, fui pra cima, assumi a ponta e venci. A segunda bateria foi um replay da primeira. Estava muito motivado e concentrado, fiz a primeira curva em terceiro (NDR: entre os sete competidores) e logo peguei a liderança, vencendo e, confesso que, no momento que cruzei a linha de chegada, me emocionei muito. É um privilégio para mim aos 70 anos competir em uma pista de nível mundial, vencer, e conquistar o título pela terceira vez", comentou o veterano.


Roque Colman e Fábio Aleixo celebram conquistas em Glen Helen
Aleixo chegou aos Estados Unidos ainda antes, dando início a aventura precisamente no dia 26 de outubro, quando, com um grupo de pilotos dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, alugou um motorhome e saiu desbravando o maior número de pistas possível, já com a idéia de terminar a 'expedição' em Glen Helen. Depois de passarem por pistas como Milestone, Perris, Pala, Cahuilla, Lake Elsinore, Competitive Edge, os brasileiros desembarcaram no famoso circuito - que neste ano também foi sede da final do Mundial de Motocross.

Até chegarem ao objetivo principal, eles fizeram treinamentos diários por onde passaram, conforme conta Aleixo, outro destaque do Brasil na competição. "Cada pista é melhor do que a outra, impossível apontar essa ou aquela, todas únicas e inesquecíveis".

Ao chegar ao evento, os brasileiros estavam 'afiados' e com muita vontade. Assim como Roque, Aleixo se deu bem e saiu da desafiadora pista com uma dupla vitória na categoria 50+ Novice. O piloto faturou as provas de sábado e domingo, superando as expectativas. "No sábado minha bateria foi oitava do dia e a pista já estava bastante castigada, com muitos braking bumps nas decidas. Andei com cuidado redobrado para não comprometer o domingo. Na primeira bateria larguei em sexto e fui ganhando posições até a vitória com uma disputa interessante com o dinamarquês Rene Hansen. Na segunda bateria larguei em sexto com Hansen na minha frente, mas mantive a calma e, ao pressioná-lo, ele passou reto numa das subidas e eu me sagrei campeão do dia", descreveu.


Aleixo largando em segundo em uma das baterias da classe 50+ Novice

No domingo, o piloto conta que o desafio ficou ainda mais interessante. "O pelotão era diferente, pois normalmente é mais prestigiado e mais pilotos se juntaram. Além disso, seria a primeira bateria do dia com a pista lisa e encharcada. Desta vez larguei em sexto, porém sofri uma queda na primeira volta e cai pra 12º, fazendo uma corrida de recuperação e chegando em segundo a 4 segundos do australiano Steve Carter, que liderou de ponta a ponta. Na segunda bateria, precisava ganhar pra levar o caneco. Larguei regular, em sexto ou sétimo, o australiano, meu principal adversário largou em primeiro. Com a pista encharcada e lisa fui bem cauteloso na primeira volta chegando a perder posições. Da segunda volta em diante, acelerei o que podia, fui passando um a um e alcançando o líder na penúltima volta, quando duelamos curva a curva até que consegui ultrapassar na famosa curva taladega de Glen Helen. Viemos na reta lado a lado e eu por dentro dei aquela 'espremida' no australiano, que tentou revidar na curva seguinte, mas também forcei e ele deu aquele grito... 'bastard', que só pude ouvir assistindo a filmagem", revelou aos risos. "Ao final, ganhei com 8 segundos de vantagem e fiquei com o título de bicampeão mundial de veteranos Glen Helen."


Richard Berois foi mais um representante do Brasil que voltou com troféu de Glen Helen
Outro grupo brasileiro partiu de Santa Catarina, capitaneado por Richard Berois, mais um piloto que saiu com título de Glen Helen e usou a estratágia de chegar cedo para se aclimatar da melhor forma possível. "Cheguei em Glen Helen com três semanas de antecedência da corrida para me adaptar com o clima e o fuso horário. No dia 31 de outubro participei da primeira corrida, o Octobercross. Foi importante minha participação para conhecer meus adversários diretos, um era sul africano e dois americanos que me deram muito trabalho. Disputei do começo ao final da corrida e terminei em segundo. Essa experiência foi boa para me preparar melhor e conhecer o sistema da competição".

"No mundial me inscrevi nas categorias 35+ Intermediate e 40+ Expert. Fiz quatro baterias no sábado e quatro no domingo. A primeira foi da 40+, onde terminei em terceiro, e em seguida já tive que alinhar novamente para a largada da 35+, que acabei em primeiro. Com esses resultados fiquei mais focado na 35+ e tudo deu certo", conta o piloto que foi campeão entre os mais jovens e ainda levou o vice na outra classe.

"Gostaria de dedicar (o título) a minha parceira de longa data Ana Cristina e a minha família que estava na torcida por mim e agradecer aos patrocinadores Luciano Lâminas, Sudati, Rede Green, Mais Engenharia, Mormaii Knee Brace, Durag, ASW, Moto Shop, 5inco, Supermercado Chico e Novo Estilo de Vida por acreditarem no meu trabalho", disse Berois.


Berois durante disputa na classe 35+ Intermediate, onde foi campeão

No sábado, Dener Alves e Everson Silva também foram ao pódio da categoria 40+ Novice - Div 2. Os dois brasileiros disputaram o título com o norte-americano Tim Warden. Ao final Dener conquistou o troféu via 1-3 nas baterias e Everson acabou em terceiro, enquanto o piloto californiano garantiu o vice com um bom desempenho na corrida decisiva.

No domingo, Everson garantiu novamente o segundo lugar na mesma classe. Na 50+ Novice - Div 2, ao lado de Fábio Aleixo, Roberto Kreischer conquistou o terceiro lugar no primeiro dia.


Dener Alves venceu no primeiro dia do evento a categoria 40+ Novice - Div 2

Infelizmente o fim de semana não foi somente de boas notícias para os brasileiros. O carioca Paulo Monteiro, um dos pioneiros do Brasil na competição, com mais de 10 participações no World Vet Motocross Championship, sofreu uma queda durante os treinos que resultou em lesões no quadril e nas costelas. Paulo precisou passar por uma cirurgia e se recupera do acidente ainda nos Estados Unidos, onde está acompanhado do filho, Serginho, que tranquiliza os amigos: "Ele está bem e logo estará de volta", garante o também piloto.

Confira os pódios brasileiros no World Vet Motocross Championship:

Pos Categoria 35+ Intermediate (Domingo) Bat 1 Bat 2
Richard Berois - Brasil
Alan Jullien
Andreas Hengtberger
Pos Categoria 40+ Novice - Div 2 (Sábado) Bat 1 Bat 2
Dener Alves - Brasil 
Tim Warden
Everson Silva - Brasil
Pos Categoria 40+ Novice - Div 2 (Domingo) Bat 1 Bat 2
Martin Cuddy
Everson Silva - Brasil
Jack Lambert
Pos Categoria 40+ Expert (Sábado) Bat 1 Bat 2
Spud Walters
Richard Berois - Brasil
Daniel Phillips
Pos Categoria 40+ Expert (Domingo) Bat 1 Bat 2
Danny Tollet
Roger Suesson
Richard Berois - Brasil
Pos Categoria 50+ Novice (Sábado) Bat 1 Bat 2
Fabio Aleixo Santos - Brasil
Rene Hansen
Scott Boek
Pos Categoria 50+ Novice (Domingo) Bat 1 Bat 2
Fabio Aleixo Santos - Brasil
Steve Carter
Lonnie Paschal
Pos Categoria 70+ All (Sábado) Bat 1 Bat 2
Lars Larsonn
Roque Colman - Brasil
Gary Anderson DNF
Pos Categoria 70+ All (Domingo) Bat 1 Bat 2
Roque Colman - Brasil
Bart Kellog
Nobuhiro Furuta






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