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Stefan Everts
Publicado em: 16/09/2010
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Cinco minutos com Stefan Everts
Redação MotoX.com.br - Lucídio Arruda - Fotos: Lucídio Arruda / Maurício Arruda / Ray Archer


Stefan Everts aconselhando Antônio Cairoli no intervalo dos treinos


Stefan Everts
No Mundial de Motocross em Campo Grande (MS), Antônio Cairoli, prestes a conquistar seu quarto título mundial, era a estrela mais assediada do evento. Porém dentro da própria tenda da KTM havia outro personagem tão assediado quanto: Stefan Everts não podia dar mais que 5 passos pelos pits sem um pedido de autógrafo ou de fotos pelos fãs.

O assédio da imprensa não era menor. Todos queriam saber o que se passava pela cabeça do recordista em títulos nos Campeonatos Mundiais de Motocross. Stefan herdou o gosto pelas motos de seu pai Harry, 4 vezes campeão Mundial. Aos 17 anos o belga estreou no Mundial como piloto Suzuki e dois anos depois, em 1991 conquistou seu primeiro título na categoria 125. Encerrou a carreira como piloto profissional no topo, conquistanto o título da MX1 em 2006 pela Yamaha.

Com 10 títulos mundiais nas costas Stefan ainda podia mostrar muito nas pistas, mas já não precisava provar mais nada como piloto. Para a surpresa de muitos, foi contratado pela KTM logo em seguida, como diretor da equipe oficial da marca. Fora das pistas sua determinação em vencer permanece a mesma e quando o gate cai ele acompanha freneticamente todos os movimentos de seus pilotos, andando de um lado para o outro dos circuitos.


Em sua despedida como piloto profissional - 10 títulos mundiais e 101 vitórias


Lívia Lancelot e Harry Everts, pai de Stefan 
Cerca de um metro e oitenta de altura, bastante magro e com uma calvície pronunciada. Fisicamente, nada nos faz pensar que estamos a frente de um esportista que dominou sua modalidade de forma avassaladora. Exceto pelas panturrilhas de proporções alienígenas... aí lembramos do piloto que flutuava pelas pistas com um estilo único, 90% do tempo em pé, e bateu o recorde de vitórias com 101 GPs.

Conversamos com Everts logo após a coletiva de imprensa ao final do GP Brasil, confira como foi.

Quando assumiu seu posto na KTM, disse que o plano era colocar a marca no topo do Mundial, vencendo as duas principais categorias em três anos. Como tinha tanta certeza de alcançar essas metas no prazo?


No Brasil, a equipe KTM comemora o título de Cairoli na MX1


Durante a pré temporada com os pilotos oficiais
Everts: O plano era em três anos, mas na verdade estamos no quarto ano de trabalho. Finalmente nosso objetivo está se tornando realidade. Podemos vencer na MX2 daqui a duas semanas (como de fato ocorreu, no GP da Holanda) onde estamos bem próximos do título este ano também.

Hoje nós vencemos na MX1, um título que a KTM tentou por muito tempo. Conseguimos com a 350cc, uma moto que ajudei a desenvolver. Tony (Cairoli) acreditou na KTM, acreditou na nossa equipe. Escolheu a 350 para competir e provou que a moto é muito boa, muito forte. Claro que estou muito feliz. Primeiro por conseguirmos o primeiro título na MX1 e segundo por conseguirmos com a 350.

As vezes você parece muito nervoso na pista. Parece que são seus próprios filhos que estão correndo!

Ah, você viu! Antônio fez corridas muito interessantes. Na primeira ele veio lá de trás para chegar em segundo. Muito rápido, ao final ele estava dois ou três segundos mais rápido que os outros.

Na segunda corrida ele cometeu um erro, do tipo que é difícil se recuperar e ainda vencer o GP. E de repente ele alcança todo mundo de novo e encosta no Desalle. A duas voltas do fim não sei o que aconteceu e Desalle parou. Nós não esperávamos! Subitamente Antônio virou campeão... Tivemos que correr para pegar as camisetas e banner para a chegada! (risos) Foi uma bela surpresa!


Everts tem papel fundamental na escolha de novos pilotos. Foi ele quem descobriu Jeffrey Herlings. Aqui na foto o momento em que Marvin Musquin renova seu contrato para 2010/2011.

Quais foram seus papéis no desenvolvimento da 350cc?

É uma moto completamente nova, e ainda muito recente, então temos ainda que desenvolvê-la mais e mais. Acredito que podemos deixá-la mais rápida. Podemos melhorar o chassi, podemos melhorar as suspensões. É a primeira moto da KTM e também da WP com links na suspensão traseira. Então acho que ainda podemos progredir muito conforme a WP adquira experiência com os links.

E qual é sua participação no programa de treinamento dos pilotos. Você anda com eles pelas pistas, principalmente as novas, como esta?

Eu tento mostrar as coisas das maneiras que eu fazia, tento saber o que passa pela cabeça deles, tento interferir quando vejo que algo está errado... tenho uma relação muito próxima com Jeffrey Herlings, o jovem garoto que se machucou em Loket (Rep. Checa). Tento sempre indicar os caminhos corretos...

Com Antônio é diferente. Ele sabe onde precisa trabalhar. As vezes são apenas pequenos detalhes que tenho em mente que tento lhe transmitir.

Com cada piloto tenho uma relação diferente, mas mantenho uma boa visão geral sobre o que acontece, vejo se as coisas estão no caminho certo. Se percebo algo errado digo: "opa"! É hora de agir e colocar as coisas nos trilhos novamente. Mas atualmente o pessoal sabe como trabalhar e não é difícil.


Marvin Musquin e Stefan Everts

Quem leva a vida mais fácil, ou mais difícil? Um piloto campeão mundial, ou um chefe de equipe campeão mundial?

Ah, como piloto fisicamente é muito mais difícil. Porque é muito intenso, as corridas, o físico tem que estar sempre muito forte... mas as duas coisas são muito difíceis. Assumi o time sem nenhuma experiência (como chefe de equipe) e aos poucos fui aprendendo e ganhando experiência.

É preciso tempo, são precisos bons resultados... muito do trabalho que tivemos nos últimos três anos só rendeu frutos este ano. Então este ano, graças aos resultados, fiquei mais confiante com a direção que decidimos seguir com a KTM.

NDR: A esta altura já temos mais jornalistas querendo falar com Everts além de fãs aguardando para fotos. Para completar seu celular toca de novo: é mais alguém no velho continente querendo lhe cumprimentar pelo título.

Última pergunta: onde você se imagina daqui há cinco anos?

É uma questão difícil. Com certeza quero passar os próximos anos com a KTM. Tentar acertar nossa nova equipe nos Estados Unidos. O Supercross é nosso próximo objetivo. Conseguir bons resultados com a 350 por lá, manter o time forte na Europa e finalmente dominar no mundo todo com a KTM.


Já aposentado como piloto, Everts correu e venceu o Enduro de Praia de Weston Beach
Foto: Nuno Laranjeira



Esta última frase deixou claro o tamanho da ambição da fábrica austríaca e porque Stefan Everts sente-se tão à vontade na equipe, sendo que nunca competiu profissionalmente pela marca. Encontrou uma casa que compartilha sua sede por vitórias e não mede esforços para isso.

Se vão alcançar seus objetivos ou não, são outros quinhentos, mas quem somos nós para duvidar?


Foto: Plons






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