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Katsumi Yamazaki
Publicado em: 14/03/2007
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Entrevista Katsumi Yamazaki
Equipe MotoX - Fotos: Maurício Arruda


Katsumi Yamazaki é o engenheiro responsável pelo desenvolvimento das Honda CRF´s

Engenheiro Chefe de desenvolvimento de novos produtos da Honda Japão, Katsumi Yamazaki comanda a equipe que aprimora a linha de competição da marca. Este engenheiro japonês é o responsável por projetos como as CRF´s R e CRF´s X de motocross e enduro, a linha de motocicletas off-road de competição mais conhecida do mundo, trabalhando em conjunto com os pilotos dos Estados Unidos, Europa e Japão no aprimoramento da moto que vai para a linha de produção.

Katsumi Yamazaki esteve no Brasil onde acompanhou inclusive a prova de abertura do Campeonato Brasileiro de Motocross, vibrou com as corridas, e surpreendeu-se com o que viu por aqui. Durante sua passagem pelo país colaborou com os pilotos da equipe oficial brasileira na busca pelo melhor ajuste das motos, ajuda que valeu um agradecimento público especial do piloto Wellington Garcia, vitorioso na classe principal MX1, logo após o encerramento da prova.

Bastante atencioso e simpático Yamazaki recebeu o MotoX no box da equipe para uma rápida entrevista. Como nosso japonês ainda não passa de um "arigatô" e "sushi" contamos com a ajuda do Sr. Wilson Yasuda, da Honda Brasil, que gentilmente participou como interprete tornando possível esse interessante bate-papo. 


Wilson Yasuda, Chefe da Equipe Honda Brasil, e Katsumi Yamazaki durante a conversa com nossa equipe
MotoX: Sr. Yamazaki, qual sua rotina de trabalho, seu papel dentro da empresa?

Yamazaki: Hoje minha rotina principal de trabalho é o desenvolvimento da linha CRF 450X, da linha CRF 450R, e dar suporte a equipe de motocross nos Estados Unidos onde trabalhamos também o desenvolvimento destas motocicletas.

MotoX: Como é o ciclo de desenvolvimento da linha off road de competição? 

Yamazaki: O ciclo de desenvolvimento de uma linha off road primeiro consiste em ir ao campo (de provas) verificar as motocicletas, como elas funcionam, as necessidades dos usuários, a dirigibilidade, os freios, o motor, para que se tenha uma idéia geral das melhorias necessárias para depois dar início ao trabalho. Isto é o principal, ir ao campo descobrir as dificuldades e necessidades de quem utiliza estas motos, para então, com estas informações, começar o trabalho de desenvolvimento. Depois existe uma segunda fase, com o produto feito vamos checar potência, maneabilidade, desempenho da moto e se ela está atendendo as expectativas destes usuários, antes de chegar ao produto final.


O Sr. Yamazaki assistiu a 1ª etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross onde fez questão de acompanhar o desempenho dos pilotos Honda
MotoX: O Sr. já projetou algo interessante, inovador, que não chegou a ir para linha de produção?

Yamazaki: As vezes tenho muitas frustações (NDR: diz sorridente). Trabalho em muitos projetos e, alguns que eu achava muito bons, acabaram não concretizados. Hoje em dia a exigência que se tem de um produto é muito elevada, fazemos vários projetos (ele e a equipe que comanda), mas nem sempre eles chegam a ir para linha de produção. 

MotoX: Qual a participação das equipes oficiais dos EUA e Europa no desenvolvimento das motos, ou isto é feito apenas no Japão?

Yamazaki: O time que é responsável pelo desenvolvimento das motos está no Japão, eles fazem os testes iniciais finalizam o produto e depois levamos para os Estados Unidos onde os pilotos do time oficial americano dão opiniões e colaboram frequentemente, várias vezes durante o ano. A equipe da Europa faz este mesmo trabalho quando reunimos, uma vez por ano, equipe de pilotos e engenheiros.

MotoX: Normalmente os principais modelos quando passam por alterações profundas servem de base para as motos dos anos seguintes, que passa apenas por pequenas modificações. O que determina quando ocorrem novamente grandes mudanças? 


Após a vitória na MX1 o piloto Wellington Garcia agradeceu o engenheiro pela colaboração no trabalho de ajuste de sua moto.
Yamazaki: Quando termina o ano os pilotos apontam todos os problemas da linha de competição. Durante a temporada eles apresentam os problemas e as melhorias vão sendo desenvolvidas para o próximo modelo. No final do ano todos se reúnem (pilotos e engenheiros), ouvimos muito o que os pilotos dizem sobre a moto, onde ela precisa melhorar, e gradativamente isto é introduzido. As motos quatro tempos de motocross da linha CRF foram lançadas em 2002. Em 2005 o modelo (450cc) passou por mudanças profundas, é um ciclo. (NDR: apesar do Sr. Yamazaki não confirmar, achamos que os consumidores da marca podem esperar mudanças significativas para 2008).  

MotoX: A Honda anunciou o encerramento da produção da linha CR 2 Tempos em 2008. Os fãs do modelo podem ter esperança que isso seja revisto?

Yamazaki: As vendas de modelo 2 tempos a cada ano estão caindo, enquanto as 4 tempos estão crescendo. Não necessariamente a linha CR 2 tempos se encerrará, isto depende da demanda do modelo, havendo um grande pedido o modelo continua em produção. Não adianta a empresa produzir um modelo que não tenha consumidores, por isso a manutenção em linha dependerá da resposta do mercado.


"Nunca havia visto um time com pilotos da categoria 85cc até MX1 como aqui no Brasil"
MotoX: Em qual àrea serão as próximas grandes evoluções das motos cross, ou devemos esperar apenas pequenas modificações em um futuro próximo?


Yamazaki: Existem 3 pontos básicos que sempre estamos tentando desenvolver e ser mais eficientes. O primeiro é o peso da moto, depois a potência e a dirigibilidade. Conseguir compactar e fazer correr muito seria ótimo, são coisas que sempre  estamos pensando como fazer, como melhorar. Uma motocicleta com muita potência e boa dirigibilidade é o que buscam os clientes. A cada ano os modelos estão mais compactos, é uma evolução perceptível nos modelos off road de competição comparando as gerações anteriores com as atuais. 

MotoX: Obrigado pela entrevista. Uma última pergunta: qual foi a impressão que você teve do motocross no  Brasil?

Yamazaki: Obrigado. Conheço muito o motocross dos Estados Unidos e Europa, mas nunca havia visto um time com pilotos da categoria 85cc até MX1 como encontrei na equipe Honda aqui no Brasil. Achei tudo isso muito interessante e positivo para o esporte, esta unidade com uma equipe que trabalha em todas as categorias, com pilotos iniciantes até os da categoria principal, e essa preocupação com o seu desenvolvimento. Isto ficará na minha lembrança.

Agradecimentos: Wilson Yasuda e Ricardo Kazumi Sato (Honda Brasil).    






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