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Duda Parise, campeão brasileiro MX3, fala do adeus às pistas
Publicado em: 03/12/2015
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Confira um bate-papo com o piloto que decidiu parar de competir após conquistar o bicampeonato nacional
Redação MotoX.com.br - Entrevista: assessoria de imprensa da Escuderia X - Fotos: Maurício Arruda


Duda Parise

Após dominar mais uma temporada do Campeonato Brasileiro de Motocross na categoria MX3, Duda Parise anunciou durante a etapa final sua despedida das pistas. O gaúcho de 35 anos sentiu no corpo os sinais de duas décadas de dedicação ao esporte e decidiu que este é o momento de parar de competir profissionalmente. A moto continuará sendo sua companheira, mas agora nos momentos de lazer.

Entre os títulos conquistados em tantos anos competindo também estão dezessete estaduais de motocross, um brasileiro de supercross (em 2001, na classe 125cc) e a participação no Motocross das Nações, no mesmo ano, representando o Brasil ao lado de Massoud Nassar e Paulo Stédile, na França O plano do agora ex-piloto é continuar ligado ao motociclismo se dedicando à sua nova empresa de escapamentos, em socidade com Massimo Viola e Henrique Nonnenmacher.



Confira o bate-papo:

O ano de 2015 marcou uma temporada de muito trabalho e muitas vitórias em sua carreira. Você conquistou a vitória em todas as etapas do Brasileiro de MX, sempre com boas performances. Como analisa sua temporada? Conseguiu conquistar seus objetivos?
 
Duda Parise: Acho que fiz uma ótima temporada em questão de resultados, porém deixei muito a desejar no meu rendimento com moto. Estou sem velocidade devido à falta de treinamento com moto, em virtude  de um problema no joelho, o que me impediu de treinar como devia. Mas os esforços foram recompensados e estou feliz por fechar o ano como campeão! Minha equipe me deu muita força para chegar lá e estamos felizes pela conquista.



Em 2015 você passou a integrar a Escuderia X. Como avalia a parceria após este ano juntos, em relação à equipe, ao contato com os pilotos e a esta experiência inédita? Como avalia o trabalho da Escuderia no cenário nacional?


Duda Parise: Apesar da distância, de não poder treinar junto, sempre tive uma ótima relação com todos, dentro e fora da pista. Considero os pilotos da equipe como meus irmãos. A Escuderia X é uma família, por isso dá certo. Os pilotos treinam juntos, todo dia um motiva o outro, e isso é um muito positivo para o motocross. O clima que se instalou entre os pilotos da Escuderia e seus profissionais é único e a equipe trabalha com muito profissionalismo e respeito ao esporte e seus atletas. É comandada por gente que ama e entende do esporte e que não mede esforços para fazer acontecer. Eles vão longe porque investem em talentos, oferecem a estrutura necessária para o piloto fazer seu melhor dentro da pista. Isso faz toda a diferença.

Você anunciou a sua aposentadoria após a conquista do título da MX3. Por que decidiu se aposentar após o título? O que pretende fazer daqui pra frente? Vai realizar alguma atividade relacionada ao motociclismo?

Duda Parise: Há vários anos venho pensando em parar de competir. Esse ano tive a oportunidade de montar uma empresa de escapamentos para motos em parceria com o Massimo Viola e o Henrique Nonnenmacher e, algum dia, esperamos poder, com essa empresa, ajudar os pilotos ou ter a nossa própria equipe. Esta é a minha forma de continuar no esporte, fazendo o que eu gosto e estando sempre perto das pistas, dos pilotos e das competições, de alguma forma.




A vida de um piloto não é fácil, é preciso muita dedicação, empenho e coragem para enfrentar os diversos obstáculos que o esporte exige de um atleta. Em todos esses anos de carreira o que foi mais difícil pra você? E, por outro lado, o que foi mais gratificante? Se arrepende de algo que fez ou não fez?


Duda Parise: O motocross é um esporte de alto risco, às vezes o piloto está bem, ganhando tudo, mas sofre uma lesão e perde o ano. O baixo investimento por parte de empresas e a não otimização na organização dos calendários nacionais são fatores que prejudicam bastante a evolução do esporte e do profissional. Certamente esses são os pontos que mais desanimam na carreira de um piloto. Por outro lado as amizades que se formam dentro da pista, o espírito mx, e poder representar o meu país no Motocross das Nações marcaram de forma muito positiva a minha vida ao longo destes anos de dedicação ao esporte. Se existe algo que me arrependo é de não ter tentado novas oportunidades fora do país quando era mais novo.

Você tem vontade de exercer alguma função "política" no motociclismo nacional? Tem vontade de trabalhar para melhorar o cenário deste esporte no país? O que pensa nesse sentido?

Duda Parise: Acho difícil me envolver em algo nesse sentido agora. Acredito que para o motocross dar certo no Brasil é preciso que pessoas que realmente amam e acreditam no esporte estejam empenhadas em fazer o melhor por ele, ouvindo os pilotos, profissionais e elaborando estratégias que possam trazer benefícios reais a todos para que continuem fazendo seu trabalho da melhor forma possível e, quando conseguirmos chegar nesse ponto, acredito que não só eu, como muitos profissionais da área terão um imenso prazer em colaborar.




Como você avalia o cenário do motociclismo no Brasil? Acha que o esporte está no caminho certo? O que acha que pode ser mudado ou melhorado? Quais são os pontos positivos do cenário atual? O que é preciso para elevarmos o nível do nosso esporte?

Duda Parise: Ao mesmo tempo em que vejo um cenário desanimador em relação à organização dos campeonatos, falta de incentivo das entidades para levarem os atletas nacionais para representar o país lá fora e todas as dificuldades de calendário, também vejo equipes como a Escuderia X e empresas como a Borilli Racing, que criou um centro de treinamento para pilotos,  investindo forte na evolução do esporte. Precisamos de mais iniciativas assim.

Quero agradecer a todos meus patrocinadores, a oportunidade que o Cale Neto me deu de poder fazer parte da Escuderia X, a Borilli Racing por tudo que fez e faz pelo esporte, Basalto São Cristovão por estar junto comigo desde 2001, Polibra por acreditar no meu trabalho, ao Município de Fagundes Varela por construir uma pista de MX de alto nível para treinamentos e competições e também acreditar no meu trabalho, à minha família que sempre me apoiou, mesmo me ausentando várias vezes por conta das competições, meu pai parceiro, amigo, pau pra toda obra, ao Massimo Viola que cuidou da suspensão da minha moto sempre me dando dicas de treinamentos, aos amigos, companheiros de equipe, mecânicos, pilotos e a todos que torceram por mim. Obrigado por todos estes anos juntos!








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