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GP Brasil Parte 3 - Antonio Cairoli e Gautier Paulin
Publicado em: 26/04/2014
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Entrevistas GP Brasil 2014 - Cairoli e Paulin
Redação MotoX.com.br - Por Edu Erbs e Carolina Arruda - Fotos: Carolina Arruda / Maurício Arruda

Antonio Cairoli - Red Bull Factory KTM


Antonio Cairoli

Sem dúvida o maior nome em ação atualmente no Mundial de Motocross, o italiano Antonio Cairoli, que completa 29 anos em setembro, já compete no Mundial de Motocross há pouco mais de uma década. Todo esse tempo sob o comando de Claudio De Carli.

Cairoli foi contratado por De Carli, então a frente de uma equipe Yamaha, no final de 2003. A primeira temporada no Mundial de Motocross (2004), completada na terceira posição, mostrou que ele teria uma carreira promissora. Bastou mais um ano para Cairoli arrebatar o título na classe MX2, seguido de um vice-campeonato em 2006. Em 2007, ele retomou a coroa da categoria.

O ano de 2008 não foi dos melhores para Cairoli que passou boa parte da temporada contundido finalizando o campeonato na sexta posição. Em 2009, o italiano subiu para a MX1, ainda de Yamaha, e então entrou para a história: conquistou todos os títulos que disputou na classe principal até o momento.

Em 2010 mais uma mudança importante em sua carreira. Ao assinar com a Red Bull Factory KTM, o piloto levou a equipe de De Carli junto e apostou com a fábrica austríaca na nova 350cc. Foram mais quatro títulos consecutivos. Cairoli também está invicto nos dois últimos Motocross das Nações, onde venceu individualmente as quatro baterias que disputou, deixando (bem) para trás, inclusive, os pilotos norte-americanos, fato que finalmente lhe deu os créditos merecidos na América do Norte.

Nas etapas brasileiras Cairoli é um ídolo absoluto, sempre é seguido por uma legião de fãs por onde anda pelos pits. No Beto Carrero, o seguiram até ao banheiro e montaram campana do lado de fora para conseguirem uma foto com o atual líder do campeonato. Vejam o que o ídolo contou ao MotoX.



O calendário mudou bastante, começa mais cedo, com três corridas fora da Europa. Como isso está afetando vocês?

Acho legal começarmos o ano assim, porque é um campeonato mundial, então temos que correr ao redor do mundo. Essa expansão é boa.

Então, eu acho que é melhor começar de outros lugares, pois na Europa, nesta parte do ano o clima está ruim e frio. Então, o Catar, Tailândia e Brasil oferecem três etapas com o tempo bom.

Seja sincero, o que é o melhor e o pior do Brasil?

Eu não sei. A parte ruim, é talvez o clima que varia bastante. Aí não conseguimos prever como será a corrida, temos que apostar como será o tempo na hora das corridas. Então acho que isso é o lado ruim do clima tropical. Mas as coisas boas são muitas. É um país legal, muitas pessoas legais. Eu amo os fãs aqui da América do Sul. Então fico feliz de vir correr aqui.


A esposa Jill Cox também coloca a mão na massa na hora de apoiar o piloto 

Conte-nos sobre a contusão no tornozelo no início da temporada, como ela está te afetando agora?

Agora meu tornozelo está muito melhor. Eu tive uma fratura no osso. Bem pequena. Então, eu tive que deixar um pouco de treinar. Depois do Qatar melhorou bastante. Na Tailândia, não tive problemas. Espero que seja assim nesta etapa. Ainda não está 100%, mas logo estará.

Você ganhou seus três títulos mais recentes com a KTM 350cc. Na América há uma grande discussão entre a 350cc versus a 450cc. Com anda o desenvolvimento dessa moto?

A 350cc para mim é uma boa moto, perfeita para meu estilo de pilotagem. Mas na América as pistas são bem diferentes dos GPs, são mais rápidas, alguns lugares mais planos...então o torque da 450cc ajuda bastante.

Mas, eu não sei, se eu competisse nos EUA (se usaria a 450cc). Então, não sei. Acho que para mim, nos GPs, nunca tive problemas em enfrentar motores maiores. Eu sempre me encaixo muito bem com a moto. Adoro essa moto, por isso corro sempre com ela.


Claudio De Carli

Gostaríamos de saber se você mira alcançar os dez títulos do (Stefan) Everts.

Eu realmente não penso sobre os números, eu curto é pilotar todo dia. Não faço planos como as outras pessoas fazem, traçar metas e essas coisas. Eu penso corrida a corrida. Um dia quando eu parar de correr talvez eu contabilize tudo e ai vou descobrir o que alcancei.


Cairoli é o favorito dos fãs no Brasil

Você já está há um bom tempo fazendo os GPs. Já faz alguns planos para se aposentar ou vai continuar enquanto estiver mais forte que seus concorrentes?

Não, não. Com certeza, espero que eu ainda possa correr bastante. É minha paixão, primeiramente.
Lógico, é também meu trabalho, mas em primeiro lugar é minha paixão. Enquanto eu tiver paixão e motivação para correr, não vou parar. E se eu tiver bons resultados, não me machucar, será sempre bom continuar.



Gautier Paulin - Monster Energy Kawasaki


Gautier Paulin

O francês Gautier Paulin é uma das maiores ameaças ao reinado de Cairoli. Eu diria que é a principal ameaça. O piloto de 24 anos da Kawasaki venceu 3 baterias (contra 5 de Cairoli, 1 de Clement Desalle e 1 de Max Nagl) nos cinco GPs disputados até agora. O problema de Paulin é que geralmente faz uma bateria muito boa e outra apenas razoável (ou ruim mesmo) a cada GP. Talvez por isso ocupe a quarta posição no campeonato atrás de Desalle e Jeremy van Horebeek, além, é claro, de Cairoli.

Tirando a etapa tailandesa, onde sua Kawasaki sofreu com o combustível, ele marcou uma vitória ou pelo menos uma posição de pódio em ao menos uma bateria nos GPs. Na Itália, onde também venceu a primeira bateria, amargou um abandono por problemas mecânicos na segunda corrida.

A carreira esportiva de Paulin começou nos pedais onde alcançou um título mundial de BMX. No motocross conquistou seu primeiro título internacional em 2007. Correndo pela Martin Honda Junior, Paulin foi campeão europeu de MX2. Ganhou destaque no Mundial em 2009 quando foi terceiro colocado na MX2, já correndo de Kawasaki.

Em 2010 ele assinou com a Yamaha onde permaneceu por dois anos. Em 2012 voltou para a Kawasaki e subiu para a MX1. Foi terceiro colocado no campeonato de 2012 e quinto em 2013. Paulin também já representou a França no Motocross das Nações cinco vezes.

Conversamos com o francês após as corridas do GP Brasil, assim ele também nos contou como foi sua experiência na etapa do Beto Carrero.


Como foram as corridas? A chuva na segunda bateria atrapalhou?

A corrida foi ótima, fiz uma ótima largada. A classificatória foi boa e o tempo de volta também: estava em boa forma para essas corridas de domingo. Foi hoje que ficou um pouco chuvoso, o tempo estava limpo na sexta e no sábado. Mas acho que isso deixou a pista ainda melhor. Eu prefiro assim. Tinha algumas canaletas fundas, então era difícil de ultrapassar. Mas com as largadas, eu consegui os dois holeshots de hoje.

Só na primeira volta da primeira bateria, eu caí. Outro piloto, acho que o Todd Waters, teve o mesmo tipo de tombo duas curvas antes. Fiquei bravo comigo mesmo, me perdoe pelo que vou dizer: mas foi uma droga ter caído na primeira volta. Não  é fácil se recuperar depois nessa pista. Eu caí bem onde a curva fica assim (ele faz um v com o dedo), então minha moto estava no lado errado da pista, acabou que demorei para levantar e voltar à corrida. Na última volta, eu passei alguém e terminei em sexto, o que foi bom. Eu dei meu melhor, mas foi frustrante esse tombo.

Na segunda bateria, comecei na frente e fiz minha própria corrida. O Cairoli me passou, ele estava correndo bem e escolhendo boas linhas. E fiquei atrás dele, terminei em segundo... mas ainda, sim, penso no tombo, não foi sério.. então estou feliz por estar inteiro. Agora vou voltar para a Europa e treinar para a próxima etapa.

E como lidar com as corridas fora da Europa? É difícil?

 
Bem, eu amo etapas fora do continente. Porque eu estou treinando forte e gosto quando é difícil. No fim, é difícil para todo mundo, sabe, para o time também. Eles tem que enviar as motos e tudo que precisamos em caixas.

Mas acho que é fantástico ver uma cultura diferente. No Qatar, foi uma ótima corrida, e na Tailândia tivemos problemas com o combustível, mas não penso muito nisso. É claro que prefiro eu mesmo cometer o erro, do que minha moto falhar, por isso fiquei frustrado.

Mas vir aqui, ver os brasileiros, é ótimo, sabe? Vemos pessoas diferentes. No Qatar não tivemos tanta proximidade com o (pouco) público, mas as baterias foram ótimas. E na Tailândia, eram tantas pessoas, muito legal! E aqui no Brasil, então... as pessoas usam camisetas, todo mundo se aproxima dos pilotos, todos sorriem... a atmosfera é diferente, é isso que amo.

E a pista estava boa hoje também. Acho que ficar nos boxes nos deixa bem próximos do público. Todos os mecânicos estão ali, temos tudo em nossos boxes e então o público fica bem próximo de nós. Na Europa, temos grandes tendas e eu fico no meu motorhome. Não são muitas pessoas que se aproximam. E aqui as pessoas simplesmente vem... sim, tem coisas ruins, coisas boas, mas é ótimo. Eu prefiro vir aqui no Brasil do que ir à Rússia.


Paulin faz o holeshot na primeira bateria do GP Brasil

E o leilão, o que pensa sobre as pessoas desejarem comprar suas coisas?

O que eu penso sobre? Acho que é ótimo. Somos pilotos profissionais. Corremos para isso, corro pela Kawasaki para mostrar que minha moto é ótima. Então é ótimo que as pessoas queiram comprar minha moto, queiram comprar outros equipamentos. Mas não podemos vender os nossos, o que eu quero dizer às pessoas é que temos seis kits de equipamento para seis baterias. Ou capacetes, não posso dar, porque é personalizado. Ou minhas botas, que também são personalizadas.

Tudo que posso dar, eu dou. Mas nunca vou vender nada. Porque os patrocinadores me dão essas coisas de graça e se eu vender eles não vão gostar. Quando vejo pilotos fazendo isso... As pessoas vêm aqui, elas pagam pelo ingresso... Acho que se podemos, devemos dar algo a elas...

Claro, são dez mil pessoas, não posso dar presentes a dez mil pessoas! Tento fazer o meu melhor e quando venho para cá tento trazer algumas coisas. Porque toda vez são as mesmas pessoas em volta, me ajudando, cuidando das minhas coisas e é ótimo toda vez que venho ter as mesmas pessoas ao redor! Fico feliz de vê-los, então dou a eles algumas coisas.

Mas para voltar a sua pergunta, sobre as pessoas quererem comprar minhas coisas é complicado. Se eles podem comprar algo por um preço menor é legal, mas nossos patrocinadores precisam vender essas coisas no mercado.


E sua rivalidade com Cairoli nas pistas? Quando você acha que vem o seu título?

Bem, eu venci uma prova no Qatar. E lá acho que o Tony Cairoli não me alcançou. Aqui no Brasil, eu não o alcancei. Cada um tem seus bons dias. E na Tailândia todos tivemos problemas, não preciso falar sobre isso.

É preciso estar 100% com a moto, confiante... mas é também um esporte mecânico e difícil, você pode cair num segundo. Eu estou pronto para aproveitar minha chance e estou trabalhando duro todo dia para vencer, então se eu não vencer, vou continuar até vencer.









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