Após 18 participações no Rally Dakar, piloto tira folga de fim de ano e comemora o réveillon com a família
Redação MotoX.com.br: Lucidio Arruda - Fotos: Victor Eleutério, Lucidio Arruda, Doni Castilho
Jean Azevedo
Jean Azevedo
Na ocasião do
almoço de final de temporada promovido pela Honda, aproveitamos também para uma conversa rápida com Jean Azevedo. O piloto de São José dos Campos (SP) é um dos recordistas em participações no Dakar e, pelo primeira vez em quase duas décadas, vai passar uma virada de ano mais tranquila. Recordista também em vitórias no Rally dos Sertões, Jean avaliou sua temporada 2016 e, claro, falou também sobre o Dakar e sobre ficar fora da competição esse ano.
Jean, faça um balanço da sua temporada 2016.
Foi uma temporada boa, eu terminei vice-campeão brasileiro. No Rally dos Sertões, infelizmente tive problema num dia que eu não terminei, que acabou com as chances de buscar o sétimo título, mas de qualquer forma eu continuei na prova, ajudando o Gregório (Caselani) a buscar o título dele e manter o título na Honda. Venci várias especiais, o que foi bom. Eu faço um balanço positivo, porque o Gregório mereceu, mereceu o Sertões, mereceu o título Brasileiro. Eu fiquei contente com os meus resultados e agora é descansar, né. Esse ano não vou para o Dakar, quem vai é o Gregório, vamos ficar na torcida. Depois de 18 anos...
Isso que eu ia perguntar. Vai aproveitar o réveillon esse ano?
Pela primeira vez.com meus filhos, não é? Minha filha tem 12 e meu filho nove, eu estou há 18 anos consecutivos no Dakar. Então esse ano vou ficar com a família, aproveitar para descansar um pouquinho. Com esse calendário do Dakar eu nunca tinha descanso. Terminava a temporada, continuava treinando para o Dakar e aí já emendava na temporada seguinte, não podia parar. Então eu estou há muitos anos num ritmo frenético, acho que essa parada será boa para recuperar e voltar melhor em 2017.
Tunico Maciel, Gregório Caselan e Jean Azevedo, o time de Rally da Honda
Foi uma decisão sua não participar esse ano ou foi um conjuntura de equipe, algo assim?
Foi uma decisão em conjunto com a Honda. Da forma como aconteceu esses últimos anos, um piloto brasileiro dentro da estrutura da HSA (Honda South America), sempre acaba sendo um piloto de apoio ou desenvolvimento. Eu já tenho a minha história no Dakar, já fiz quinto, já venci etapa, já fiz sétimo, já andei várias vezes entre os dez primeiros, entre os cinco. Eu tenho potencial para ir lá e disputar as primeiras colocações. Da maneira como era distribuído o papel de cada um dentro da equipe eu ficava um pouco amarrado na possibilidade de buscar resultados.
É lógico que fiz meu trabalho, aceitei fazer o trabalho quando fui, fico muito orgulhoso de ajudar a Honda, de certa forma. Mas esse ano, como disse, vai ser muito importante descansar e voltar mais recuperado para na temporada 2017 buscar o sétimo título no Sertões, o décimo título brasileiro e disputar com o Gregório, com o Tunico (Maciel) e com os pilotos das outras marcas aqui no Brasil.
O Dakar faz parte do seus planos ainda ou você tem a sensação que já cumpriu seu papel lá?
É como eu falei, se for numa estrutura em que eu possa fazer a minha prova e buscar um resultado para o Brasil, para a Honda do Brasil, para o Jean Azevedo, lógico que eu tenho motivação para fazer, sim. Mas na verdade eu sou um funcionário da Honda. Se chegar o ano que vem e falarem para mim "eu preciso que faça esse trabalho aqui", eu vou! Sempre tomamos as decisões em conjunto, eu e a Honda sempre sentamos e conversamos e o que for melhor para a Honda sempre estarei disposto a fazer, qualquer que seja o papel.
O Gregório vai para a primeira participação no Dakar. Apesar de toda a vivência nas competições aqui, no Dakar tudo é diferente, é sempre uma experiência nova. O que você passou para ele, quais foram as dicas?
Na verdade a gente já vem trabalhando junto o ano todo, né. Na provas do Brasilelro, no Sertões trocamos bastante experiência, não só com ele, mas com o Tunico também. Tento passar essa experiência de muitos anos, Tem sido bem legal essa troca de informações, agora pro Dakar... não estou diretamente com ele no dia a dia, quem está com ele é mais o Dário (Júlio), que o acompanhou nos Estados Unidos, vai com ele para o Dakar, mas conversamos bastante. Falei com ele sobre a prova, sobre o regulamento, o que tem que levar, o que tem que fazer, o que tem que deixar de fazer. Acho que o mais importante numa primeira participação é ganhar experiência, não é focar em resultados porque o Dakar é bem diferente. Cumprir com as etapas diárias e chegar até o final já é uma grande vitória para ele.
Muito obrigado e um bom réveillon! Vai conseguir estourar uma champanhe esse ano?
(Risos) Ah, sim. Esse ano vou aproveitar com a família!