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As crianças e o motocross - Parte 2
Publicado em: 10/05
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Guia MotoX de Preparação Física
Por Roberto César de Oliveira (Prof. de Educação Física e Fisiologista)
Foto: Arquivo MotoX

Os pequenos campeões exigem treinamentos e cuidados especiais

As crianças e o motocross - Parte 2 - Treinamento físico 

Treinamento físico tem como seu principal objetivo desenvolver as capacidades motoras dos atletas, afim de obter rendimentos elevados através de exercícios corporais. Ao se referir à criança ou adolescente faz-se necessário descobrir e classificar a idade biológica para se ter bem claro as possíveis adaptações morfológicas e funcionais resultantes de um programa de treinamento individualmente supervisionado. Os ritmos de amadurecimento são muito individuais. 

Os programas de treinamento devem ser elaborados de acordo com o estágio de maturação da criança e não de acordo com a idade cronológica, pois jovens de mesma idade cronológica podem diferir em anos com relação à idade biológica. As crianças evoluem de forma diversa havendo diferenças maturacionais no crescimento de ossos, músculos, órgãos e sistema nervoso; determinando a capacidade fisiológica e de desempenho. Mesmo após o desenvolvimento físico mínimo exigido, a criança carece de cuidados específicos quando da prescrição de exercícios, devendo ser diferente dos padrões adultos.

Os sistemas fisiológicos da criança sofrem modificações positivas com o treinamento, promovendo alterações metabólicas que induzem o aumento de massa muscular, flexibilidade, redução de gordura corporal e melhora da utilização de substratos energéticos, sem dizer da melhor sincronização entre a maturação biológica, psicológica e intelectual; se realizada de forma regular. Resguardado as devidas proporções, o sistema cardiovascular, que é significativamente exigido no motocross, é forte o suficiente para suportar o treinamento, pois a potência aeróbia máxima é similar a dos adultos. Assim também como a força muscular não parece afetar o crescimento e o desenvolvimento das crianças, desde que o excesso de treino com cargas excessivas  sejam evitados a fim de evitar possíveis lesões no tecido muscular e ósseo. 

É desaconselhável qualquer forma de treinamento em alta intensidade com cargas máximas. O trabalho deve ser supervisionado por um professor de Educação Física obedecendo as características individuais da criança, avaliando as qualidades físicas diretamente envolvidas na modalidade e observando as necessidades motoras, já que estamos tratando de um esporte motorizado e não sabemos se a criança vai competir neste esporte a vida toda. É extremamente importante que as crianças tenham a oportunidade de ter contato com várias modalidades esportivas, não só o motocross, afim de ter um excelente desenvolvimento psicomotor. A princípio as crianças de 7 a 10 anos deveriam ser estimuladas a atividades que envolvam as habilidades básicas (locomoção, manipulação e equilíbrio) enquanto que a iniciação esportiva somente após os 11 anos e mesmo assim dependendo da solicitação motora da modalidade.

A grande preocupação dos pais de seus pequenos pilotos deveria também ser no uso de equipamentos de segurança, afim de evitar, em caso de acidentes em treinos ou corridas, possíveis lesões epifisárias que causariam danos ao crescimento e desenvolvimento, bem como o excesso de treinamento e cobranças de resultados que também podem influenciar no grau de motivação e prosseguimento na carreira esportiva.

Algumas dicas importantes devem ser ressaltadas para o trabalho com crianças:

1. Exercitar-se em horas cuja a radiação solar seja reduzida (final da tarde ou inicio da manhã).

2. Em dias frios, realizar um aquecimento prévio e sempre utilizar os equipamentos de segurança.

3. Hidratar antes, durante e depois do treinamento; considerando que as crianças tem um volume sanguíneo menor que os adultos e qualquer perda através do suor é significante.

4. Aumentar a quantidade de exercício de forma gradual observando sempre a maturação e individualidade biológica, estimulando o trabalho cardiorrespiratório, força e flexibilidade.
 
5. Descanso e recuperação são imprescindíveis.
 
6. Boa alimentação durante todo o período de treinamento. 

7. Trabalhar de forma individualizada e com profissional de Educação Física, respeitando as questões voltadas à frequência semanal, duração, intensidade e atividades mais indicadas.

Conclui-se que as particularidades do crescimento e desenvolvimento da criança merecem ser respeitadas durante todo processo de treinamento físico, e os médicos devem ajudar aos pais e treinadores a entenderem os limites individuais de cada jovem piloto, já que o crescimento normal e a maturação influenciam diretamente no tempo de aquisição de habilidades específicas.

Lembrete importante aos pais:
Volto a repetir, as crianças não são adultos que podem ser programadas para desempenhar atividades fisiológicas e psicológicas potencialmente tão questionáveis. O treinamento físico, técnico, tático ou psicológico aplicado aos adultos não deve ser transferido aos jovens sem as devidas adaptações. Erros podem levar a criança a desistir das atividades esportivas, por ela não conseguir desempenhar aquilo que os pais ou treinadores estão insistentemente solicitando. Vivemos atualmente com hábitos sedentários e se afastarmos as crianças das atividades físicas, poderemos ocasionar um grande impacto para o futuro delas. Por isso, dobre a atenção com o seu pequeno grande campeão!!

Um abraço!



Roberto Cesar de Oliveira
Prof. de Educação Física e Fisiologista
Mestre pela UNIFESP - Escola Paulista de Medicina
Contato: (11) 9119.9908 / (11) 3501.0322 ou performa@uol.com.br









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