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Humberto Machito Martin
Publicado em: 20/03/2015
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Em cinco anos, venezuelano vê grande evolução técnica dos pilotos no Brasil
Redação MotoX.com.br - Texto e fotos: Maurício Arruda


Humberto Machito Martin

Há cinco anos competindo no motocross brasileiro, o venezuelano Humberto Martin entra neste ano em uma nova fase na carreira. Recém-contratado pela Fly Racing, marca representada e distribuída no país pela SportsCo, Machito, como é conhecido, competirá pela primeira vez com seu próprio time, pilotando uma Kawasaki KX450F.

Assista ao clipe na MotoX TV com Humberto Machito Martins em ação na pista de Mogi das Cruzes (SP)

O encontro com o MotoX, em Mogi das Cruzes (SP), abriu espaço para o piloto relembrar sua trajetória até aqui e também revelar os planos para o futuro, além, é claro, de comentar o momento atual. Com 26 anos, o atleta natural de Caracas só pensa em seguir andando de moto o maior tempo possível. Os caminhos do esporte no Brasil e na Venezuela, os adversários e o Motocross das Nações são alguns dos temas da conversa com o piloto.


Venezuelano corre no Brasil desde 2010
MotoX: Você está há quantos anos no Brasil?

Machito: Cheguei em 2010, pela equipe Pro Tork. Já tinha visitado o Brasil várias vezes, em todos os Latino Americanos. A primeira vez que vim andava de 80cc. Foi em 2000, em Belo Horizonte, quando aconteceu o Latino junto com o Mundial. Acho que tinha uns dez ou 11 anos. Apanhei bastante naquela pista. (Risos)

MotoX: E você terminou bem a prova?

Machito: Não. Acho que não fiquei nem entre os dez primeiros. Não tinha a idade certa para a 80cc, tinha um ou dois anos a menos. Na 80cc se começa com 12 anos e eu ainda estava começando a andar. Meu pai falou: "Vamos lá trocar uma ideia, ganhar um pouco de experiência...".

MotoX: Você começou na 80cc direto? Ou já tinha alguma experiência?

Machito: Não, comecei com três anos e meio a brincar de moto. Meu pai já andava e desde pequenininho eu era louco por moto! Então, meu tio me deu minha primeira e comecei a andar, brincar. Com quatro anos, meu pai me colocou no Venezuelano.

MotoX: Quando você veio competir no Brasil em 2010, já morando no país e andando de Honda, seu primeiro contato foi com qual equipe? Como foi esse período?

Machito: No primeiro ano, estive na Pro Tork. Foi difícil por ser o primeiro. Até eu me acostumar e me adaptar com o idioma, demorou um pouco. Apesar de não ser tão diferente, também tive que me adaptar com a comida. Mesmo com alguns contratempos, fiquei em quarto no Brasileiro. A experiência foi boa e fiz muitas amizades.


Sua primeira corrida no país foi há 15 anos, quando disputava a classe 80cc e disputou o Latino Americano em Belo Horizonte (MG)

MotoX: Depois você trocou de equipe e continuou no Brasil, certo?

Machito: Isso. Voltei para a Venezuela e surgiu a proposta da equipe do Leandro Silva, de Honda também. O esquema dele lá é legal com o centro de treinamento. Eu peguei um ritmo bom de treino, fiquei bem preparado e consegui ganhar o Arena Cross na MX2.


Parceria com a Fly Racing é uma das novidades do piloto nesta temporada
No outro ano, fui para a Itamaracá, também da Honda satélite. Foi meu primeiro ano na 450cc, consegui vários pódios, tanto no Arena quanto no brasileiro. O esquema de treinos era bom também. Era uma equipe boa para trabalhar e acabei tendo bons resultados.

Aí a Yamaha ficou interessada para o ano seguinte, 2013. Assinei com a equipe oficial. Tive uns altos e baixos me adaptando com a moto no começo do ano, a tração foi difícil. É uma moto completamente diferente da Honda, que usei nos dois anos anteriores. A Yamaha tinha um chassi diferente, invertido. Eram várias coisas para me adaptar e demorou pra vir a velocidade de novo.

MotoX: Você pode dizer que foi o seu ano mais difícil com a moto?

Machito: Para me adaptar com a moto foi. Acho que só da metade do ano para a frente, consegui voltar a pegar velocidade. Os resultados não foram tão bons. Acabei me machucando na primeira etapa do Brasileiro e durante o ano tive altos e baixos. Às vezes conseguia pódio, às vezes não.

Em 2014, fiquei como satélite Yamaha. Foi difícil porque corri como piloto privado. Tive a ajuda de vários patrocinadores que fizeram o possível para minha participação nos campeonatos e, graças a Deus, deu certo. Consegui cumprir com minhas obrigações, mas também foi mais um ano de altos e baixos. Consegui o vice na Copa Minas, terminei em quinto ou sexto no Brasileiro e no Arena, cai em uma etapa e em outra não participei porque coincidia com a Copa Minas. Mas, vendo a dificuldade de não ser um piloto de fábrica, acho que os resultados foram decentes, apesar de que poderiam ter sido melhores.

MotoX: Esse ano, você está com uma situação encaminhada, mas ainda indefinida. O que tem de patrocínio? O que pode falar para essa temporada?

Machito: Agora na pré-temporada, deram certo alguns patrocinadores. Vinha trabalhando nisso desde o final do ano passado. Um deles é a Fly, do Pérsio Mattos, a Pod e a 100%, que são as marcas que ele representa aqui no Brasil. Tem também o apoio da Moura Motos, uma loja situada em Piraju (SP), a prefeitura da minha cidade, Atibaia (SP), que também dá uma boa força, e Dedel Motos, também de Atibaia. Ainda estão entrando alguns. Não posso falar ainda, mas estamos negociando.


Atualmente, Machito mora e representa Atibaia (SP) nas pistas

MotoX: Você está em negociação para ser um piloto oficial Kawasaki ainda este ano?

Machito: Ainda é cedo para falar. Sei que estamos perto dos campeonatos, mas no Brasil é assim. Estamos em conversa e é questão de tempo. Vou esperar definir, mas meu objetivo é andar de Kawasaki, seja oficial ou como piloto privado.


Pedrinho, piloto da classe 65cc, é aluno e parceiro de treinos
MotoX: Tem um garotinho acompanhando você no treino. Vocês vão competir a temporada juntos? Quem é esse garoto?

Machito: É o Pedrinho (José Pedro), meu aluno. Eu o treino desde 2014 e é um menino que mostrou bastante evolução em pouco tempo. Tem só uns dois anos de moto e já está ganhando corridas regionais. Ficou em terceiro ou segundo na Copa São Paulo do ano passado (Pedrinho foi o vice-campeão). Enfim, pelo pouco tempo que ele tem, mostrou uma grande melhora.

MotoX: Nesse meio tempo, já pensou em voltar para a Venezuela? Sabemos que você está há cinco anos no Brasil, mas tem sempre uma incerteza. Nunca é certo equipamento para a próxima temporada.

Machito: O ruim do Brasil é que os contratos são por um ano. Pode ser o melhor piloto ou um regular, mas sempre é assim. Então, é lógico que a cada final de ano, sempre penso: será que eu volto ou fico? Ano passado surgiu uma proposta na Venezuela por parte de uma importadora da Husqvarna. Era legal, mas o país também está passando por uma situação ruim, o nível do motocross lá também é um pouco mais baixo e meu objetivo é ser melhor, não me interessa ganhar só um troféu a mais, um título a mais. Aqui tem um nível bem alto. É o nível que quero ficar. Se eu tiver a possibilidade de competir nesse alto nível, vou ser mais feliz.

MotoX: Você sentiu uma evolução no esporte no Brasil desde que chegou cinco anos atrás? Os pilotos evoluíram? E, você próprio?

Machito: Bastante. O nível das pistas melhorou também, mas sempre se tem algo para melhorar. O nível dos pilotos está bem alto. Acho que a chegada dos 'gringos' no Brasil fez o nível subir. O (Carlos) Campano é o cara a se bater e isso faz com que todos nós tenhamos que nos preparar e tentar superá-lo, então, tem sempre um novo nível que podemos atingir. Isso faz o piloto ser mais profissional, se dedicar mais e buscar maneiras de chegar naquele ponto.


"Nível das pistas (no Brasil) melhorou e dos pilotos está bem alto"

MotoX: Dos adversários que você sabe que vai ter esse ano, quem você acredita que estará entre os tops, que vai surpreender?

Machito: Na MX1, acredito que os 14 primeiros são pilotos tops. Sempre tem os três ou quatro primeiros. Acho que no ano passado quem se destacou mais foi o Campano mesmo, o Jean (Ramos) mostrou uma evolução muito boa, o (Jorge) Balbi sempre está brigando entre os três, o Jetro Salazar também mostrou que é muito rápido. No final do ano chegou o Miguel (Cordovez). Tem o (Carlos) Badiali, meu companheiro da Venezuela que chegou agora. Tem o Adam (Chatfield), o (Rafael) Faria, está subindo o Thales (Vilardi), o Paulo Alberto, que é um piloto muito rápido. Tem o Rato (Marcello Lima).


Machito ja disputou o Motocross das Nações algumas vezes
Tem uma quantidade grande de pilotos que já foram campeões brasileiros, latino-americanos ou que já participaram de Mundial. O nível dos pilotos é bastante parecido e está bem alto. Diferenciar depende dessa pré-temporada, desse tempo fora. Agora voltando a treinar, acho que vai influenciar bastante no resultado no começo das corridas, mas para mim qualquer um tem possibilidade de ganhar.

MotoX: Falando um pouco sobre o Badiali, vocês têm uma relação muito próxima. De certa forma você foi um dos responsáveis por ele vir para o Brasil?

Machito: Somos amigos desde a infância. Quando nos conhecemos, ele tinha uns três ou quatro anos. Sou uns três anos mais velho que ele. Sempre ficávamos juntos nos treinos, nas corridas. Temos uma amizade de muitos anos e nossos pais são amigos também. Eles já correram juntos.

O Badiali morava nos Estados Unidos e estava em uma situação difícil no começo de 2014. Já tinha dito para ele vir para cá tentar. Na metade do ano passado, estávamos trocando ideias sobre ele vir e eu disse: compre uma passagem e venha agora. Conversei com o Sandro (Garcia) da Yamaha (Grupo Geração), ajeitamos uma moto e ele mostrou que é rápido. O pessoal da Yamaha acabou gostando. Graças a Deus deu certo para ele (Badiali foi confirmado na equipe deste ano).

MotoX: Vocês chegaram a competir juntos pela Venezuela em Motocross das Nações ou outros campeonatos?

Machito: Já, várias vezes. Fomos para os Latino-Americanos. Desde a 65cc saíamos, no Motocross das Nações já corremos juntos umas três vezes e representamos juntos várias vezes o país, também já andamos bastante juntos na Venezuela. Muitas disputas juntos. É uma competição bem saudável. Dentro da pista sabemos que ninguém é amigo de ninguém, mas a gente se respeita muito.


"Meu primeiro Nações foi em Budds Creek, nos Estados Unidos. Foi um choque grande"

MotoX: Falando da sua experiência no Motocross das Nações. Quantas vezes você já competiu lá? Como funciona a seleção dos pilotos na Venezuela?

Machito: Já fui cinco vezes. A Federação Venezuelana faz a escolha. Depois que eu fiquei quatro, cinco anos aqui no Brasil, era difícil para eles me escolherem, então, eles me chamavam, um mês antes do Nações para que eu competisse em uma etapa do Venezuelano. Dependendo do meu desempenho na corrida, me escolhiam ou não. Por sorte, sempre me escolheram. Acho que na Venezuela, os pilotos mais tops agora são o Badiali, eu, tem também o (Anthony) Rodriguez, que corre o AMA Supercross na Costa Leste, tem um menino que vem forte também, o Lorenzo Locurs, e tem mais alguns muito bons. Mas, acho que ainda o nível mais top é o nosso mesmo.


"Acho que o que mais aprendi foi sobre as pistas e o profissionalismo dos pilotos europeus e americanos"
MotoX: Dessas participações no Nações, qual foi seu melhor desempenho? Qual foi a experiência que você ganhou competindo nessas provas?

Machito: Eu lembro que meu primeiro Nações foi em Budds Creek, nos Estados Unidos e foi a primeira experiência que tive de alto nível. Foi um choque grande. O estilo de pista é bastante diferente do meu país, o jeito de tratar até. A perfeição dos pulos. Dá uma vontade grande de andar de moto e querer ficar lá. Acho que o que mais aprendi foi sobre as pistas e o profissionalismo dos pilotos europeus e americanos. O jeito de andar nas pistas é completamente diferente do que estamos acostumados e o jeito de trabalhar, dos mecânicos, da equipe, é um negócio bastante profissional. Cada um tem uma tarefa e tudo funciona de acordo com o planejado.

MotoX: Você chegou a competir nas finais alguma vez?

Machito: A Venezuela, infelizmente, nunca chegou na final. Tivemos uma chance grande na França, mas uma das motos de um dos meus companheiros quebrou faltando pouco. Meu melhor resultado foi em uma final B, terminei em quinto. Lembro que estava em terceiro até a última volta e o Jimmy Albertson e o Stuart Edmonds me ultrapassaram na última curva e perdi duas posições. Mas, foi legal. Foi uma grande experiência. Mesmo tendo uma largada ruim. Na primeira volta, estava em 12º e cheguei a ficar em terceiro. Isso foi em Saint Jean D'Angely, em 2011.

MotoX: Voltando para o Brasil. Agora estão mudando as regras para os pilotos estrangeiros. Nos últimos anos cada equipe trazia quem queria. Não havia uma regra definida. Agora mudou. O que você achou dessa nova regra?

Machito: Acho que foi bom. É uma coisa legal. Primeiro, porque não permite estrangeiro na MX2. Acho legal porque é preciso dar chance para os brasileiros mostrarem que são bons e ajudá-los a mostrar isso, entrar na MX1 já com um nome. Isso já vai fazer, talvez, com que diminua a quantidade de gringos no Brasil. O brasileiro vai ter mais chance de aparecer, de se formar, de correr em uma equipe oficial. Na MX1, eles colocaram uma regra de que para cada estrangeiro, tem que haver dois brasileiros. Achei bom também. São mais oportunidades para os brasileiros também. O sol nasce para todos. Quem merecer vai levar. Acho que é só trabalhar.


Machito vai disputar a Copa Minas, o Brasileiro de Motocross, o Arena Cross e a Superliga

MotoX: Como está sua preparação este ano? Você está treinando direto? Voltou para a Venezuela?

Machito: Dia 10 de dezembro voltei para a Venezuela e fiquei até dia 2 de janeiro parado. Só fazia a parte física, mas bem suave. Dei uma boa parada porque não fiz isso o ano inteiro. Fiquei com a família, aproveitei as férias. Dia 3 de janeiro voltei a treinar, lá na Venezuela mesmo. Fiquei me preparando até o dia 20 que voltei para o Brasil.



Atleta considerou positivas as novas regras para pilotos estrangeiros no Brasil
MotoX: Aqui, vai correr quais campeonatos?

Machito: A ideia é fazer a Copa Minas, o Brasileiro de Motocross, o Arena Cross e a Superliga. Esses são os campeonatos principais. Sempre tem os regionais que a gente acaba participando para manter o ritmo de corrida.

MotoX:  Você tem alguma preferência para o seu estilo de pilotagem? Arena Cross, Motocross?

Machito: Gosto mais do Arena Cross. Ultimamente, as pistas estão ficando um pouco mais difíceis, mas gosto bastante do jeito do Arena, da pista travada.

MotoX: Você conquistou quantos títulos antes de vir para o Brasil?

Machito: Na Venezuela, conquistei 16 títulos nacionais, desde a 50cc, passando pela 65cc, 85cc, 125cc, MX2 e MX1.

MotoX: Lá tem algumas equipes fortes, certo?

Machito: Sim, a Venemotos Yamaha. Corri com ela desde a 85cc.

MotoX: Isso foi perdendo força? Foi isso que te fez sair de lá?

Machito: Na Venezuela, o Motocross há uns dez anos era muito forte. A imprensa apoiava bastante o esporte. As marcas oficiais eram fortes. O piloto podia viver muito bem do Motocross. Conforme a economia foi parando, foi piorando e chegou quase a zero.

As equipes fortes antigamente eram a Suzuki, a Yamaha Venemotos, a KTM. Mas, deu uma parada. Agora, nesse ano de 2015, a Federação Venezuelana conseguiu liberar o imposto das motos, pois antes era proibido trazer motos de fora. Então, moto de competição é livre de imposto. Só que tem algumas regras. Você tem que registrar na Federação que está comprando a moto para andar no campeonato.


"Na Venezuela, o Motocross há uns dez anos era muito forte. Conforme a economia foi parando, foi piorando e chegou quase a zero"

MotoX: Nesse período em que eles ficaram sem poder importar motos, o que os pilotos fizeram? Usaram as que tinham?

Machito: Começaram a trazer sem documentos. Muitos conseguiam, pelo menos a Suzuki deu um jeito de trazer como peças, montava e tirava uma nota. Eles deram um jeito, mas não era o certo. De 2008 até agora lutando, a Federação conseguiu e acho que é isso o que está faltando no Brasil.


Esta será a sexta temporada do venezuelano no Brasil
MotoX: Parece que o trabalho da Federação lá é muito importante. Eles tem um trabalho respeitado pelos pilotos? Como é?

Machito: Sim. O piloto participa muito em conjunto com a Federação e ao bem comum. Então, a Federação presta conta a todos os pilotos. Todo o dinheiro que entra de patrocinador. Os pilotos sabem o que a Federação tem e não tem. Fazem um trabalho limpo e se esforçam, só que a economia da Venezuela não ajuda, mas o que dá para fazer eles conseguem, tipo esse negócio dos impostos. É algo que está ajudando muito. Foi agora em dezembro que liberou e já voltaram a ter equipes oficiais, como a Husqvarna, que não tinha, a equipe KTM voltou, a Yamaha Venemotos voltou, a Suzuki.

MotoX: O que você acha que pode ser trazido para o Brasil, levando em conta esse exemplo da Federação da Venezuela?

Machito: Uma coisa que eu vejo bastante na minha Federação é a preocupação com os pilotos. Acho que isso é o principal. Depois, eles vão em busca de patrocínio, do que for preciso para poder fazer os campeonatos. Acho que no Brasil a Confederação vem crescendo, as pistas, os eventos estão ficando cada vez melhores, mas uma coisa que acho que poderia melhorar é esse trato, essa preocupação com os pilotos. Ter uma canal mais aberto, uma relação mais próxima. Talvez ter algumas reuniões nos campeonatos entre os pilotos e os dirigentes. Hoje são eles lá e nós aqui. Poderia ter uma troca de ideias, de informações maior e ter essa preocupação para ter mais equipes.

MotoX: O que você acha que impede que o esporte tenha um crescimento consistente. Em um ano parece que vai melhorar, no outro volta tudo para o zero. Os campeonatos atrasam, falta patrocínio. O que você acha que está impedindo esse crescimento contínuo?

Machito: Acho que o sistema, talvez, não esteja ajudando, além da economia do país. Acho que o esporte depende muito das prefeituras, então, acho que o sistema tem que mudar. Por exemplo, o Arena Cross, acho top: tem TV ao vivo, é um evento legal, uma estrutura muito bonita, então acho que o brasileiro também poderia chegar a esse ponto. Ter uma TV ao vivo chama atenção de todo mundo. Mas, acho que é a organização e o sistema. A organização em primeiro lugar e melhorar o sistema inteiro.


Piloto já está totalmente adaptado e se sente em casa no país

MotoX: Vamos falar um pouco da sua vida pessoal. Você está vivendo onde? Tem namorada? Como está sua vida? Você planeja ficar no Brasil?

Machito:
Falando um pouco fora do Motocross, se bem que Motocross na minha vida é quase 24 horas por dia. Estou morando em Atibaia (SP), uma cidade em que me adaptei legal e o pessoal me acolheu muito bem. Já fiz muitas amizades boas lá e me sinto em casa.


Número 101 permanece na moto em 2015
Bom, já estou há dois anos namorando a Júlia (Paz, irmã do também piloto Renato Muguinho) e, por enquanto, o propósito é ficar no Brasil mesmo e ficar o tempo que der andando de moto, que é o que mais gosto, e no futuro tentar partir para outra área. Se não puder andar mais de moto, talvez, montar uma loja, alguma coisa que tenha a ver com moto. Mas acho que este futuro está longe, por enquanto.

Quero falar um pouco da escolinha de Motocross também, que está indo muito bem. É uma fase legal que estou vivendo, compartilhando com mais pessoas e deixando algo legal que eu sei para eles. Acho uma experiência muito bonita. Pego mais pilotos da 65cc para cima. A 50cc é uma idade que o piloto tem que andar de moto, com os pais, no fim de semana. Não precisa puxar no dia a dia. Já na 65cc consigo ensinar para os meninos a parte profissional, mas tem todo tipo de nível.


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Pedrinho (José Pedro)










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