Fui um dos mais de três mil trilheiros no Super Bananalama 2018
Redação MotoX.com.br - Por Maurício Arruda - Fotos: Rodrigo Philipps/Super Bananalama, Idario Café/Mundopress e Maurício Arruda
Eu na multidão - no primeiro plano, de capacete Pro Tork amarelo e azul - pouco antes da largada do Super Bananalama 2018
Minha segunda visita ao Bananalama teve uma importante diferença em relação à minha primeira passagem pelo maior encontro de trilheiros do mundo: desta vez, além de fotografar esta gigantesca festa do motociclismo, tive a oportunidade de acelerar pela trilha, vivenciando por completo as emoções que levam pessoas de todo o país - e até do exterior - ao evento no Seminário Sagrado Coração de Jesus, na pequenina Corupá, em Santa Catarina.
+ Veja mais fotos na Galeria de Imagens do evento
Em 2013 conferi ao vivo a edição que colocou o Bananalama no livro dos recordes com 3.312 participantes. Desta vez, com "apenas" 3.098 trilheiros inscritos, o número total não foi superado, mas por outro lado UTVs e quadriciclos, com 302 veículos, registraram a maior participação da história do encontro. A estrutura do evento também cresceu a olhos vistos, assim como a participação das empresas e do público que, segundo os organizadores, ultrapassou 55 mil pessoas durante os quatro dias de festa.
Pessoas de todas as idades acompanham a passagem das motos pela cidade
Liberar milhares de motos simultaneamente é o primeiro desafio dos organizadores da trilha. De onde eu estava, nas primeiras filas, a saída foi bem tranquila, próxima aos puxadores que vão ditando o ritmo. Com alguns participantes mais afoitos na luta por espaço desde a largada e uma série de "carrapatos" que vão se juntando aos inscritos assim que deixamos o seminário, em pouquíssimo tempo já não estava no primeiro pelotão, mas sim com centenas de motos na minha frente.
O desfile pela cidade, antes de chegar ao percurso de terra, serve como aquecimento e já neste momento, com tantas motos próximas, não dá para perder a atenção por um segundo. Claro, alguns toques e tombos acabam ocorrendo antes da trilha, mas nada sério.
Na trilha com a Honda CRF 230F
É legal ver que pessoas de todas as idades acompanham a passagem das motos pelo centro e pelos bairros de Corupá. Senhores, senhoras, adolescentes e crianças ficam em frente as casas observando e acenando aos participantes. Vi desde idosos até bebês assistindo tudo com uma empolgação contagiante.
Antes da viagem, um amigo me disse que as trilhas no meio do bananal eram extremamente lisas e escorregadias. Então, logo no início da trilha um trecho bem encharcado e úmido me acendeu o alerta: "Será que teremos somente lama pela frente?". Mas não, depois de um breve enrosco em uma subida, percebi o terreno mudando e rapidamente encontramos variações pela frente.
Percurso teve cerca de 60 quilômetros
Ainda nos primeiros quilômetros de trilha um funil aglomerou as motos em um ponto onde a passagem era de uma moto por vez. Uma placa avisava: acelere, foto... e pela frente tínhamos uma pequena rampa de metal. Ótima ideia! Dava para optar pelo salto (registrando suas habilidades 'crossísticas', hahaha) ou pela lateral do obstáculo e um fotógrafo garantia o clique. Após a trilha, a foto poderia ser adquirida em um estande no Bananalama Expo.
Depois de mais ou menos metade do trajeto de 60 quilômetros, foi realizada uma parada para reabastecer... os trilheiros, não as motos! A organização fornece água e um kit com biscoito, barrinhas e, claro, banana, para que todos entrem no trecho final devidamente recarregados.
Trilha passa por belas paisagens de Corupá (SC)
No geral achei a trilha muito divertida, tanto no primeiro quanto no segundo trecho. A maior parte do percurso tinha duas opções bem marcadas, uma linha de dentro e outra de fora, em alguns pontos mais cavadas, mas também há um pouquinho de single track. Os trechos úmidos não foram complicados e o melhor, nada, absolutamente nada de poeira na trilha! Mesmo nos deslocamentos em estradas, onde até subia um pouco de poeira, não era suficiente pra prejudicar a visibilidade. A maior parte do trajeto estava no ponto certo, com bom grip, tanto que cumpri o percurso tranquilamente mesmo com pneus já desgastados.
Minha parceira na trilha, uma Honda CRF 230F totalmente original, mostrou as qualidades que fazem do modelo o maior sucesso da história recente do mercado fora de estrada brasileiro. Ela oferece o necessário para encarar um passeio como esse com muita diversão: facilidade de pilotagem, ciclística bem acertada e um motor com torque suficiente. Graças a versatilidade, robustez e manutenção simples, o modelo é perfeito para quem está começando nas trilhas, mas também não desaponta os mais experientes. Eu por exemplo, que atualmente tenho uma motocross CRF 450R, depois de horas acelerando o modelo básico nas trilhas, podem ter certeza, terminei o dia com um largo sorriso no rosto.
Minha parceira de trilha cercada pelos pilotos Honda Racing
A volta ao Seminário Sagrado Coração de Jesus termina com uma simbólica passagem pelo pórtico de chegada. Ali é hora de registrar o momento, festejar o desafio cumprido e receber uma cerveja gelada, uma tradição dos trilhões. Eu, que nem costumo beber, mas também não iria mais pilotar ou dirigir, até resolvi celebrar tomando um golinho antes do almoço que reuniu os trilheiros. Se no ano que vem o Super Banalama comemorar um novo recorde mundial, aí vai valer um brinde com champanhe!
Vìdeo - Onboard pela trilha do Superbananalama 2018:
Trilha de moto e muito mais
Antes de acelerar no domingo, me impressionei com a estrutura do Super Bananalama, que há cinco anos já era grande e nesta edição cresceu ainda mais. Da sala de imprensa aos estandes, tudo está mais organizado e imponente. A trilha hoje é apenas uma parte do Bananalama, pois são quatro dias de atrações que exigem pelo menos seis meses de preparação e atraem um público gigantesco.
Pilotos Honda e jornalistas que também foram pra trilha
Outra novidade deste ano foi a participação dos pilotos da equipe Honda Racing: Júlio Zavatti, o Bissinho, bicampeão do Rally dos Sertões, com a CRF 230F; Jetro Salazar e Hector Assunção, campeões brasileiros de motocross, e Lucas Dunka, também piloto de motocross. Além dos quatro atletas, o multicampeão de enduro e rali, Felipe Zanol, atual chefe da Honda Racing Enduro Team, e Cale Neto, da Honda Racing Motocross, estiveram em um bate-papo com os trilheiros que receberam dicas e conferiram ao vivo parte da estrutura de competições da marca no Brasil.
Os quatro pilotos percorreram a trilha com a CRF 230F. "Foi muito divertido, uma adrenalina impressionante", destacou Bissinho. "Para um evento como o Super Bananalama, a moto é simplesmente perfeita. Não é à toa que a maioria do pessoal estava com o mesmo modelo na trilha", completou o paulista que está prestes a competir em mais um Rally dos Sertões com o modelo.
Bate-papo dos pilotos com os trilheiros
Jetro Salazar ficou surpreso com o que viu. "O evento é gigante e muito bem organizado. A trilha foi muito divertida e pilotar a CRF 230F, uma experiência sensacional. A moto é leve, tem torque e tornou o off-road acessível para muita gente", disse o equatoriano.
Outras estrelas do esporte, o piloto Reinaldo Varela e o navegador Gustavo Gugelmin, atuais campeões do Rally Dakar na categoria UTVs, também marcaram presença na trilha e no estande da Can-Am.
Pro Tork Factory Store
Primeira grande patrocinadora do evento, a Pro Tork segue junto com o Bananalama. A marca montou um imponente estande com toda a sua linha off-road e garantiu as atrações radicais na Arena Pro Tork Road Show. As arquibancadas ficaram cheias todos os dias para as apresentações de wheeling, drifting e freestyle motocross com as equipes Alto Giro, Cachorrão, Phyra e Joaninha. O Big Foot da Pro Tork também chamou a atenção e fez parte de inúmeros registros do público.
Emerson Loth (de camiseta amarela), campeão brasileiro de enduro de regularidade, em sessão de autógrafos no estande da Rinaldi
A Rinaldi, outra tradicional parceira do evento, apresentou novos pneus da sua linha e promoveu ações como uma concorrida sessão de autógrafos com o piloto Emerson Loth, atual campeão brasileiro de enduro de regularidade.
Arena Pro Tork Road Show foi palco de atrações radicais
À noite, atrações musicais como João Neto & Frederico, Teodoro & Sampaio, Gabriel Valim, Nando & Leo, entre outros, mantinham a animação em alta. E, pra finalizar o quarto e último dia do evento, o esperado sorteio de 10 motos Honda CRF 230F e um UTV Can-Am Maverick Trail encerrou a festa em grande estilo.
Shows musicais, mais uma atração do Super Bananalama
O Super Bananalama 2018 - oferecimento Honda, teve patrocínio da Honda, Pro Tork, Can-Am, Rinaldi, KG Motos e Borilli Racing - Pneus Off Road. A realização é do Clube de Trilheiros Bananalama.
Sorteio de 10 motos Honda CRF 230F e um UTV Can-Am Maverick Trail encerrou a festa
Vídeo oficial do evento: