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5 fatores de uma volta vencedora no freestyle motocross
Publicado em: 11/11/2017
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Entenda quais elementos são essenciais para vencer no FMX
Redação MotoX.com.br - Por Jose Gaspar - Fotos: Kleber Smith, Guilherme Brito, Rafael Gagliano e Nilo Pavarini


Ímpeto para encarar riscos e criatividade para enxergar saltos de modo diferente são estímulos à inovação
Foto: Guilherme Brito

Nos segundos das voltas nas competições FMX, muito acontece dentro da pista. Diversas manobras, diferentes saltos e um desafio superado a cada pouso. A ação leva a uma atmosfera emocionante para o público. E hoje, cada posição é duramente disputada pelos pilotos. Diante de tantos elementos e competitividade, o que faz uma volta vencedora?

Para responder, listei 5 fatores essenciais. E, a fim de tornar tudo ainda mais claro, pedi reforço a Diego Djamdjian (piloto e instrutor de FMX) e Marcelo Simões (cinco vezes campeão do Circuito Brasileiro de FMX).

Vamos aos cinco fatores.

Inovação, Criatividade e Risco

Entre os aspectos mais atrativos do freestyle motocross está a Inovação. A modalidade é movida a novidade. Sobretudo, por novas manobras. Basta observar a história: dos simples Can Cans evoluiu-se até os Flips. Portanto, manobras inéditas, exclusivas, ou momentaneamente restritas ao repertório de poucos pilotos são importantes no caminho para a vitória.

Momentaneamente restritas. O termo é relevante. Salvo poucas exceções, uma vez criada, toda manobra será absorvida pelos demais pilotos. Até aprimorada. É questão de tempo. Neste ponto entra em cena a Criatividade. A capacidade do piloto para executar determinada manobra de maneira diferente, ou num salto específico. Por exemplo, quando a manobra é acrescida de outros movimentos, os chamados "combos", ou feita numa seção desafiadora da pista, como num lançamento de terra. Elementos que elevam o Risco.


Conforme o ângulo observado, o apelo visual da manobra cresce, assim como a empolgação de quem assiste
Foto: Guilherme Brito

Risco remete à ideia de queda. De lesão física. Mas Risco está relacionado sobretudo ao conceito de desafio. Portanto, não se trata de estimular apresentações perigosas, mas valorizar o comprometimento para encarar saltos arriscados. Além disso, risco físico à parte, manobras desafiadoras representam maior Risco de falha. E consequentemente de comprometer a consistência da apresentação.

"Estar com as manobras sempre prontas é o maior desafio. Não há aquecimento (quando a volta é iniciada). Executar, na hora, entre oito e 10 manobras exige muita concentração. Isso é resultado de muito treino, muito tempo, horas de voo mesmo", detalha Djamdjian.

O Bikeflip é exemplo perfeito de Inovação, Criatividade e Risco.

Saltos (bem) distintos entre si

Pense na moto como uma plataforma ao longo da qual o piloto deve se movimentar ao manobrar. Ele pode utilizar as aberturas na caixa do filtro de ar (grabs) para um Double Grab ou utilizar o guidão como apoio para erguer-se num Cliffhanger. Ou ainda esticar um Shaolin à frente da moto.

No exemplo acima, as três manobras aproveitam mais a plataforma (moto) comparadas a um Double Grab, Supercan e Hart Attack. Manobras com base semelhante, e concentradas na área traseira da moto. Conceito aprofundado na explicação de Marcelo Simões:

"Fazer um Double Grab e no próximo salto um Rocksolid não é legal. Uma manobra é uma sequência da outra, evolução da outra. É preciso variar bastante. Uma manobra de grab, outra utilizando o guidão, tirar a moto de eixo, e assim vai".


O piloto deve aproveitar toda a extensão da moto para demonstrar o seu repertório de manobras
Foto: Rafael Gagliano

Conforme Simões menciona, além do corpo do piloto, a própria moto é movimentada em seus eixos. Pode ser colocada perpendicular ao solo nos Rulers, inclinada nos Whips e rotacionada nos Flips. Por sinal, os Flips abriram dimensão adicional (inversa) para serem acrescentadas manobras.

Assim, quanto mais diversificado tudo isso, melhor!

O piloto deve empolgar


Nada de dança, nem firulas. A empolgação do público e juízes é resultado da qualidade da ação na pista
Foto: Nilo Pavarini
Antes de tudo, algo fundamental: não confunda empolgar com brincar. Não se trata de dançar, fantasiar-se, nem mesmo atiçar o público antes ou logo após a apresentação. Sim, isso pode até ser parte do espetáculo, mas no âmbito esportivo, empolgação é a reação do público e dos juízes ao assistirem à ação na pista. Fato que até altera a estratégia competitiva de alguns pilotos, como Simões.

"Dependendo da manobra, determinado ângulo de visão pode impressionar mais ou menos. Então, primeiro observo onde os juízes estão, e faço a volta para eles. Mesmo que isso exija me arriscar mais em alguma rampa posicionada em certo ponto do traçado", revela Simões.

Empolgação vem da energia do piloto ao manobrar, da disposição transmitida por ele na pilotagem, do comprometimento exigido pelos saltos desafiadores. O público é referencial  observado pelos juízes, que combinado à própria reação, avaliam a intensidade da performance.
 
Curiosamente, para alguns pilotos a empolgação é via de mão dupla. Caso de Djamdjian: "Quando acerto uma manobra impactante, o público vibra muito. E sem perder a concentração fico animado dentro do capacete. Há uma sintonia. Inconscientemente, o público ajuda na próxima manobra. E essa energia vai aumentando".

Arregalou os olhos, sentiu o coração bater mais forte? Vibrou com as manobras? A empolgação certamente alcançou você.

No próximo artigo abordaremos uma questão controversa: "Os juízes realmente entendem de freestyle motocross?". Até breve.



Há mais de uma década envolvido com o lado esportivo do FMX no exterior, Jose Gaspar colaborou com a maior reestruturação promovida no regulamento esportivo do Mundial de FMX, com a IFMXF e a FIM, na Suíça. Desde então, julgou e contribuiu na parte esportiva do Red Bull X-Fighters, além de outros eventos, como X Games, Mundial de FMX e Gladiator Games.







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