X Fechar
foto

X Fechar
foto
Clique e saiba mais
Clique e saiba mais
Clique e saiba mais
Clique e saiba mais
Clique e saiba mais


>Entrevistas > Entrevistas

Rodrigo Selhorst
Publicado em: 31/12/2004
Clique e saiba mais

Entrevista Rodrigo Selhorst
Fotos: Arquivo MotoX


Rodrigo Selhorst


Campeão em seu Estado e destaque no Campeonato Brasileiro de 125cc (4º colocado no motocross e 3º no Arena Cross), Rodrigo Selhorst foi um dos poucos pilotos da categoria a competir nesta temporada com uma motocicleta 2 tempos. 

Na abertura do Brasileiro de Motocross em Indaiatuba, SP

Nesta entrevista o tri-campeão rondoniense comenta sobre a atual fase de sua carreira, sobre os Campeonatos de 2004 e o que espera da próxima temporada. Para este piloto, que vem de longe dos grandes centros do país, a expectativa é grande pelo início de mais um Campeonato Nacional, onde ele promete brigar pelas primeiras posições. 

Rodrigo, hoje com 18 anos de idade, parte em 2005 para mais uma temporada na categoria 125cc onde competirá com a moto número 7, sua posição atual no ranking nacional.

MotoX - Primeiro vamos falar do seu surgimento a nível nacional... em 2000 poucos haviam ouvido falar em Rodrigo Selhorst e na temporada seguinte você foi vice-campeão Brasileiro de 80cc disputando o título até o final com os principais nomes da categoria na época, como Rafael Zenni e Leandro Silva... 

Foi bem isso mesmo, fiz uma pré temporada muito forte com o (Ric) Raspa e pensei comigo mesmo em fazer alguns pódios, mas foi melhor do que eu esperava, consegui ganhar 3 etapas. Fiquei de fora de uma (com problemas mecânicos) e ainda assim  terminei o Campeonato a apenas três pontos do campeão Leandro . Fiquei muito feliz mas não o suficiente para comemorar. 

MotoX - Naquele ano você realizou um trabalho intenso com o Ricardo Raspa que se prolongou em 2003, no seu começo na 125cc. Você inclusive morou no interior de São Paulo... como foi esse período com tantas mudanças? 

Pra mim estava sendo bom até um certo ponto... treinos e escola estavam ótimos, mas sentia falta de alguma coisa, parecia que eu não estava rendendo o que tinha que render. Foi então que resolvi me mudar novamente pra Rondônia. Na minha opinião foi melhor pra mim. 

MotoX - 2004 foi mais uma temporada sua na 125cc e  você está mais experiente. A quarta posição no Brasileiro era o resultado que você esperava? 

Eu tive um bom começo no Brasileiro de Motocross 125 cilindradas, segundo colocado no Motódromo Honda, em Indaiatuba, interior de São Paulo, o que me deixou muito animado e passei a me preparar com muita assiduidade para manter a posição, no entanto, em um dos treinos, faltando apenas uma semana para a segunda etapa, sofri uma fratura no escafoide (osso do tarso) que me alijou da disputa. 

MotoX - A fratura complicou sua pretensão... 

Eu tinha certeza que estava bem e muito otimista. Foi exatamente no excesso de confiança e procurando a perfeição nos treinamentos que aconteceu o incidente e a fratura. Quando voltei não estava ainda em condições ideais, faltava ritmo, só me recompus a partir da quinta etapa em Dourados-MS, com a quarta colocação; em Cianorte-PR fiquei com a terceira colocação e em seguida em Cuiabá (MT) fui segundo. 

Esta seqüência deu uma reviravolta e a intenção era uma só, dar continuidade a tabela progressiva, no entanto na última etapa, a diferença ficou por conta da potência das máquinas - um circuito com muitas subidas - minha moto dois tempos não acompanhou as de quatro tempos o que fez a diferença e acabei fechando a classificação geral do Brasileiro 2004 na quarta colocação, o que não deixa de ser uma posição significativa, considerando as circunstâncias desfavoráveis. 

MotoX - Falando nisso, você foi um dos poucos pilotos a competir com uma dois tempos na categoria 125cc em 2004. Você já experimentou as quatro tempos? 

Sim, já andei em duas 4 tempos de amigos, senti ela muito progressima , parece que anda um pouco sem fazer força, gostei muito . 

MotoX - Você já sabe com qual moto irá competir em 2005? 

Com uma 250F (4 tempos), com certeza.
 
MotoX - Sua equipe é uma das que mais viaja durante o ano, existem etapas do Brasileiro de Motocross que são disputadas a 3 mil km da sua cidade. Conte sobre os preparativos, como é a semana da equipe antes de cada corrida? 

Na semana da corrida treinamos até terça ou quarta, depende da corrida. Depois disso arrumamos todas as coisas e saímos. Eu sempre vou ate Cuiabá (1.000 km) de carro e depois pego um avião até o local da prova, mas meu mecânico (Giba) sempre vai de carro. 


"Rondônia é meu berço, onde eu corro para minha família, meus amigos e um público que me trata com muito carinho"
Parece que não acontece nada, mas isso provoca um grande desgaste. Por exemplo, quando tem corrida aqui em Rondônia, do Latino ou até mesmo do Estadual, dá para sentir que participo muito mais "em cima da moto" do que quando vou viajar, quer dizer, fico mais solto na pilotagem, mais à vontade. Outra coisa é o clima e muito diferente de todas as etapas, fora Cuiabá que é meio parecido. 

MotoX - No Arena Cross você voltou a correr bem, inclusive vencendo a bateria de abertura do Campeonato... 

Eu me surpreendi porque não estava preparado, fui avisado dez dias antes e tive que correr contra o tempo, mas os outros pilotos concorrentes estavam na mesma situação que eu. Em Marilândia (PR), gostei do circuito e me senti bem, mesmo porque era uma pista curta o que me condicionava brigar nas mesmas condições com as máquinas mais potentes. 

E, foi exatamente isso que aconteceu, venci a primeira bateria e para mim foi muito emocionante, porque no momento em que ultrapassei o Rodrigo Siqueira, na última curva o público vibrou. Eu não sei se a alegria maior foi vencer a bateria ou o reconhecimento do público. 

MotoX - Em Tubarão (SC, segunda etapa) você voltou a vencer a primeira bateria... 

Sim, eu venci outra bateria, a alegria da conquista se repetiu, mas não a reação do público. Os catarinenses são muito bairristas, foram hostis com pilotos de outros Estados, jogaram latinhas. 

"Não sei se a alegria maior foi vencer a bateria ou o reconhecimento do público", sobre a 1ª bateria do Brasileiro de Arena Cross no Paraná.

Com a vitória da etapa eu me igualei a outros dois pilotos que venceram duas também, Rafael Zenni e Leandro Silva. O que me impressionou foi a organização do Carlinhos Romagnolli (promotor do Arena Cross), perfeito em todos os sentidos, aliás todos os concorrentes fizeram esta mesma observação. 

MotoX - E o Tri-campeonato Estadual em Rondônia? 

Rondônia é meu berço, onde eu corro para minha família, meus amigos e um público que me trata com muito carinho e, exatamente por isso, faço o possível para respeitá-lo e também os pilotos concorrentes. 

Neste ano tive uma alegria muito grande, maior do que minha participação na Latino-americano, quando cheguei na quinta colocação, na frente de todos os pilotos estrangeiros. Foi na última etapa do estadual em Porto Velho, quando um público nunca visto em uma etapa de Motocross estava ocupando os espaços nas arquibancadas e laterais da pista, e nem a chuva que caiu na última bateria fez que saíssem atrás de abrigos, vibrando com cada manobra que fazia e exagerei nos saltos para agradá-lo mais ainda. 

MotoX - Quais são seus principais adversários no Estadual e como é o Campeonato? 

Sempre, desde quando vim pra 125cc, tive grandes adversários aqui. Todos pensam que é fácil, mas não é. Agledison Viera e Alberto Maschio (Brizola), até hoje foram meus principais concorrentes aqui... enfrentei dificuldades para conseguir meus titulos. 

Falando sobre o campeonato, já participei de outros campeonatos estaduais, mas até hoje não vi um melhor do que aqui. Organização, pistas, cronometragem formam um família perfeita . 

MotoX - Atrás dos resultados de um piloto sempre existem outras pessoas... a quem você gostaria de agradecer pelas conquistas de 2004? 

Eu tenho até medo de cometer alguma injustiça, em não lembrar de alguém, mas meus pais, Reinaldo e Catia, dão sempre aquele empurrão psicológico importante quando me faltam forças nos braços e a alegria deles em cada conquista. Meus familiares, amigos que sempre chegam em momentos importantes para o "tererê", ao técnico Chumbinho, ao Giba (mecânico), técnico Thomas, do piloto Cezar Zamboni que sempre telefona me dando força. 


MotoX - E 2005, qual a sua expectativa? 

São boas, pretendo ter apoio de uma fábrica para defender a marca na temporada do próximo ano. Eu acredito que mereço uma oportunidade porque provei nas pistas a minha regularidade e potencial. Se isto acontecer estarei em condições de igualdade para honrar o patrocínio, em especial gostaria de agradecer aos meu patrocinadores que acreditam em meu trabalho: M.P. Motos Pirelli/Decar Auto Peças/Shift/Selênia. Acredito que tenho condições de brigar pelo título em 2005.






© 2000 - 2020 MotoX MX1 Internet