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Freeride invade o Moto X dos X Games
Publicado em: 20/03/2018
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O conceito freeride é a pilotagem livre centrada na capacidade para manobrar no solo e no ar. Habilidades essenciais para encarar o Quarter Pipe High Air, prova presente este ano dos X Games Minneapolis (EUA) e Sydney (Austrália)
Redação MotoX.com.br - Por Jose Gaspar - Fotos: Matt Morning e Gabriel Christus / ESPN; e Francisco Moraes


Colby Raha usa a angulação acentuada da rampa para voar alto, um dos maiores desafios do Quarter Pipe High Air

Ao remontarmos as origens do freestyle motocross, chegamos num ponto: o freeride. Mais do que estritamente a pilotagem em ambiente natural, freeride é um conceito, uma visão, um propósito sobre a moto. Livre pistas ou cronômetros, sem condutas ou regras. A essência do freeride é a imaginação expressa por meio de saltos, ímpeto e técnica. Não por acaso, foi o catalisador para o freestyle motocross no final da década de 1990.

Nas duas décadas seguintes ao surgimento o freestyle motocross cresceu como esporte, e alcançou o grande público por meio de eventos como X Games e X-Fighters. Assim, estabeleceu normas e regras. Sem dúvida, a essência permanece na audácia das manobras e linhas de certas pistas. Entretanto, hoje, performance e resultado ocupam papel central no FMX competitvo. É a solidificação como modalidade esportiva, para o bem e para o mal.

Seja por recursos limitados ou conceito, alguns eventos menores mantiveram o espírito freeride ao longo dos anos. Mas em 2017 uma faceta do freeride alcançou a audiência massiva: surgiu o Moto X Quarter Pipe High Air nos X Games, realizado em Minneapolis (EUA). Resumidamente, a prova consiste em voar com maior amplitude possível, com os pilotos projetando-se a partir de um quarter pipe para uma recepção paralela à rampa de lançamento. Nada de manobras envolvendo corpo ou giros. É a pura técnica para voar alto e manejar a moto no ar. Aspectos característicos do freeride.


O Quarter Pipe levou para os X Games uma estirpe de piloto diferente, com pilotagem desenvolvida nos terrenos naturais, caso de Tyler Bereman

O Quarter Pipe High Air levou para dentro dos X Games nomes habitualmente vistos nos vídeos de freeride. Caso dos primeiros colocados, respectivamente, Colby Raha, Tyler Bereman e Bryan Mcarty. Na verdade, a prova foi pensada para esta estirpe de piloto, com boa dose da pilotagem desenvolvida nos terrenos naturais. E a iniciativa mostrou-se uma forma interessante para atrair novos competidores e diversificar o panorama das provas para o público.

Quais os desafios do High Air?

Os voos do Quarter Pipe High Air são impressionantes. Por exemplo, Colby Raha atingiu 8,8 metros de altura. Porém, além do impacto visual, quais os desafios para quem salta? Segundo o francês Eric Peronnard, responsável pela organização esportiva do Moto X nos X Games, a prova exige uma combinação entre habilidade de pilotagem no ar e absoluta precisão nos pousos. Peronnard resume: "Não há espaço para erros quanto à posição da recepção e o ângulo de aproximação".

E caso um freestyler "tradicional" decidisse encarar a prova, quais seriam as maiores dificuldades? Levei a pergunta a Peronnard, que deixou claro que as diferenças entre os dois mundos são maiores do que aparentam: "O maior desafio é o ângulo de projeção da rampa. A maioria dos freestylers está habituada às rampas que lançam alto e distante ao mesmo tempo. A rampa (do High Air) chega a lembrar a rampa do double flip, lança bastante alto, mas próximo. No ápice da altura o piloto precisa manobrar (a moto) e pousar precisamente. É muito técnico, mesmo para os pilotos de FMX".


Kiko Silva aponta os desafios caso um freestyler "tradicional" decida encarar o High Air: manobrar a moto no voo e a angulação acentuada da rampa

Para ampliar a perspectiva de um freestyler sobre o High Air, recorri ao brasileiro Kiko Silva, que levantou outra dificuldade para a incursão: estrutura. Atualmente, Kiko mora na China, onde realiza shows de FMX, e ressalta que a estrutura ideal para o High Air é encontrada em poucos lugares. Consequentemente, a possibilidade de treinos é limitada para boa parte dos pilotos. E pelo ponto de vista do brasileiro, uma alternativa seria confiar na habilidade de pilotagem, partir para a competição, e lá treinar para se adaptar às características do salto.

Neste possível cenário, Kiko acredita que um dos maiores desafios surgiria durante o voo. Especificamente, na "entortada" necessária para direcionar a moto para o ponto de pouso ideal. Kiko ainda destaca a angulação bastante acentuada da rampa de lançamento como outra dificuldade.

A prova caiu no gosto do público e da organização dos X Games. Em 2018, o Quarter Pipe High Air integra o quadro de provas das edições de Minneapolis (de 19 a 22 de Julho) e Sydney (de 19 a 21 de Outubro). Veremos algum freestyler aventurando-se na prova? Pilotos de motocross, como fez Josh Hill? Ou quem sabe um freerider puro, até então despercebido pelos holofotes. São possibilidades, que aumentam o interesse pelo Quarter Pipe High Air.

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