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>Reportagens > Especial

Dois irmãos e o sonho de disputar juntos o Rally Dakar
Publicado em: 30/12/2013
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Conheça a história dos gêmeos que disputarão juntos a prova pela primeira vez
Redação MotoX.com.br - Carolina Arruda - Fotos: DPPI/ Divulgação


Os irmãos Escalé realizarão o sonho de disputar juntos o Rally Dakar


Os gêmeos no Baja Aragon em julho deste ano. Repare, ambos disputaram a prova com calças da marca brasileira ASW
As motos do Rally Dakar 2014 largam oficialmente no dia 05 de janeiro. "Oficialmente" porque nos bastidores a largada já foi dada há muito tempo e as primeiras histórias desta edição já vêm a público. Pontos aparentemente desconexos como uma dupla de pilotos gêmeos, um príncipe do Qatar e Che Guevara se ligam e mostram por que o Dakar é o rali mais tradicional do Mundo.

Os irmãos Oriol e Gilbert Escalé, catalões de 21 anos, competem juntos desde que começaram no esporte e decidiram dar um grande passo na carreira: participar da famosa competição. A dupla planejou correr o Dakar lado a lado com duas Suzukis idênticas e os numerais 96 e 97.

Até que uma má notícia chegou aos ouvidos dos gêmeos. Em tempos de recessão econômica a saída comum é cortar gastos. E assim fez um dos patrocinadores da dupla, frustrando o plano inicial. Por conta do baixo orçamento, somente um dos irmãos poderia se inscrever. Resultados semelhantes nos últimos ralis impediam a dupla de chegar a um consenso sobre qual seria o privilegiado.

"Era impossível chegar a um acordo", contou Oriol. A solução? Os nomes dos gêmeos foram escritos em pedaços de papel para uma pessoa imparcial sortear qual dos dois competiria. Quem? A mãe dos pilotos. O sortudo foi Oriol Escalé. Em etapas do Campeonato Mundial Baja, o espanhol já chegou à frente de pilotos como Jakub Przygonski e o italiano Alessandro Zanotti, 18º colocado no Dakar 2012.


Dupla competirá com motos idênticas e os números 96 e 97

A situação mudaria a atuação de Gilbert do deserto para os bastidores da prova, como responsável pela cobertura de imprensa do irmão. "Enquanto eu estarei na moto, Gilbert estará em um veículo de imprensa escrevendo para um jornal. O que vai ajudá-lo a descobrir o que acontece por trás do rali para o próximo ano, por que com certeza estaremos correndo juntos!", contou Oriol quando a dupla teve que enxugar os custos pela falta de patrocínio.


O príncipe do Qatar Nasser Al Attiyah, campeão do Dakar 2011 entre os carros, ajudou a dupla e mudou o desfecho da história
Esse seria o desfecho da história caso a mesma não chegasse até Nasser Al Attiyah, príncipe do Qatar e campeão do Dakar 2011 entre os carros. Al Attiyah decidiu patrocinar Gilbert Escalé com apenas um pedido: o piloto deveria usar as cores de seu país na roupa. "É um milagre isso ter acontecido! Há alguns dias atrás, pensava que não poderia correr e agora está tudo certo. Meu irmão está tão feliz que também usará as cores do Qatar", revelou Gilbert Escalé.

Nasser Al Attiyah comentou a situação. "Em primeiro lugar, sou um competidor do Dakar e imagino o quanto eles se sentiram mal por verem os planos indo por água abaixo. Eu tenho condições de ajudá-los, então não pensei duas vezes. De fato, estarei de olho nos dois. Sei que são talentosos e pode ser que um dia tenha apoiado um futuro campeão do Dakar".

O príncipe do Quatar já é conhecido por ajudar competidores. Em 2009, no Rally dos Sertões, Al Attiyah doou cerca de 20 mil dólares a piloto brasileira Helena Deyama, que havia perdido o carro em um incêndio.


Salar de Uyuni, Bolívia, será parte do roteiro em 2014

A proporção de dois para um se repetiu também na rota do rali. Pela primeira vez na história do Dakar, a competição acontecerá simultaneamente em dois países: no dia 12 de janeiro, enquanto carros e caminhões enfrentam rotas argentinas, motos e quadriciclos dão as boas vindas à Bolívia dentro do percurso.

Rota do Dakar 2014

No total, motos e quadriciclos estarão separados de carros e caminhões por cinco estágios. Inúmeras foram as motivações da organização do Dakar em separar as rotas. Se por um lado motos encaram trilhas mais estreitas e técnicas agora, por outro, carros e caminhões não poderão seguir os rastros dos motociclistas, com isso a navegação será mais exigida.

A questão de segurança também pesou na decisão. A separação elimina situações de ultrapassagens com veículos de diferentes portes, especialmente, nos primeiros dias de rali quando são muitos competidores.

Na passagem pela Bolívia, os pilotos conhecerão o Salar de Uyuni, um dos maiores desertos de sal do mundo. A beleza do lugar também será a dificuldade do trajeto. "É visualmente desconcertante. As distâncias são difíceis de estimar e não tem pontos de referência. É quase como correr no céu", destacou Etienne Lavigne, diretor do Dakar.  
  

"O objetivo do Dakar é construir pontes", afirma Etienne Lavigne, diretor da prova

Aliás, Lavigne em nota oficial ao público explicou a presença de alguns locais no roteiro. "Esta edição é recheada de alusões. Começando pelo local da largada, Rosário, na Argentina. Este é o local do nascimento de Che Guevara, um pioneiro do Dakar com seu jeito de viver, quando cruzou a América em cima de sua Norton 500 com o compromisso de levar mudanças sociais", explicou o diretor do rali, que relembrou outro destaque sul-americano. "Visitar a Bolívia é uma mensagem a todo o continente, já que seu fundador, Simon Bolivar, também libertou países vizinhos".

O diretor da competição não deixa de reiterar a essência do evento. "O Dakar une as pessoas. Serão em torno de 450 veículos na largada, representando mais de 50 nacionalidades! E se hoje a figura do Dakar é significativa é por conta de histórias e importantes símbolos que dão o seu lugar na história", avalia Lavigne. "O objetivo do Dakar é construir pontes", completou.







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