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Giuseppe Luongo fala sobre a temporada 2011 e o futuro do Mundial de Motocross
Publicado em: 07/04/2011
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Giuseppe Luongo fala sobre a temporada 2011 e o futuro do Mundial de Motocross
Redação MotoX.com.br - Lucídio Arruda - Tradução: Malu Souza - Fonte: www.supercross.com


Giuseppe Luongo, Presidente da Youthstream 

O italiano Giuseppe Luongo, presidente da Youthstream, é o homem que comanda os rumos do Mundial de Motocross. E é um comando com mãos de ferro. Ao longo de sua administração tomou muitas medidas impopulares, como extinguir a premiação e restringir a participação de pilotos e equipes no campeonato. Diriamos que Luongo não é um cara amado pelos competidores.

Mas foi também sob sua direção que os GPs passaram de um negócio de algumas poucas centenas de milhares de dólares, para a casa dos milhões. Foi também onde o campeonato recebeu o maior crescimento de divulgação e mídia.

Luongo tem se esforçado para tornar a série de provas realmente Mundial novamente - elas estavam restritas apenas à Europa quando ele retomou os direitos pelo campeonato - e expandir o calendário para o maior número de continentes possível.

Prestes a iniciar a temporada 2011 na Bulgária, o site Supercross.com fez uma interessante entrevista com o capitão do navio. Reproduzimos abaixo as passagens mais interessantes.

A temporada 2011 do Campeonato Mundial inicia este fim de semana, quais são seus planos iniciais?
Nós achamos que será um ano muito bom com Mundial de Motocross continuando a crescer. O crescimento é essencial. Nós temos muito dos melhores pilotos de volta, como Ben Townley. A temporada deve ser muito interessante. Assim, a Bulgária deve ser o começo de um grande ano.

Que tipo de planejamento e preparação é preciso para o início de uma temporada de MX?
É muito trabalho. Nossa temporada de corridas dura aproximadamente seis meses. E o trabalho realmente duro vai do início de fevereiro até o final de setembro. Temos entre 60 e 70 pessoas para trabalhar somente com logística.

Como motocross acontece ao ar livre, temos que nos programar para poeira, chuva, lama etc. Então, para isso precisamos ter materiais confiáveis, equipamentos e pessoal para preparar as pistas. No inverno, nós gastamos muito tempo testando materiais, compra de equipamentos e visitando cada pista para se certificar que o solo e a infra-estrutura estão em dia. Nós nos esforçamos para melhorar cada aspecto a cada ano.

Há também o lado do marketing e da televisão. O pessoal lá trabalha diariamente na manutenção dos contratos existentes e na criação de outros novos. Muitos dos funcionários acabam trabalhando mais no inverno, fora da temporada, para garantir que as coisas estejam prontas para o início da temporada de corridas. Então, eles ficam muito felizes quando a temporada de corridas começa.


O MotoX já está na Bulgária para a abertura do Mundial de Motocross
foto: Maurício Arruda

O que os fãs podem esperar do GP de Motocross dos Estados Unidos este ano, em Glen Helen?
Estamos sempre tentando melhorar. Temos fortes parceiros norte-americanos este ano, como a Monster Energy, Fox, e muitos, muitos outros. Eles ajudam de várias maneiras, inclusive trazendo mais pilotos norte-americanos. Nesta temporada, esperamos pelo menos ver todos os pilotos Monster Energy e pilotos da KTM participando da etapa de Glen Halen.

Ao fazer o GP nos Estados Unidos, temos certeza de que é especial, e parte dos nossos planos é um dia os melhores pilotos norte-americanos e os melhores europeus disputando a mesma corrida. Isso seria um sonho realizado, não só para mim, mas eu acredito que para todos os fãs do motocross também.



Como você escolhe os países, as Federações e os promotores de corrida que você trabalha agora e em longo prazo?
É uma combinação de fatores. Na escolha do país, a economia é um dos fatores, juntamente com a forma como o motocross é apresentado lá. Com a pista, nós procuramos ter certeza de que temos o suporte de um bom local para corridas, para as equipes e para os fãs.

Por exemplo, alguns países do norte da Europa estão com as finaças em baixa. Para ter expectadores, o preço do ingresso tem de ser muito baixo, porque o salário médio nesses países é de cerca de 500 dólares por mês. Então, precisamos de apoio forte do governo nesses lugares, ou então o GP não poderia ir até lá. Em outros países e, em situações ideais, nós precisamos manter o GP em lugares com economias fortes, por isso temos expectadores.

O fator mais importante na escolha de uma pista é a economia circundante. A foto em si não é uma grande preocupação, porque nós temos um serviço muito bom que nos permite construir a pista ou modificar uma já existente.

O próximo fator que nós vemos é a tecnologia. Dois componentes que compõe uma grande parte disso é internet de alta velocidade e fontes de alimentação forte, pois sem isso seria impossível ter um evento de sucesso. Nós olhamos e avaliamos todos os fatores. A cada corrida, nós deslocamos 2.500 pessoas para fazer o trabalho. Assim, mesmo fatores como a distância do aeroporto para a pista são avaliados.


Luongo e Wolfgang Sbr, presidente de Motocross da FIM 
Onde você gostaria de expandir o esporte, e como você sente que o motocross poderia crescer?

Do ponto de vista dos pilotos, pelo lado técnico, as motos, os fabricantes, e assim por diante, eu sinto que é muito bom atualmente. Onde eu acho que poderia ser melhor é no desenvolvimento de espaços, ter mais facilidade para receber mais pessoas e ter mais possibilidades de acomodação e atividades para crianças.
Mas o mais importante que precisamos desenvolver é a mídia. Nós todos pensamos que nosso esporte é fantástico, mas precisamos encontrar uma maneira de levá-lo para todos os lares do Mundo. Nós precisamos fazer o motocross acessível na TV e na Internet para pessoas que não são capazes de ir aos eventos.

Onde você gostaria de ver o Campeonato Mundial daqui a cinco anos?
Eu gostaria de ver o Mundial em muitos lugares, incluindo a China, Indonésia, Brasil e, assim por diante. E nos lugares que são muito melhores para os fãs. Gostaria também de ter corridas em todos os continentes, e em outros países, incluindo Oriente Médio, Japão e México.

Algum dia você vai se aposentar?

Farei 51 anos em algumas semanas e ainda tenho muito tempo pela frente. Também temos vários jovens na empresa que estamos preparando para serem capazes de continuar nosso trabalho na Youthstream. Estamos sempre olhando para o futuro. Mas respondendo à pergunta, um dia eu gostaria de passar mais tempo na Nova Zelândia e mais tempo no verão em algum lugar agradável.

Em quais países você vê um grande crescimento no esporte? Em quais países você gostaria de ir em uma corrida?

Isso é muito ligado à economia - veja a Ásia, por exemplo. São milhões e milhões de pessoas, que até pouco tempo atrás, usavam principalmente bicicletas para se locomover. Agora você vê essas mesmas pessoas usando motocicletas. Eu acho que na China agora, eles produzem 20 milhões de motocicletas por ano, na Indonésia, seis milhões, na Índia, 15 milhões. A maioria são motos de pequenos porte entre 50cc e 150cc e são práticas substitutas para as bicicletas.

O próximo passo para esses povos que têm a economia em crescimento é comprar carros. E no momento que eles comprarem carros, eles vão usar motos para o esporte. Então, é onde o esporte de motocicletas chegará e crescerá.

No futuro, com certeza, o crescimentos virá dos países em desenvolvimento. O Brasil é um bom exemplo disso. Hoje nós poderíamos fazer quatro GPs no Brasil se quiséssemos. Temos muito mais consultas. Mas é claro que não faremos, porque não podemos ter o Campeonato do Mundo só no Brasil.

É o mesmo caso para Índia e China. São muitos pedidos. Não há dúvidas de que a Europa e os Estados Unidos são muito importantes para o Mundial e de onde muitos pilotos são provenientes. E isso dá legitimidade ao Campeonato do Mundo. Temos de continuar a desenvolver tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, desenvolver o esporte, para desenvolver os negócios e criar mais empregos, vamos também entrar em países com a economia em desenvolvimento.


A Youthstream comanda também o Europeu de Motocross, Mundial de Supermoto e Mundial de Snowmobiles.

Você mencionou o Oriente Médio? Houve algum interesse seu em colocar uma corrida lá?
Sim, na verdade, minha equipe já está no Catar preparando a nova pista que está localizada no interior do Losail Circuit, fora de Doha, onde a MotoGP esteve recentemente. A pista estará pronta esse ano e acreditamos que possivelmente em 2013 teremos GP no Catar.

Para ler a entrevista (em inglês) na íntegra Clique Aqui.






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