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Expedição Fé Real - Jaboticabal (SP) - Parati (RJ)
Publicado em: 17/02/2010
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Expedição comemora 10 anos ampliando seu roteiro até o litoral fluminense
Redação MotoX.com.br - Depoimento de Luciano Durigan - Fotos: Divulgação


Expedição Fé Real teve início em frente a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, em Jaboticabal (SP), seguindo até Parati (RJ)


Os pneus furados foram uma constante durante toda a aventura. Foram três, só no 1º dia
Todos os anos um grupo de amigos com suas motocicletas fora de estrada parte em uma viagem saindo da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, de Jaboticabal, interior paulista, rumo à Basílica na cidade de Aparecida, também no interior de São Paulo. Em 2009 a viagem comemorou 10 anos com uma novidade: a equipe esticou o percurso até o oceano, seguindo até a cidade de Parati no Rio de Janeiro. Percorrendo o caminho da fé e parte da estrada real, a aventura foi chamada de "Expedição Fé Real". 

Veja mais 52 fotos da aventura na galeria ao lado

Desta forma o trajeto do passeio passou por trilhas inéditas. Luciano Durigan, um dos aventureiros, conta sobre este antigo desejo:  "Todo ano, quando chegávamos em Aparecida, dava uma vontade danada de prosseguir ainda mais... Olhávamos no mapa e no GPS e víamos o oceano tão próximo! Mas a Serra do Mar, sempre ’incomodava’ o desafio... Assumimos essa nova aventura na 10ª edição. Em boa parte desse novo trajeto, usamos a Estrada Real, que sempre tivemos grande vontade de percorrer", explicou o aventureiro. 

O próprio Durigan, faz um relato das aventuras do grupo nos cinco dias de expedição. Acompanhe o dia-a-dia da Expedição Fé Real.

"Já na véspera da saída, a adrenalina e a ansiedade tomam conta de toda a equipe, todos quietos, concentrados, bagagens prontas, motos preparadas e um grande desejo de sair mundo afora. É comum escutar o relato dos novatos que nem conseguem descansar e acabam por dormirem pouco na véspera. 


Trilhas e estradas em meio a plantações de eucaliptos fizeram parte do 1º dia, mas...

1º Dia:
O despertador toca... Chegou a hora! Uma grande sensação de liberdade toma conta da gente... Do celular faço a conexão com a equipe, todos à postos... Última checagem, tudo certo... Partida na moto, 'sangue nos olhos' e inicia-se a aventura. O combinado era de todos se encontrarem na igreja de Nossa Senhora Aparecida de Jaboticabal (SP), onde o padre nos esperava para nos abençoar e, como de costume, a roda para rezar e pedir proteção à todos da expedição.

Assim foi feito, rezamos, fomos abençoados juntamente com nossas motos e pé na estrada. A aventura começa e, ao contrário do ano anterior, apesar do tempo nublado, o chão estava seco na região e a poeira tornava-se um desafio. A primeira parada para abastecimento foi na cidade de Bonfim Paulista (SP), por sorte, um dos pilotos percebeu que seu pneu dianteiro estava furado. Como no posto havia uma borracharia, até que o conserto foi tranquilo.


...As dificuldades no trajeto logo apareceram
Pneu arrumado, tanques cheios e a viagem continua, passamos por Cravinhos (SP) e seguimos para São Simão (SP), onde o caminho já começa a ficar mais bonito e interessante. Entramos ao lado do trilho do trem e por algum tempo acompanhamos a linha até entrar em uma trilha muito 'chic' saindo em uma grande floresta de eucalipto. Ali é o teste para 'afinar os braços', um lugar seguro, estrada larga e pura areia, não tem como não 'socar a mão', até os mais tranquilos se empolgam ali e aceleram tudo.

Esse esquema de areia e floresta de eucalipto vai até Santa Rita do Passo Quatro (SP), onde mais um pneu furou, outro dianteiro. Como de costume levamos uma bomba para encher pneu, trocamos a câmara de ar para, chegando na cidade seguinte, mandarmos arrumar a que furou. Seguimos o caminho com destino a Tambaú (SP), onde a linha do trem sempre nos acompanhava, porém, logo à frente, essa linha adentra numa montanha, um túnel de aproximadamente uns 500 metros em curva nos esperava. Por ser curva, quando se chega no meio dele não sê vê nem a luz da entrada, nem a da saída, um escuro total acontece naquele local. Pra piorar, saindo desse túnel, há um vale de aproximadamente 500m também, onde a linha do trem passa sobre uma ponte perigosa, e é esse o nosso caminho de todos anos. A sorte dos novatos é que escutamos o barulho do trem e por segurança optamos por cortar o caminho da ponte.

Chegando em Tambaú (SP) paramos para almoçar. Ali oficialmente inicia-se o 'Caminho da Fé'. Para não pesar no estômago, optamos por um lanche leve e 'pé na areia', mais um abastecimento e partimos. Entramos nas trilhas demarcadas pelos peregrinos e durante muito tempo ela é nosso rumo e orientação. Passamos por Casa Branca (SP), entramos em outra trilha muito linda, quando de repente, outro pneu furado! Resolvido o problema, tocamos e chegamos na cidade de Águas da Prata (SP), abastecemos novamente e, dentro da cidade, numa picada ao lado da principal avenida, uma trilha de pedras soltas e cascalhos muito joia. Costuramos toda a montanha e ao chegar ao topo encontramos uma visão privilegiada da cidade com um lindo pôr-do-sol ao fundo. 


Com o atraso provocado pelos pneus furados a noite chegou com os aventureiros ainda na trilha

Pegamos uma estrada de terra batida, já no sul do Estado de Minas Gerais, andamos mais alguns quilômetros quando novamente, adivinhem... Outro pneu furado! A esta altura já estava escurecendo, roubada na certa. Tudo resolvido, pé na estrada, pra ajudar, grande parte do trajeto da estrada é em meio a uma mata, ficando ainda mais escuro, além disso uma enorme montanha de 800 metros de altura era o desafio para chegar na próxima cidade, uma combinação perfeita para algum incidente, e foi o que aconteceu. Na descida, muitas curvas, chão muito irregular e muitas pedras soltas, onde um dos pilotos caiu feio. Mesmo estando todo equipado, ele se ralou inteiro, sorte que a cidade estava perto, mais uns 40 minutos e chegamos em Andradas, no sul de Minas. Fomos direto para o hotel, nosso amigo pra farmácia. Um bom banho, cervejinha pra relaxar, jantar, toda aquela conversa e comentários do dia, muitas risadas e cama. 


A partir do segundo dia, as dificuldades aumentaram ainda mais...

2º Dia:
 
Daí pra frente, andamos menos quilômetros por dia, mas as dificuldades aumentaram, muitas bifurcações, trilhas travadas e locais de difícil acesso. Tomamos um ótimo café da manhã no hotel do seu Jaime, fomos ao posto de combustível da praça, onde abastecemos e arrumamos as diversas câmaras de ar. Devido às várias bifurcações daquele trajeto, a ordem foi a seguinte, andar de 2 em 2 (pares) e quando encontrar uma bifurcação, parar e esperar o par de trás chegar, daí pode-se sair, e este novo par, faz a mesma coisa. Cada vez mais, estávamos adentrando naquele maravilhoso pedaço de Brasil que é o sul de Minas, lugares paradisíacos, que muitas vezes, pareciam com aqueles quadros antigos de paisagens.


...Em compensação o visual valia qualquer sacrifício
Trilhas, estradas, uma cachoeira enorme sobre uma laje de pedras e uma descida com dezenas de cotovelos fechados nos levaram até a cidade de Poço Fundo (MG), abastecemos as motocicletas ali e 'pé na estada', até chegar na cidade de Silvianópolis (MG), onde temos o costume de almoçar, num restaurante bem simples de frente para um lago. O almoço é feito por encomenda, mas vale à pena, aquela comida mineira não tem preço. Abastecemos novamente e seguimos o caminho com destino a Sapucaí, porém, para chegar até lá, tivemos que atravessar o rio Sapucaí, e por aqueles lados não tem ponte, apenas uma balsa, presa a um cabo de aço, movida pela corrente de água.

Como a balsa é pequena passam de 4 a 5 motos por vez. Após feita a travessia reunimos a equipe e seguimos viagem. Logo encontramos a Rodovia Fernão Dias, a gente até toma um susto, pois é tanto tempo no meio do mato que acaba se esquecendo da urbanização do mundo. De forma tranquila atravessamos a pista dupla e seguimos até São Sebastião da Bela Vista (MG), onde pouco antes de chegar na cidade um pneu fura, mas como o furo era pequeno deu pra tocar até o posto.

Abastecemos as motos, arrumamos o pneu e seguimos caminho, uma montanha enorme nos esperava, subimos e do outro lado a cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG). Atravessamos e logo pegamos uma trilha que nos levou até Itajubá (MG), onde fizemos outro abastecimento e seguimos, logo à frente um dos obstáculos mais complicados da viagem, uma montanha super grande, sem acesso e sem estradas, o desafio era chegar no topo. Para isso tem que mirar um trajeto, acelerar e não pode parar... Muitos tombos e tentativas aconteceram, mas no final todos conseguiram subir. 


Muitas cachoeiras também fizeram parte do roteiro

O dia estava indo embora, o destino seria Campos do Jordão (SP). Olha que coisa, saímos de São Paulo atravessamos o sul de Minas Gerais e novamente seguiamos para alcançar terras paulistas. Mas pelo horário e local seria muito estressante chegar até Campos, assim optamos em ficar no meio da Serra da Mantiqueira, entre Delfim Moreira (MG) e Campos do Jordão (SP). Neste ponto existe um lugar mágico, um estabelecimento único, que depois conto à vocês. Pois ainda teríamos muito à rodar e, pra piorar, durante a noite.


Já no Estado de Minas Gerais, uma balsa teve de ser utilizada para seguir viagem
Todos super cansados, no escuro, no meio da Mantiqueira, todo mundo andando embolado, escuro e na maior poeira, quando de repente o farol da moto de um parceiro queima. Sorte que não era o último, mas devido aquela situação e vontade de chegar, o primeiro pelotão foi embora e ninguém olhara pra trás, os três últimos eram novatos e um deles com farol queimado, deram uma pequena distanciada até chegar na próxima bifurcação onde ocorreu o problema e passaram reto, pois não avistaram o pelotão da frente.

Minutos depois, chegamos nesse local para pernoitar e ao fazer a contagem da turma, faltavam três pessoas... Nada de barulho e nem sinal. Confusão armada, saíram dois pilotos mais experientes à procura deles e após quase uma hora, encontramos e trouxemos os parceiros aflitos. Nos acomodamos nos chalés e um magnífico churrasco nos esperava num lugar ímpar, uma vale imenso, rodeado por montanhas e coberto por enormes araucárias com um quiosque ao lado de uma cachoeira linda e muito grande, tudo gramado e com uma fogueira para aquecer e deixar o ambiente ainda mais aconchegante. Banho tomado, cerveja gelada, comida da serra, churrasco e não poderia faltar, as trutas assadas, 'show de bola'. 


Belo visual reanimou o grupo para encarar o 3º dia

3º Dia:
Acordamos bem cedinho, o café da manhã estava preparado. Aquele visual que ao chegar impressionou, pela manhã tornou-se ainda mais impressionante, todos juntos tomando um magnífico café e contemplando aquela cachoeira 'animal'. Olha, nessas horas é que vemos a presença de Deus. Bom, todos bem nutridos, o negócio é seguir viagem, incrivelmente a alguns metros dali, iniciava-se uma magnífica trilha e foi por ela que iniciamos nosso dia radical, em meio à Mantiqueira.


Trechos enlameados e escorregadios foram mais alguns obstáculos encontrados durante a expedição
Começamos a cortar aquela cordilheira fantástica, úmida e escorregadia, mas logo um problema gigante, quando estávamos passando as motos por uma imensa árvore que caíra sobre a trilha. Uma da motos começou a emitir fumaça e não era do escapamento e sim, um incêndio na parte elétrica, fogo mesmo. Credo, pense numa roubada, queimou o chicote inteiro da moto, uma 4 tempos. Não foi mole não, ainda bem que na equipe havia dois profissionais habilitados, um em mecânica e outro em eletro/eletrônica. Perdemos muito tempo ali, cerca de duas horas, todo aquele monte de fios derretidos, foram um a um refeitos, encapados com fita isolante e direcionados aos seus destinos. Olha, podem acreditar, deu certo! A moto pegou, transmitiu a corrente elétrica certinho e pudemos prosseguir a viagem.

Mas nada me tira da cabeça que algo divino ali nos deu uma grande força, a situação que ali estava e o resultado final da 'cirurgia', só pode ter a mão de alguém muito especial, mas como a expedição é de fé, tinha muita energia boa ali conosco e com isso conseguimos prosseguir a viagem. Mas as dificuldades não acabaram não, atravessamos alguns riachos pequenos e logo um imenso apareceu, ele nem era tão largo, mas bem fundo e com muitas pedras grandes no fundo. O resultado foi que duas motos engoliram água e seus grandes pilotos tomaram um lindo banho nas águas geladas da serra.

Com isso perdemos ainda mais tempo nas motos. Deu pra perceber que o dia seria complicado e a descida da Mantiqueira ainda estava por vir. Tocamos a viagem, entramos pelo horto e logo estávamos no centro de Campos do Jordão. Paramos para abastecer, tomar um café e algumas barras de cereais foram suficientes para repor a energia, pois devido aos problemas ocorridos no dia até aquela hora, teríamos que adiantar bem a situação. 


As chuvas que caíram na região, complicaram até mesmo a travessia de um pequeno rio

Saímos do centro e começamos a subir à montanha, o sentido seria o Pico do Itapeva. Começamos a subir, subir e logo o clima começou a esfriar e a neblina pairava sobre a estrada. Aqueles hotéis imensos, dependurados nos vales, deixavam o caminho ainda mais fantástico. Quando chegamos no mirante paramos para tirar algumas fotos antes de iniciamos a descida. Esse é um dos trechos mais complicados do caminho, descemos a Serra da Mantiqueira inteira por um caminho muito úmido, cravado no meio da serra, onde a cada 7 ou 8 metros, havia uma curva de 120º, um 'cotovelo' atrás do outro e sempre de um lado a encosta e do outro um desfiladeiro. A descida é tão íngreme que em quase 90% dela não usamos os motores, apenas o embalo e a inércia.


Trilhas cada vez mais difíceis valorizaram ainda mais a aventura
Muitas pedras e cavas dificultavam o percurso, um de nossos parceiros deu uma vacilada e sua moto derrapou na parte negativa da trilha e despencou uns 6 metros no desfiladeiro. Por sorte uma árvore a segurou. Corda e um trabalho de equipe foi o bastante para fazer o resgate da moto e o piloto logo se recuperou do susto. Demoramos cerca de 3 a 4 horas para concluir a descida do Pico do Itapeva até a base do Vale do Paraíba. Depois foi só seguir estrada, paramos num local que servia almoço num horário que já beirava o do chá da tarde.

A parada foi rápida, a equipe seguiu viagem rumo à cidade de Aparecida. Caminhamos mais alguns quilômetros e logo a cúpula da basílica já dava para ser vista, o coração começava a bater mais forte e aquele desafio de dever cumprido começava a pairar sobre nossos pensamentos. Que momento mágico, que visão maravilhosa! Chegamos na cidade e o destino seria um hotel de frente à basílica, comemoramos demais, a etapa do caminho da Fé estava cumprida, só faltava assistir à missa, mas naquele horário da chegada não mais havia atividade na basílica, então tivemos que esperar o próximo dia.

Deixamos as motos todas embarreadas e sujas no saguão do hotel, misturadas as motos esportivas e os carros limpinhos dos demais hóspedes. O hotel tinha 5 andares e um terraço dava uma vista maravilhosa da basílica, um banho e logo todos estavamos no terraço do hotel, contando histórias e comentando a missão da fé cumprida. Quando estávamos todos reunidos em frente ao Hotel, apareceu um rapaz, dizendo que havia visto e reparado na expedição, disse que também andava de moto e que poderia nos orientar em parte do caminho ou até mesmo nos acompanhar até a próxima cidade, Lagoinha (SP). Bom, a missão do caminho da fé estava realizada com êxito, mas um novo e desafiador caminho nos esperava, a Estrada Real. 


No final da tarde o grupo chega à basílica em Aparecida, completando a primeira parte do objetivo da Expedição Fé Real

4º Dia:

Depois de assistir à missa, era hora de encarar o último dia em cima das motos, com destino ao litoral
O dia amanhece e, pra ganhar tempo, teríamos que pegar a primeira missa do dia. Acordamos bem cedinho, adquirimos as lembranças e fomos assistir à missa. Com toda a equipe abençoada e com a missão de Fé cumprida, fomos para o desconhecido, a continuação do caminho da Fé rumo ao mar.

Quando chegamos ao hotel nossos novos amigos e parceiros estavam a postos, eles iriam nos levar até a cidade de Lagoinha, que seria a parte mais complicada. Pra nossa surpresa foi um show, a galera nos levou a lugares mágicos, trilhas alucinantes, rios, montanhas cujas subidas pareciam não ter fim, as nuvens começavam a ficar mais próximas e a cada momento uma nova trilha e uma nova paisagem que ficarão para sempre na memória de todos.

Quando chegamos em Lagoinha, nossa turma estava com 'sangue-nos-olhos' para chegar logo ao mar, na cidade de Paraty (RJ). Os amigos (guias) nos posicionaram numa estrada de terra que nos levaria ate a cidade de Cunha (SP), nosso próximo destino. Abastecemos, nos despedimos, agradecemos muito esses meninos prestativos e amantes do esporte e partimos. Depois de um tempo chegamos a Cunha e nada de almoço, resolvemos seguir viagem. 

Dali o caminho seria pela famosa Estrada Real, procuramos e logo estávamos nela, serra que sobe, serra que desce e a pressão baixa na atmosfera começa a incomodar. O ar começava a ficar denso e de repente, o horizonte sumiu, tudo ficou sob neblina e um frio imenso tomava conta de toda a galera, mas a viagem continuava, até que ao lado de um dos marcos de concreto da Estrada Real, um placa sinalizava, divisa de estado (São Paulo / Rio de Janeiro). Ali paramos, a turma foi chegando aos poucos, e, quando estávamos todos reunidos, um grande abraço e uma foto aconteceram, marcando o momento. 


Mais obstáculos e...


...Belas paisagens estiveram no cardápio do quarto dia
Bom, como a viagem não acabara ali, montamos em nossas motos e seguimos com destino ao mar. Logo começou a chover bem fino, porém incomodava demais, um frio de bater os dentes. Daquele ponto em diante, a estrada só descia e a mesma ia ficando cada vez mais molhada, íngreme e escorregadia, mas a sensação de chegar começava a tomar conta. A chuva ia aumentando e os buracos e pedras salientes já nem incomodavam mais. Aquele pedaço da Estrada Real é realmente muito lindo, pena que o tempo estava fechado, pois com sol e tempo aberto deveria ser de tirar o fôlego.

Algumas partes do percurso estavam em manutenção, varias áreas desbarrancadas, ladeiras caídas e enormes pedras soltas deixavam o cenário ainda mais fascinante. Mais alguns quilômetros percorridos e algumas barracas caiçaras começavam a aparecer pela estrada, um sinal de que a civilização estava perto e logo um ponto de parada oficial, um enorme marco da Estrada Real e uma igrejinha centenária (Penha) sobre uma gigantesca e única pedra, na frente um comércio. Como andávamos espaçados e separados de dois em dois, aos poucos fomos reunindo toda a equipe. Segundo o pessoal dali, apenas 6 quilômetros nos separavam do oceano, do nível do mar. 

Logo estávamos em Parati (RJ), a nova aventura se realizou e nossa missão fora concluída com êxito também. Procuramos um hotel, nos acomodamos e estávamos prontos para definitivamente comer alguma coisa direito, pois o dia foi de muita adrenalina, suspense e ansiedade. Nada que uma enorme mesa, rodeada de amigos, com um desafio cumprido, não pudesse compensar . Aquele jantar foi um êxtase total! Toda a equipe feliz, com cara de desafio cumprido, nada paga um momento desses.


Missão cumprida! É hora de aproveitar o centro histórico de Parati

5º Dia:


Depois de quatro dias de sufoco, motos em cima do caminhão, prontas para voltar para casa, enquanto...
Acordamos cedinho, tempo parcialmente nublado, um caminhão nos aguardava no hotel. Carregamos todas as motos sobre ele e despachamos o motorista com nossas guerreiras off-road. Tínhamos combinado com a van, que sairíamos de Parati no horário do almoço e como acordamos todos bem cedo, resolvemos sair às compras e passear pela cidade, que tem tudo a ver com a viagem, aquelas ruas do centro histórico são totalmente off-road.

A fome começa a aparecer e como a galera queria dar uma volta de barco, procuramos saber se existia algum lugar que servia almoço em alguma ilha. De fato havia e logo achamos. Daí foi um sucesso, nossa tripulação lotou a embarcação e fomos passear, vento na cara sobre o mar e ao nível zero. Quando faltavam alguns metros do restaurante da ilha, alguns pularam ao mar e foram nadando até o deck do bar.

Almoçamos maravilhosamente bem e retornamos ao continente, onde nossa van nos aguardava na pousada. Fizemos as malas, adentramos no veiculo e no retorno pra casa foi aquela festa, rodeada de muita bagunça, muita conversa, muita cerveja e muita felicidade, rejuvenescidos através da aventura e fortalecidos através da Fé. Esse foi um pequeno relato da emocionante viagem onde um grupo de amigos com suas motos off-road percorreu o Caminho da Fé e parte da Estrada Real, até chegar ao mar."

Luciano Durigan


...O grupo realizava um merecido passeio pelas ilhas da região

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