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Pra se firmar Brasileiro de Velocross precisa rever conceitos
Publicado em: 29/06/2009
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Campeão afirma que o Campeonato Nacional precisa de mudanças 
MotoX.com.br - Por Nasri Sarkiss - Fotos: Maurício Arruda/Arquivo MotoX


Nasri Sarkiss é atual campeão brasileiro de velocross e vê com preocupação o futuro do circuito nacional

Opinião - por Nasri Sarkiss, campeão brasileiro de velocross

Aos pilotos, patrocinadores, federações e todos que de certa forma contribuem para que o esporte ainda esteja acontecendo. É com imensa indignação que comunico o descaso e total falta de respeito com pilotos e patrocinadores que estão tentando fazer com que o Brasileiro de Velocross se firme no cenário nacional. 2008 foi o ano de estreia, sendo assim de adaptação, muito trabalho e boa vontade de todos. Principalmente dos pilotos que só pagam pra andar sem direito de reivindicar nada.

Muitas pessoas e federações não acreditaram que poderia acontecer, mas a Federação Paranaense, na pessoa do Sr. Gilberto Rosa, presidente da mesma, juntamente com as federações de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul realizaram o campeonato da melhor forma possível com respeito, organização, troféus de boa qualidade e pagando uma "premiação" mínima aos pilotos. Ítem esse indispensável... Não que cubra os gastos, mas ajuda e muito. Tivemos ainda cobertura dos sites especializados, jornal e revista RaceX com apoio do Sr. Sebastião Hot, mais conhecido por todos como Tiãozinho, e que é um apoiador incondicional do esporte em geral há muitos anos. Tivemos também apoio da Yamaha Brasil e ESPN Brasil com cobertura total e entrevistas na integra com vencedores de todas as categorias.


O Campeonato Brasileiro de Velocross começou com recorde de inscritos, mas o número de participantes caiu absurdamente nas últimas etapas
O campeonato começou no Paraná com recorde de pilotos, depois passou pelo Rio de Janeiro, Mato Grosso, Santa Catarina e terminou no Paraná. É claro que tinha coisas a melhorar, sempre tem. Mas como foi o primeiro ano, todos achavam que o próximo seria melhor... Veio 2009 e a CBM divulgou o calendário. Pra começar o campeonato passou de 5 pra 8 etapas, foram incluídos Rio Grande do Sul, São Paulo, Brasília, Goiás e Natal. Onde, "na cabeça da CBM" existe o Velocross em Natal? No próprio site da CBM está escrito que o Velocross foi criado como opção mais barata pra prática do off road. Como então um campeonato onde a maioria dos pilotos (ou todos) é do Sul vai para Brasília, Goiás ou Natal?

Como um campeonato passa de 5 pra 8 etapas, sendo que o próprio Campeonato Brasileiro de Supermoto, que já existe há alguns anos, continua com 5 etapas e é realizado mais na região Sul para baratear custos e garantir assim sua continuidade. Pra completar as 4 primeiras etapas foram marcadas nas mesmas datas do Brasileiro de Motocross, sendo que alguns pilotos pretendiam participar dos dois campeonatos, inclusive eu, que participei da abertura do Motocross em Indaiatuba (SP) no sábado (a MX3 acontece no primeiro dia de evento) e retornei para o Paraná no domingo (para poder competir no Velocross). Loucura... Porque sem descanso é humanamente impossível participar de dois eventos desse nível. Sendo que temos datas vagas para realizar os dois campeonatos em finais de semanas separados.

Mesmo assim o campeonato deste ano teve inicio no Paraná, mais uma vez com recorde de pilotos (427 inscritos) ótima organização, bons troféus e premiação para todas as categorias. Depois foi pro Rio Grande do Sul, onde também teve uma organização impecável e que deu estrutura e respeito aos pilotos. Sendo que a etapa foi realizada no autódromo internacional de Santa Cruz do Sul, com acesso total a toda a estrutura, até área de box para todos. Único ítem negativo na minha opinião foi a baixa premiação e troféus, mas como a própria Federação Gaúcha me informou foi liberada pela CBM. Tirando isso parabéns aos organizadores da etapa que mostraram respeito a todos e vontade de fazer o campeonato acontecer.

Ai veio Brasília, fiz minha inscrição antecipada por e-mail, pois pelo site da mesma não seria possível. Primeiro ponto negativo... Então liguei pra confirmar e aproveitei pra perguntar qual seria o valor da premiação... Pasmem... Me foi dito que não haveria prêmio em dinheiro, e mais uma vez por sugestão da própria CBM. Liguei então ao presidente da Federação de Brasília (Sr. Carlos Senise) que foi educado e me atendeu prontamente, mas me disse o seguinte: "Não conseguimos apoio e provavelmente não haverá prêmio em dinheiro". Então pergunto a todos que estão lendo esse desabafo e protesto: Por que então a inscrição tem que ser paga?


"Que piloto quer ser campeão brasileiro de um campeonato que não tem divulgação nenhuma, nenhum incentivo ou respeito?"
Soube ainda que iria acontecer uma prova de motocross e que as baterias do Brasileiro iriam acontecer na parte da manhã. Quer dizer, o Brasileiro de Velocross não era prioridade e seria feito em conjunto com outra modalidade, o que não é possível aceitar. Penso também que todas as etapas que aconteceram até então tiveram prêmios, e que, se uma Federação não tem mínima condição, então não se disponha a realizar uma etapa de Brasileiro e que a própria CBM não deveria dar datas as mesmas.

Nada contra nenhuma Federação, mas sim com essa falta de consideração com pilotos, patrocinadores e todo mundo que quer que o esporte cresça. Ainda em Brasília os pilotos Rodrigo Volcan (RS), Lui e Luiz Fietz (SC), Jacson Keil (SC), Marcelo Marques (PR) e Agnaldo da Silva (PR) me relataram que sábado não havia luz água e nem banheiro... No domingo a categoria VX3 Especial teve a largada cancelada porque o piloto local passou reto na primeira curva. O que gerou muito protesto e discussão... Como pode uma coisa dessas?

Ainda em Brasília o número de pilotos caiu absurdamente, para 73, uma categoria largou com apenas 7 pilotos... Parecia um prova de campeonato regional...
Como vamos melhorar nosso esporte assim? Quem vai sair de casa pra ver uma prova de Campeonato Brasileiro com 7 pilotos? Que piloto quer ser Campeão Brasileiro de um campeonato que não tem divulgação nenhuma, nenhum incentivo ou respeito? E que empresa vai se interessar em investir um centavo se não há retorno? Nunca vi isso em mais de 23 anos que estou no esporte!

Pra completar não tenho visto quase nada sobre a cobertura do campeonato, os sites não se interessam, a Yamaha parou com o apoio e soube que a ESPN não conseguiu nem as despesas pra dar cobertura as etapas como no ano anterior. Em nosso Estado, o Paraná, nosso presidente ouve reclamações sugestões e tudo que precisamos pra melhorar, o que acaba contribuindo pra que tenhamos um campeonato cada vez melhor. Ainda no site da CBM se vê apenas pequenas notas sobre o campeonato. Como então vou pedir patrocínio a uma empresa pra um campeonato assim?

O que digo para os mesmos que no mínimo querem suas marcas divulgadas: onde vamos encontrar pessoas e empresários que apenas por simpatia ao piloto ou ao esporte - não para divulgar suas marcas e por fim vender seus produtos - vão nos dar apoio? Na abertura do motocross, em Indaiatuba (SP), tive uma breve conversa com o presidente da CBM, Sr. Alexandre Caravana Guelman, e o mesmo me disse que "estaria revendo o que seria possível fazer". Depois disso tentei contato inúmeras vezes, mas não tive retorno algum.


Campeão da VX3 afirma que o campeonato necessita de mudanças urgentemente
Foto: Valdinei Caetano
Sou atual Campeão Brasileiro da categoria VX3 e lidero o campeonato de 2009 na mesma categoria, mas fico indignado com esse descaso. A CBM é uma entidade criada para representar e cuidar dos interesses do esporte, e dos pilotos, e tem que estar sempre a disposição dos mesmos. O que não acontece... Não vivo nem nunca vivi do esporte, mas dediquei grande parte da minha vida a ele. Sempre "lutei" pelos pilotos e para dar mais condição e segurança a todos e quero que isso seja possível para todos que assim como eu amam o que fazem, e possam ver um futuro melhor.

Estou juntamente com a Federação Paranaense elaborando uma programação com a ordem das categorias e a premiação a ser seguida nas próximas etapas. Para que assim os pilotos possam se programar, pois a cada etapa há uma programação diferente. Um Campeonato Brasileiro ou estadual tem que ter programação fixa para todo o campeonato. Coisa que aconteceu em 2008.

Mês passado em uma etapa do estadual conversei com o amigo e piloto Veiga, de Santa Catarina, que anda na categoria VX3, o mesmo concordou com tudo que falei e sugeriu que montemos uma liga independente com as federações do Sul, que são maioria e fazem acontecer o campeonato. Isso já tinha sido sugerido pelo piloto, ex-presidente e fundador da ABPMX Marlon Olsen que criou essa entidade para cuidar dos interesses de todos os pilotos a qual apoio e represento no Paraná com o apoio da Federação Paranaense de Motocilismo. Não gostaria disso... Mas será que só temos esse caminho?

Peço a todos que estão lendo esse comunicado que repassem, divulguem, discutam e que também dêem suas sugestões. Conversem com seus patrocinadores, com outros pilotos, com promotores de eventos, com jornais revistas e qualquer meio de comunicação... Com todos que possam nos ajudar nessa batalha para melhorar nosso esporte. Precisamos nos unir para o bem do esporte em geral e do Campeonato Brasileiro de Velocross, para que esse não acabe antes mesmo de se firmar no cenário nacional.

Nasri Sarkiss é atual campeão e líder da temporada 2009 do Campeonato Brasileiro de Velocross - Categoria VX3
E-mail: sarkiss153@yahoo.com.br






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