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>Colunas > Preparação Física

6 - Alimentação e o motocross
Publicado em: 23/01
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Guia MotoX de Preparação Física
Por Roberto César de Oliveira (Prof. de Educação Física e Fisiologista)
Foto: Arquivo MotoX


Uma alimentação balanceada se reflete no desempenho do piloto

Alimentação e o Motocross

Muitos pilotos devem perguntar qual seria a dieta ideal para se fazer no período de treinamentos e principalmente no dia da prova para ter o melhor rendimento possível. Sei da dificuldade de alguns atletas em elaborar um cardápio adequado durante o treinamento e em dias de corrida, principalmente quando não se tem uma estrutura adequada para preparar os alimentos no local. Antes de mais nada, é importante saber que, uma dieta "ideal" é aquela na qual o fornecimento de nutrientes necessários é suficiente para a manutenção, o reparo e o crescimento dos tecidos corporais sem qualquer excesso de ingestão de energia. Entretanto, as recomendações essenciais para uma dieta adequada levam em conta as demandas calóricas da modalidade, preferências dietéticas do piloto e composição corporal. Na verdade é difícil ter uma alimentação ideal para um rendimento espetacular na corrida , mas sim uma necessidade de uma avaliação minuciosa do estado nutricional do individuo, afim de seguir e obedecer um planejamento de ingesta calórica específica, eficiente e individualizada.

Outra pergunta pertinente para estas questões, é sobre o uso de suplementos alimentares para complementar a dieta. Sabemos que as pesquisas na área de nutrição esportiva estão longe de serem completadas, mas existe um consenso geral que estabelece que pessoas fisicamente ativas não necessitam de nutrientes adicionais além daqueles existentes em uma alimentação balanceada. Digo isto, pois sabemos que muitos pilotos estão acima do peso, treinam muito pouco, e muitas vezes ingerem grandes quantidades de suplementos sem necessidade. Por outro lado, para aqueles que estão em treinamento (6x por semana) seria interessante consultar um nutricionista do esporte para uma avaliação adequada e verificar se há alguma deficiência.

Sabemos das necessidades que o corpo humano tem com os macronutrientes: carboidratos, gorduras e proteínas para o perfeito funcionamento de todos os sistemas do nosso organismo. A ingestão de carboidratos se faz necessária na modalidade de longa duração, não só nos dias de competição mas durante todo o período de treinamento. Para os pilotos que correm em provas de longa duração experimentam com freqüência um estado de fadiga crônica no qual em dias de treinamento árduo se tornam progressivamente mais difíceis. Este cansaço pode estar relacionado a uma depleção das reservas de carboidratos no organismo, acarretando numa queda significativa de performance.

Nos dias de prova, observa-se cardápios variados (hambúrguers, ovos, churrasco) ricos em gorduras e proteínas entre os pilotos na área de acampamento, não correspondendo de forma adequada o que se deveria ingerir para atender a demanda energética que a modalidade exige, bem como uma fácil digestão dos alimentos. O principal objetivo da refeição pré-competição é o de fornecer ao piloto energia suficiente proveniente dos carboidratos e garantir uma hidratação ideal. As preferências alimentares do atleta, o estresse psicológico da competição e a digestibilidade dos alimentos devem ser levados em conta ao individualizar o plano das refeições. Como regra geral , os alimentos ricos em gorduras e proteínas deveriam ser eliminados da dieta no dia da corrida, pois esses alimentos são digeridos lentamente e permanecem no sistema digestório por um período maior que os alimentos que contem quantidades semelhantes de energia na forma de carboidratos. Com o aumento do estresse e da tensão que precede a corrida, pode haver uma redução significativa no fluxo sanguíneo para o sistema digestório e uma queda concominante na absorção intestinal. Além disto a falta do carboidrato gera a depleção das reservas de glicogênio nos músculos e no fígado prejudicando a performance. Com uma dieta rica em proteínas, a digestão, a absorção e a assimilação leva à um aumento do gasto calórico em repouso muito mais do que um refeição rica em carboidratos. Estando o calor metabólico aumentado leva uma sobrecarga adicional aos mecanismos corporais responsáveis pela dissipação de calor, podendo prejudicar a performance em dias quentes. Além disto o fracionamento da proteína para a produção de energia facilita a desidratação durante a corrida.

Portanto, em condições "ideais", uma refeição pré-competição contendo 150 a 300 g de carboidratos consumida 3 a 4 horas antes da prova, comporta o potencial de aprimorar o desempenho por maximizar o armazenamento de energia nos músculos e no fígado. Além disto, a refeição pré-competição só terá significado real se o piloto adotou uma dieta nutricionalmente saudável durante todo o treinamento.

Bom treino!

Roberto Cesar de Oliveira - Prof. de Educação Física e Fisiologista
Mestrando em "Fisiologia do Exercício" pela Unifesp -
Escola Paulista de Medicina
Contato: (11) 9119.9908 / (11) 3501.0322 ou performa@uol.com.br







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