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>Reportagens > Especial

Luto: Processo necessário
Publicado em: 24/09/2011
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O momento da perda nos marca como uma ferida
Redação MotoX.com.br - Texto: Fabiano Mello* - Fotos: Divulgação


A perda de Swian Zanoni, um dos principais pilotos do país, foi um grande choque para todos os envolvidos com o esporte

Iniciamos essa semana com a triste noticia do falecimento de Swian Zanoni. Sem dúvida um choque para todos! E como forma de lidar com o sofrimento tentamos muitas vezes buscar explicações e encontrar responsáveis para o acontecido e depois de inúmeras tentativas acabamos percebendo que não existem respostas definitivas ou principais responsáveis e nos restará apenas aprender a conviver com a falta. Mas não há dúvidas de que se aprende tanto pela via do amor quanto da dor e nesse momento triste que fique o aprendizado sobre a necessidade de uma maior fiscalização quanto à segurança de nossos pilotos e do público presente nas competições. Árvores próximas às pistas não são realidades apenas das competições brasileiras e quem já correu em campeonatos fora do país sabe que isso acontece com muita freqüência lá também. Mas quem sabe seja a hora de nós brasileiros sairmos na frente nesse quesito de segurança e nos unirmos de modo a "sensibilizar" os órgãos responsáveis para que também prestem um pouco mais de atenção nisso.

Enfim, não há como passar ileso pela experiência da perda de alguém querido. Nessa hora tanto as pessoas mais próximas como os familiares e os amigos quanto aqueles que o admiravam mesmo sem o conhecer pessoalmente sentem suas dores de formas e intensidades diferentes. O luto é inevitável! E precisamos entender que a vivencia desse processo de luto é a forma necessária para podermos continuar nosso caminho.

Eu costumo utilizar a metáfora da ferida e da cicatriz para exemplificar o processo de luto. O momento da perda nos marca como uma ferida, que dói ao ser tocada e que pensamos até que será insuportável conviver com ela. E sem dúvida, enquanto ferida, a dor beira o insuportável. Mas para que isso não aconteça nosso organismo trata de colocar pra funcionar o processo de cicatrização. Esse processo muitas vezes é longo, cheio de etapas, mas que ao final deixa como resultado uma marca assim como a ferida que o antecedeu. A diferença é que essa marca chamada cicatriz já não provoca mais o mesmo sofrimento. Ela traz à tona a experiência vivida, ou seja, ao olharmos nossas cicatrizes somos capazes de lembrar exatamente como ele foi parar ali, mas agora ela já não dói mais.

Esse é o processo de luto, transformar o que hoje é ferida em cicatriz. Outra forma de dizer isso, seria pensar na transformação de tristeza em saudade. Hoje, pensar na partida do querido Swian nos traz sofrimento e tristeza. Mas um dia, o que ficará será a saudade - sentimento mais sereno que poderá até trazer um sorriso no rosto daquele que o conheceu ou de alguma forma o admirou. Afinal, a pessoa, o piloto, não está mais conosco, mas seus exemplos de humildade, determinação, garra... ficarão para sempre, impressos em nós como cicatriz.

*Fabiano Mello é psicólogo esportivo do Centro de Treinamento Leandro Silva.
E-mail: fabiano@bottomello.com.br  






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