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Apresentação Honda CRF 230F
Publicado em: 31/08/2006
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Honda CRF 230F - 100% diversão
Texto: Lucídio Arruda - Fotos: Flávio Oliveira 



A Honda apresentou oficialmente à imprensa a versão brasileira da CRF230 nesta terça-feira, 29 de Agosto, em Indaiatuba no seu conhecido CETH onde abriga a pista que frequentemente recebe provas do Paulista e Brasileiro de Motocross.

Fabricada em Manaus há mais de três anos e destinada exclusivamente aos mercados norte-americano e europeu a CRF 230 se encaixa perfeitamente no conceito das "play bikes". A principal característica das play bikes é a facilidade de uso e pilotagem. Geralmente essas motocicletas são as escolhidas pelos iniciantes no esporte, adolescentes que estão conhecendo o mundo off-road e mulheres, mas não decepcionam pilotos mais experientes que querem apenas "tirar uma onda". 



A chegada do modelo ao nosso mercado atende a uma antiga reivindicação da nação off-road brasileira que não tinha uma opção fora-de-estrada genuína, a não ser os caros modelos profissionais importados.

A solução que muitos encontraram foi depenar e preparar a conhecida Tornado que rapidamente se tornou a rainha das trilhas tupiniquins. Embora a Tornado com algumas modificações cumpra um papel razoável na trilha, suas limitações de projeto a deixam longe do ideal no uso off-road.

Como é a CRF230?

Além da já manjada tropicalização em função do nosso combustível alcoolizado, a versão brasileira difere da vendida nos Estados Unidos basicamente pelo farol dianteiro. A versão européia tem além do farol, lanterna traseira, piscas e pode até ser emplacada. Na Europa o modelo recebe também o freio a disco traseiro.

Aqui se optou pela simplificação. A CRF230 vem apenas com o farol, e mais nada. Nem mesmo a lanterna traseira. Não há também velocímetro nem hodômetro. Quem quiser participar de enduros planilhados vai ter que adaptar um odômetro, tarefa que não deve ser difícil, já que até mesmo os modelos de bicicleta servem a esse propósito.

O design é mais um dos pontos fortes da moto. Inspirado na linha de competição, o visual é agradável e dá mais porte à CRF230. O acabamento dispensa comentários, traz o reconhecido padrão Honda com todos os detalhes e plásticos se encaixando perfeitamente.


A suspensão traseira com links se mostrou bastante progressiva e resistente aos saltos.
Apesar da ausência do painel a moto tem a chave de contato da ignição, sabiamente compacta e emborrachada. A partida é elétrica e nem mesmo há o pedal de partida. A Honda confia que a bateria não vai te deixar na mão quando o motor apagar naquele atoleiro.

O motor 4 tempos refrigerado a ar de 223cc e cabeçote com duas válvulas com certeza não é uma referência em termos de potência bruta, mas foi desenhado para prover um bom torque em baixas rotações e ao longo do tempo deve confirmar a expectativa de ser durável e confiável. O câmbio é de 6 marchas.

As suspensões apresentam bom curso tanto na dianteira como na traseira. Na frente o garfo telescópico de 37mm de diâmetro entrega 240mm de curso à roda. Na traseira o monoamortecedor com regulagem da mola proporciona 230mm de curso e é acompanhado de uma bela balança em alumínio. Nenhuma das suspensões apresenta os famosos "clicks" de regulagem hidráulica. As rodas vêm calçadas com pneus Pirelli MT320 de comprovada eficácia em piso intermediário.

O freio dianteiro a disco tem os mesmos 240mm de diâmetro da Tornado, mas a bomba e pinça são diferentes. Atrás quem presta serviço é o freio a tambor de 110mm. Os aros são DID japoneses de alumínio e ótima resistência.

Como que ela anda? 



A Honda disponibilizou 6 motocicletas que foram utilizadas em rodízio pelos jornalistas/pilotos durante o test-drive realizado na pista de motocross. O traçado foi desviado da descida da mata e também da mesa de chegada.

A ponteira de escapamento apresenta um ronco agressivo, mas não é alto o suficiente para incomodar nem mesmo os ouvidos mais sensíveis. Enquanto aguardávamos nossa vez para acelerar a CRF230 a expectativa aumentava à medida que víamos a cara de satisfação de quem chegava com a moto para a troca de piloto.

Quando finalmente chegou a minha vez a primeira boa impressão foi causada pela ótima posição oferecida pelo conjunto banco, tanque, pedaleiras. A motocicleta é bem estreita e o piloto tem total liberdade de movimentos. A posição do guidão privilegia os pilotos de menor estatura. O suporte na mesa é um pouco recuado o que deixou os pilotos com estatura da média para cima um pouco encolhidos na moto. O guidão de ferro original tem também as pontas um pouco fechadas. Uma boa providência seria a instalação de um modelo de cross/enduro de alumínio com um desenho mais agressivo.
Dou a partida no motor com o dedão direito e vou para minhas voltas de reconhecimento. A primeira sensação que a CRF transmite é de confiança. A ciclística rapidamente se mostra o ponto alto da motocicleta. Logo nas primeiras curvas descobrimos que ela é extremamente obediente e segue à risca os desejos do piloto.

O motor com boa força em baixas rotações facilita em muito as saídas em curvas travadas e barrancos e deixa a moto gostosa de se levar. Com o torque máximo a 6500 rpm e potência máxima a 8000 rpm se mostrou muito elástico em baixas e médias rotações. Antes de encontrar seu limite em alta é preciso usar o câmbio de seis marchas bem escalonado e com engates precisos.

O freio dianteiro atendeu às expectativas mostrando um excelente equilíbrio entre potência e modulabilidade. Não posso falar maravilhas sobre o tambor traseiro, mas ele deu conta do recado além do que o potente freio motor ajuda muito nas freadas mantendo a moto sempre equilibrada.

Com o passar das voltas tudo foi ficando cada vez mais divertido à medida que descobria que as suspensões dão conta (e muito bem por sinal) do recado. Nem mesmo no "step-up" em subida onde eu dava "na cara" elas atingiam o fim de curso. Durante todo o teste a única vez que cumprimentei o final de curso foi quando aterrisei num buraco após um salto em descida.

Minha alegria só acabou quando o Kalunga deu a ordem para parar e liberar a pista para a entrada dos pilotos oficiais Wellington Garcia e Thales Vilardi.

Conclusão: a CRF230 é pura diversão. Com certeza não é a moto que vai te dar sustos. Ela tem todas as reações bem previsíveis e aceita muito bem as barbeiragens do piloto. Quando a dianteira escorrega na entrada da curva é fácil corrigir. Quando sai de traseira é de forma suave e controlável. Tudo contribui para a confiança do piloto que passa a abusar mais e mais sem perder o domínio da situação. O bom equilíbrio do conjunto é o responsável por isso, já que a ciclística suporta com sobras o desempenho da moto.


Wellington Garcia
Perguntas e respostas.

A quem se destina a CRF230?
Basicamente a todos que querem praticar o fora de estrada. O foco principal são os pilotos iniciantes, adolescentes entre 14 e 18 anos e mulheres. Esses vão amar a motocicleta. Os pilotos mais experientes podem achar falta de um motor mais potente, mas com certeza não se decepcionarão com o conjunto capaz de enfrentar qualquer trilha com muita diversão e tranquilidade.

Porque a CRF230 é importante para o mercado off-road?
O último lançamento nacional específico para o fora-de estrada foi há mais de vinte anos. Na época, auge do Hollywood Motocross com motos nacionais, a Yamaha disponibilizou a MX180, que basicamente era uma DT180 com melhorias no motor e suspensões já pronta para o motocross.
A Honda CRF230 é produto de um genuíno projeto off-road, pensado para o off-road e (bingo!) pronta para o off-road. É só botar gasolina, vestir o equipamento e começar a praticar. O preço acessível, facilidade de uso e pilotagem com certeza vão trazer novos adeptos à modalidade, assim como tirar da aposentadoria alguns dos antigos praticantes.

Onde posso pilotar a CRF230?
Basicamente em qualquer ambiente fora-de-estrada. Seu habitat natural serão as trilhas e quanto mais travada melhor. A motocicleta tem agilidade de sobra para enfrentar qualquer sufoco. A CRF aceita bem também um motocross leve e até mesmo um rally desde que o piloto respeite e compreenda os limites do motor.
Como a motocicleta não tem Renavam não pode ser licenciada e consequentemente não pode circular nas ruas e estradas.

A CRF230 é uma XR/NX200 melhorada?
Definitivamente, não! A única semelhança é a arquitetura do motor derivado da antiga Honda. Todo o resto da motocicleta nasceu desde a prancheta focado no fora-de-estrada.

A CRF230 é melhor que a Tornado?
Se você pretende usar a moto na terra a resposta é um sonoro SIM!

A CRF230 anda mais que a Tornado?
Talvez o único lugar que uma Tornado original ande mais seria um longa reta... de asfalto. Na terra o menor peso, a maior agilidade, as melhores suspensões e a força em baixa do motor ajudam o piloto a cumprir determinado trajeto em menos tempo.


O motor apresenta bom torque e agilidade em baixas e médias rotações.
No que a CRF230 é melhor que a Tornado?
Vamos a algumas comparações:
Pronta para a trilha? CRF: Sim ; Tornado: Não
Peso? CRF: 107kg ; Tornado: 134kg
Banco? CRF: Estilo motocross, fininho, com a espuma dura ; Tornado: Estilo sofá de estar com vaga para a patroa.
Suspensões? Apesar do mesmo curso nominal, a calibragem da CRF é muito mais firme que a Tornado que chega ao fim de curso em qualquer buraco.
Tanque? CRF: Plástico, pequeno. Tornado: Chapa de aço, volumoso.
Resumindo a resposta: se o seu foco é o off-road não há o que discutir. A CRF é superior em todos os aspectos em relação a Tornado. A única razão para preferir a Tornado é a possibilidade de emplacar e rodar na rua.

A categoria CRF230 substituirá a Tornado no Campeonato Paulista de Motocross?
Ainda não há uma posição oficial da fábrica sobre isso, mas acreditamos que se não substituir imediatamente a categoria Tornado possivelmente a categoria CRF aconteça em paralelo.
A única certeza que temos é que em breve as categorias nacionais nas provas regionais estarão repletas do modelo.


O ótimo freio a disco dianteiro
Qual será o preço da CRF230?

O preço público sugerido é de R$ 9.963,00 (sem frete e seguro) A Honda pretende colocar 2340 unidades no mercado durante os três últimos meses do ano.

Porque a CRF230 demorou tanto para ser lançada no Brasil?
Dentro da estratégia global da marca a CRF230 (e a CRF150) foram projetadas visando o mercado americano. A planta brasileira foi escolhida para a produção pela proximidade geográfica com o principal mercado de destino. Neste período a estratégia de mercado da Honda Brasil tinha outras prioridades (Bros125/150), além disso é preciso adaptar o produto às condições brasileiras (alcoolsolina) e treinar a rede de concessionárias e assistência técnica.

O dolar baixo foi a razão para lançarem a moto aquí?
Oficialmente não foi a principal razão, mas com certeza a atual situação cambial deu um bom empurrão no lançamento.

Mesmo fabricada aqui a moto ainda é mais barata nos Estados Unidos?
Infelizmente esse é o preço a pagar pelo famoso "Custo Brasil". Pela atual taxa de câmbio a moto sai um pouco mais barata nos Estados Unidos U$ 3,649.00. A culpada todo mundo já sabe: nossa enorme carga tributária. Além disso a CRF230 tem muitos componentes importados (como o tanque de combústível por exemplo) que não pagam imposto de importação quando são destinados a um produto que volta para o mercado externo. Porém para consumo interno esses mesmos componentes são taxados.  Entretanto achamos o preço sugerido bastante razoável para a nossa realidade.

Será possível adquirir a CRF230 por consórcio ou financiamento?
O consórcio da CRF230 será disponibilizado nas próximas semanas. Como não é possível alienar a motocicleta a Honda ainda estuda uma maneira para oferecer o financiamento do modelo.

O que o MotoX achou da moto?
Realmente ficamos muito felizes, assim como todos os colegas da imprensa especializada, com o lançamento da Honda CRF230. A motocicleta vem preencher o vazio do mercado que não dispunha de um modelo de entrada, de fácil pilotagem e manutenção, específico para a prática do off-road. 

Num país com as trilhas ainda fortemente populadas por antigas DTs e XLXs, além de uma enorme variedade de modelos adaptados (e nem sempre adequados), a CRF230 passa a ser o sonho de consumo ideal e viável para grande parte dos praticantes. Além de atender perfeitamente aqueles que querem praticar o off-road onde o desempenho não seja o foco principal.

Na pista a motocicleta se saiu melhor que o esperado. Ficamos gratos com a agilidade e facilidade nas curvas, fruto do excelente conjunto quadro/suspensões. Realmente o comportamento da motocicleta foi melhor do que esperávamos. Mesmo depois dos pilotos oficiais detonarem por várias voltas e do Rafa Paschoalin passar direto na mesa aterrissando no "zero" todas as seis motos estavam inteiras, com os aros redondinhos e nem mesmo um raio torto. O motor não vai assustar ninguém, mas tem boa resposta em baixas rotações além de força suficiente para enfrentar qualquer subidão. Com certeza, em breve, o mercado atenderá a demanda de quem quiser tirar mais desse motor.

A opinião de todos os que andaram na moto foi unânime: a CRF230 é muito divertida! Tanto que enquanto os pilotos oficiais Wellington e Thales mostravam os limites do modelo na pista, os jornalistas conspiravam para a largada da "Copa Imprensa" logo em seguida. Plano este frustrado pelo Yasuda, que recolheu as motos e obrigou todo mundo a descer para o almoço...



Gostamos Não Gostamos
Posição de pilotagem
Suspensões
Quadro
Freio Dianteiro
Agilidade em baixas rotações
Facilidade de pilotagem
Pedaleiras largas e resistentes
 
Formato do guidão
Freio traseiro a tambor
 

Veja também:

O vídeo da apresentação da motocicleta.

Galeria de imagens.

Ficha Técnica

CATEGORIA Off-road
MOTOR
TIPO OHC, Monocilíndrico, 4 tempos, arrefecimento a ar
CILINDRADA 223 cc
DIÂMETRO X CURSO 65,5 x 66,2 mm
CARBURADOR PD9CE (Diâmetro do Venturi 26,0 mm)
SISTEMA DE LUBRICAÇÃO Forçada por bomba trocoidal
RELAÇÃO DE COMPRESSÃO 9,0 : 1
SISTEMA DE PARTIDA Elétrica
TORQUE MÁXIMO 1,92 kgf.m a 6.500 rpm
POTÊNCIA MÁXIMA 19,3 cv a 8.000 rpm
TRANSMISSÃO 6 velocidades
EMBREAGEM Multidisco em banho de óleo
CAPACIDADES
TANQUE DE COMBUSTÍVEL 8,2 litros
ÓLEO DE MOTOR 1,2 litro
DIMENSÕES
COMPRIMENTO X LARGURA X ALTURA 2059 x 812 x 1190 mm
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1372 mm
DISTÂNCIA MÍNIMA DO SOLO 305 mm
ALTURA DO ASSENTO 872 mm
PESO SECO 107 kg
PREÇO PÚBLICO SUGERIDO
(Base Estado de São Paulo)
R$ 9.963,00 OBS: Sem frete e seguro
*valor referente a setembro de 2006
 
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