Pilotos deixaram para trás resultado insatisfatório destacando o conhecimento trazido pela disputa
Redação MotoX.com.br - Maurício Arruda / Malu Souza - Fotos: César Araújo

Time do Brasil no Motocross das Nações 2012 |
A equipe brasileira, que disputou o Motocross das Nações, este fim de semana, em Lommel, na Bélgica, retorna ao país sem um resultado expressivo, mas exaltando a oportunidade de participar da maior competição da modalidade. O jovem grupo formado pelos pilotos Gabriel Gentil, Marçal Müller e Rafael Faria partiu para o evento sem grandes pretensões, encarando a participação como uma chance de aprendizado. O grupo foi formado em cima da hora - substituindo os primeiros pilotos convocados (e depois o segundo grupo) - e realmente não tinha expectativa de classificação. Como esperado, foi eliminado na Final B, bateria de repescagem, sem conseguir avançar para a disputa principal.
Na bateria de última chance, a dificuldade do time brasileiro com a pista, de areia pesada e considerada uma das mais exigentes do mundo, ficou clara. Os três atletas sofreram quedas durante a bateria e o sonho de competir no evento principal ficou ainda mais distante. Após começar a disputa entre os dez primeiros, Gabriel Gentil, que disputava a MX1, caiu algumas vezes e terminou com a 25ª colocação. Na MX2, Rafael Faria largou em 25º e, também após sofrer uma queda, teve que parar no pit stop e concluiu a bateria em 33º. Já Marçal Müller, que no sábado obteve o melhor resultado brasileiro com o 17º lugar nas classificatórias da MX Open, fechou a disputa em 27°, após ir ao chão, assim como seus companheiros. A somatória dos resultados deu à equipe a última posição na bateria de repescagem. A Nova Zelândia ficou com a vaga.

Marçal Müller |
Gabriel Gentil, não lamentou o resultado, mas exaltou a experiência. "Fiz uma boa saída, mas acabei caindo por vezes seguidas no início da prova. Depois ainda consegui umas ultrapassagens, mas finalizei em 25º. Estou muito feliz em ter participado do Nações. Foi uma experiência única que todo piloto deveria passar, um aprendizado enorme. Agradeço a todos que fizeram esse projeto se realizar", declarou Gabriel.
Rafael Faria destacou a dificuldade da pista, com características bem diferentes das encontradas por aqui. "A pista estava muito difícil. Nunca havia andado em terreno desse estilo. Os pilotos muito rápidos e a prova marcada por quedas. Essa participação brasileira foi muito importante, não só por estarmos aqui trazendo o nome do país, mas por proporcionar a chance de pilotos brasileiros aprenderem e passarem por essa experiência tão engrandecedora para nossa carreira", resumiu.
Marçal Müller salientou a oportunidade. "Saí entre os dez, estava bem até que caí e tive que parar. De qualquer forma, o importante foi finalizar a prova. Estar aqui foi muito difícil, desde o início. Superamos muitas dificuldades e estou feliz com o resultado de sábado e com a experiência. Valeu Brasil", concluiu.

Rafael Faria |
A Bélgica foi também o país que recebeu a primeira equipe brasileira no Motocross das Nações, em 1997. Os pilotos Cristiano Lopes, Nuno Narezzi e Rogério Nogueira, representaram o país em nossa estreia no maior evento da modalidade, na cidade de Nismes. Depois, foram mais quatro participações consecutivas: 1988, em Foxhills, Inglaterra, com Cristiano Lopes, Paulo Stedile e Rogério Nogueira; 1989, aqui mesmo no Brasil, na cidade de Indaiatuba (SP), com Rafael Ramos, Paulo Stedile e Cristiano Lopes; 2000, em Saint Jean D’Angely, França, com Massoud Nassar, Roosevelt Assunção e Milton 'Chumbinho' Becker; e finalmente, em 2001, na histórica pista de Namur, novamente na Bélgica, com Paulo Stedile, Douglas Parise e Massoud Nassar.
De 2002 até 2006 o país ficou sem representantes na prova. A primeira classificação nacional ocorreu somente em 2007, em Budds Creek, Estados Unidos. Através de uma vitória na Final B, a equipe formada por Wellington Garcia, Leandro Silva e Antônio Jorge Balbi Júnior retomou a participação verde-amarela com um resultado histórico e a 16ª colocação na fase final. No ano seguinte, em Donington Park, Inglaterra, os mesmos pilotos alcançaram o melhor resultado da história brasileira no evento, terminando na 14ª posição entre os principais países.
Em 2009, em Franciacorta, Itália, Swian Zanoni, Wellington Garcia e Jorge Balbi estiveram em mais uma final e repetiram a 14ª colocação do ano anterior. A competição voltou aos Estados Unidos no ano seguinte e o Brasil esteve entre os grandes novamente. Com os irmãos Anderson Cidade e Cristopher ‘Pipo’ Castro, ao lado de Balbi mais uma vez, chegamos à final conquistando a 18ª posição nas provas decisivas.

Gabriel Gentil |
Balbi acabou se tornando uma espécie de capitão do time na recente fase do Brasil na competição e fez sua quinta participação em 2011, novamente ao lado de dois irmãos, os paulistas Marcello 'Ratinho' e Dudu Lima. Saint Jean D’Angely, na França, voltou a sediar a competição e o Team Brasil voltou disputar a Final B. Estivemos na briga pela última vaga, mas apesar do esforço do grupo a sequência de finais foi quebrada.
A edição deste ano marcou a 11ª participação do Brasil na competição. Em 2012 a equipe nacional contou com patrocínio de Grupo Geração, Brasil Racing, Circuit, Pirelli e Stocovich. Apesar das dificuldades para viabilização do time nos últimos anos, estivemos presentes nas 'Olimpíadas do Motocross' pela sétima vez consecutiva. Independente do resultado, parabéns à equipe que salvou a participação do Brasil na última hora e não nos deixou de fora da competição.
No entanto, garantir um resultado expressivo entre as grandes estrelas do esporte exige mais do que empenho e dedicação, o planejamento antecipado e a presença dos principais pilotos do país é indispensável. Para que isso aconteça é preciso que dirigentes, pilotos e patrocinadores debatam o quanto antes o caminho para a viabilização do projeto nas próximas edições.
As principais equipes deveriam informar no início do ano se estariam dispostas a enviar, ou não, os seus pilotos caso selecionados. Um comprometimento firme com o esporte e com a representação do país, um compromisso que garanta na competição os nossos melhores pilotos conforme os critérios e prazos de seleção. Que o esporte esteja em primeiro plano, sem corporativismo, sem vaidades pessoais, sem brigas entre as marcas concorrentes.
Que o patriotismo e a vontade em representar o Brasil falem mais alto e que o nosso país consiga, finalmente, montar sua melhor equipe e desenvolver todo seu potencial. Os amantes do esporte sonham com isso.
Assista um vídeo da participação brasileira em 2012:
Resultado Final B do Motocross das Nações
|
1 |
B-Final |
85 |
COPPINS, Joshua |
MNZ |
Yam |
MX1 |
|
2 |
B-Final |
87 |
COOPER, Cody |
MNZ |
Suz |
Open |
|
(34) |
B-Final |
86 |
LAMONT, Kayne |
MNZ |
KTM |
MX2 |
|
3 |
B-Final |
40 |
NEUGEBAUER, Filip |
DMSB |
Kaw |
MX1 |
|
9 |
B-Final |
42 |
MICHEK, Martin |
ACCR |
KTM |
Open |
|
(22) |
B-Final |
41 |
SPICAK, Milan |
ACCR |
Kaw |
MX2 |
|
8 |
B-Final |
93 |
BUCAS, Vytautas |
LMSF |
Hon |
Open |
|
15 |
B-Final |
92 |
INDA, Matas |
LMSF |
Kaw |
MX2 |
|
(21) |
B-Final |
91 |
RUKSTELA, Nerijus |
LMSF |
Suz |
MX1 |
|
5 |
B-Final |
71 |
OSBORNE, Zachary |
ACU |
Yam |
MX2 |
|
18 |
B-Final |
72 |
CHISHOLM, Kyle |
AMA |
Kaw |
Open |
|
(31) |
B-Final |
70 |
APONTE, Gino |
FMPR |
Yam |
MX1 |
|
11 |
B-Final |
60 |
WALKNER, Matthias |
OeAMTC |
KTM |
Open |
|
13 |
B-Final |
58 |
SCHÖGLER, Marco |
OeAMTC |
KTM |
MX1 |
|
(35) |
B-Final |
59 |
NEURAUTER, Lukas |
OeAMTC |
KTM |
MX2 |
|
6 |
B-Final |
23 |
BUTRON, Jose |
RFME |
KTM |
MX2 |
|
19 |
B-Final |
22 |
CROS, Joan |
RFME |
Suz |
MX1 |
|
(36) |
B-Final |
24 |
LOZANO, Alvaro |
RFME |
Hon |
Open |
|
10 |
B-Final |
39 |
KOJIMA, Yohei |
MFJ |
Suz |
Open |
|
16 |
B-Final |
38 |
TAKENAKA, Junya |
MFJ |
Kaw |
MX2 |
|
(38) |
B-Final |
37 |
OGATA, Makoto |
MFJ |
Hon |
MX1 |
|
12 |
B-Final |
17 |
TERREBLANCE, Shannon |
MSA |
Kaw |
MX2 |
|
14 |
B-Final |
16 |
VAN DER WESTHUIZEN, Richard |
MSA |
Yam |
MX1 |
|
4 |
B-Final |
126 |
NEMETH, Kornel |
MAMS |
KTM |
Open |
|
26 |
B-Final |
124 |
SZOKE, Mark |
MAMS |
Kaw |
MX1 |
|
(37) |
B-Final |
125 |
HUGYECZ, Erik |
MAMS |
Yam |
MX2 |
|
7 |
B-Final |
74 |
RODRIGUEZ, Anthony |
FMV |
Yam |
MX2 |
|
24 |
B-Final |
73 |
BADIALI, Carlos |
FMV |
Yam |
MX1 |
|
(32) |
B-Final |
75 |
MARTIN, Humberto |
FMV |
Hon |
Open |
|
17 |
B-Final |
94 |
GUDBERGSSON, Viktor |
MSI |
Kaw |
MX1 |
|
23 |
B-Final |
95 |
BIRGISSON, Ingvi Bjorn |
MSI |
KTM |
MX2 |
|
(28) |
B-Final |
96 |
SVEINSSON, Solvi Borgar |
MSI |
Hon |
Open |
|
20 |
B-Final |
97 |
KOUZIS, Panagiotis |
AMOTOE |
Hon |
MX1 |
|
29 |
B-Final |
98 |
KOTOLETAS, Dimitris |
AMOTOE |
Yam |
MX2 |
|
(30) |
B-Final |
99 |
LLIOPOULOS, George |
AMOTOE |
KTM |
Open |
|
25 |
B-Final |
79 |
GENTIL, Gabriel |
CBM |
Yam |
MX1 |
|
27 |
B-Final |
81 |
MÜLLER, Marcal |
CBM |
Yam |
Open |
|
(33) |
B-Final |
80 |
SILVA FARIA, Rafael |
CBM |
Yam |
MX2 |
Outros resultados do Motocross das Nações 2012:
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