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Jean Azevedo
Publicado em: 08/02/2011
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Melhor piloto brasileiro no Dakar 2011 conta como foi sua participação na prova 
Redação MotoX.com.br - Texto: Malu Souza - Fotos: Maindru Photo e Marcelo Maragni 


Jean Azevedo foi o 7º colocado na classificação geral entre as motos no Dakar 2011

Na edição 2011 do Rally Dakar, a maior e mais respeitada prova da modalidade, disputada em janeiro entre o Chile e a Argentina, o melhor piloto brasileiro entre as motos foi o veterano Jean Azevedo. Foram mais de 9.500 quilômetros em um dos mais difíceis percursos off road do Mundo. O competidor, que nos três anos anteriores participou da prova na categoria carros, fez um retorno surpreendente às duas rodas com o tricampeonato na Super Production (acima de 450cc) e o sétimo lugar no geral. 

Muito da versatilidade de Jean se deve à experiência de 13 anos de disputa na mesma competição. Ainda sem definir se irá permanecer nos carros ou nas motos, o piloto conta na entrevista a seguir os pontos principais do Dakar e suas expectativas para os próximos anos.

MotoX: Como você avalia de forma geral sua participação no último Rally Dakar? Foi uma surpresa o bom resultado, por ser seu retorno a categoria motos?
Jean:
Na verdade, eu não tinha muita expectativa nesta última participação no Rally Dakar. Estava sem competir em duas rodas há três anos, embora ainda treinasse na moto. Então não tinha como me analisar para criar uma expectativa em relação ao meu rendimento na prova. Tudo seria de certa forma, uma novidade. 

O Rally Dakar é uma competição de longa duração, em que, além da questão física, existe também a navegação, que não é possível treinar sem participar de ralis com esse perfil. Este era outro agravante e só iria saber mesmo como eu estava nos primeiros dias de prova. Fiquei surpreso com meu resultado e a cada dia buscava mais posições. E ter conquistado a melhor posição brasileira em todas as categorias do Dakar 2011 foi muito gratificante e estimulante. 


Depois de três anos competindo de carro, o brasileiro retornou as motos...


MotoX: Depois de três anos competindo entre os carros, por que a decisão de voltar à categoria motos? O investimento menor falou mais alto?
Jean:
A decisão de ter retornado às motos nesta edição do Rally Dakar foi algo tomado em conjunto com toda a equipe, não foi pessoal. Todos os passos da Equipe Petrobras Lubrax são analisados e planejados de forma que todos possam se sobressair em suas respectivas categorias. Como eu ainda estava aberto às motos e tínhamos pilotos de carro que gostariam de realizar sua estréia no Dakar com chance de vitória entre os novatos, tomamos essa decisão para beneficiar a todos e buscar resultados expressivos em todas as categorias. 


...conquistando o tricampeonato na categoria Super Production (acima de 450cc)
MotoX: Qual foi a grande diferença que você sentiu nesse retorno?

Jean: Foi a falta de ritmo, afinal ficar três anos parado não é nada fácil. Depois que você anda de carro muda um pouco a maneira de enxergar o terreno, na moto não é possível perdermos nunca a visão de onde estamos andando, pois obstáculos que para o carro não é nada para moto podem te tirar da prova.

MotoX: Você disputou a categoria Super Production, com uma moto de 690cc. Em algum momento, sentiu mais dificuldade por conta disso, ou uma desvantagem em relação aos outros pilotos que possuíam motos mais leves?
Jean:
Quando optei pela 690cc, sabia que embora ela fosse mais pesada, mais difícil na manobras, teria o ganho em potência. Durante a competição percebi que as 450cc realmente estão muito melhores do que em relação há três anos, com uma velocidade tão grande como a minha. 

Em alguns momentos eu fui prejudicado por ter uma moto tão grande em pistas mais sinuosas, e este ano tivemos lugares que parecia enduro, onde as motos saíam para caminhos diferentes das outras categorias, mas a confiabilidade da KTM 690cc me ajudou a ficar tranquilo em relação aos problemas mecânicos.

MotoX: Qual foi o maior desafio durante a disputa? Você competiu com a mesma motocicleta que utilizava antes?
Jean:
Meu maior desafio foi voltar às motos e chegar até o final, como não tinha participado de nada antes não sabia como seria. A moto que eu competia anteriormente era a 660, um pouco diferente desta, que é uma versão mais evoluída. 


Utilizando um modelo maior e mais pesado que as 450cc, Jean conseguiu um excelente desempenho na competição

MotoX: Você teve que, de alguma forma, poupar a moto nas últimas etapas?
Jean: Não, nesse sentido tive muita tranquilidade. Competi com uma motocicleta confiável e contei com um mecânico, o Geraldo Lima, extremamente profissional, além de um grande amigo. Tudo isso influenciou no resultado final. 


Para o Dakar 2012, Jean ainda não sabe se continuará nas motos ou se retorna aos carros
MotoX: Daqui para frente, pretende alternar competições entre carros e motos?
Jean: Tenho expectativas em continuar na categoria carros, mas novamente estou à disposição de minha equipe. Estamos agora num outro tipo de rali, aquele para manter os parceiros e planejar a temporada 2011/2012. Esse processo não é tão simples e muito menos rápido, mas é tão importante quanto meus resultados em pista.

MotoX: Qual o maior desafio em uma preparação para duas categorias tão diferentes?
Jean: Muitos competidores concordarão comigo em uma coisa: a base para qualquer categoria é a moto. Tem muita gente que começou como eu, entre as motos, e que migrou para os carros. O meu irmão e companheiro de equipe, André Azevedo, começou nas motos, ficou alguns anos nos carros e em seguida foi para a categoria caminhões. Para nós este movimento é natural. Quem anda de moto consegue ter uma visão melhor do terreno, das "armadilhas", e isso é um facilitador na pilotagem do carro. Mas por mais que mudemos de categoria, posso dizer que a moto continua sendo a minha paixão.

MotoX: No próximo ano, o Dakar passará por novas mudanças com relação à potência das motos, como será essa adaptação?
Jean:
No próximo ano todas as categorias serão de 450cc, mas as motos terão as evoluções normais de um ano para o outro sem modificação no regulamento. Já eu pretendo estar nos carros e com um veículo competitivo.


Nesta edição o piloto estreou o apoio da Pro Tork, utilizando os equipamentos da marca na prova
MotoX: Quais os planos daqui para frente? Quais competições estão programadas para este ano?
Jean:
Ainda estamos definindo como será o nosso calendário, creio que apenas em março teremos uma resposta mais concreta.

MotoX: Além da Petrobras Lubrax, com quais apoios você contou nesta edição do Dakar. Atualmente é complicado encontrar parceiros que apoiem o esporte e sem eles, um atleta não pode sobreviver.
Jean: A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, CCR NovaDutra, e apoio da Mercedes-Benz Caminhões, Renov, BorgWarner, Mahle, Capacetes Bieffe, Sparco América Latina, Fazenda Real, Eye to Eye, SCHIO, Pro Tork, Inmarsat e Artfix.

Sem eles, resultados como o que conquistei nesta última edição do Rally Dakar seriam ainda muito mais difíceis. Sem incentivo é quase impossível realizar uma boa preparação. Sou muito grato pela confiança que depositam em mim para que carregue a marca deles durante as competições que participo.






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