Encerrado o Mundial de Motocross, Balbi volta ao Brasil Piloto, que disputou cinco etapas do principal torneio de Motocross do mundo, fica no país até novembro, quando retorna à Europa para iniciar a pré-temporada.
O piloto Antônio Jorge Balbi Júnior está de volta ao Brasil, depois de ter concluído sua participação no Mundial de Motocross na Europa, competindo na categoria MX1 pela equipe VAZ Ricci Yamaha (apoio ASW e Orbital).
Ele atualmente é o único
brasileiro a se aventurar em terras estrangeiras, repetindo Jorge Negretti
que competiu em uma série de provas na Europa no início da década de 90. Este ano Balbi participou de várias etapas do principal Campeonato de Motocross do mundo, enfrentando nomes como Stefan Everts e Mickael Pichon.
Balbi fica no Brasil até novembro, quando retorna à Europa para realização da pré-temporada para o ano de 2006 quando, mais uma vez, irá disputar o Campeonato Mundial. "Pelo que eu vi este ano deu para perceber que tenho muito trabalho pela frente, por isso quero ir cedo para a Europa e me preparar desde o início", explica.
Enquanto fica no Brasil, o piloto mineiro estuda a possibilidade de participar de algumas provas do Campeonato Brasileiro de Motocross. "Este ano ainda tem a etapa de Cianorte, no Paraná, e a de Minas Gerais. Estou estudando a minha participação nestas provas, pois ainda estou me recuperando de contusão e, minha prioridade é o ano de 2006", explica.
Temporada de 2005 A temporada de 2005 foi especial na carreira do piloto Antônio Jorge Balbi Júnior. Em um mesmo ano, o atleta passou pela maior alegria de sua vida ao disputar os dois principais campeonatos do mundo - o americano e o mundial de motocross. Foi também um ano de muitas dificuldades devido à séria contusão que o atleta sofreu quando corria em abril, nos Estados Unidos.
No exterior, Balbi fez história. Foi o primeiro piloto brasileiro a pontuar em uma corrida no AMA Motocross e Supercross e o primeiro a assinar um contrato com uma equipe de ponta para correr o Campeonato Mundial, onde disputou as etapas da Bélgica, Inglaterra, Alemanha, França e Holanda. Além disso, conseguiu a quarta colocação em uma etapa do italiano, quando liderava até a última volta e sofreu uma queda que lhe custou três posições.
O que mais impressionou Balbi, entretanto, foi o nível dos pilotos que disputam o Mundial. "Lá nos Estados Unidos, tinha dia em que o Carmichael (Ricky, quinze vezes campeão do AMA Motocross) punha cinco segundos no vice-líder. No Mundial, se você tomar cinco segundos do primeiro corre o risco de não se classificar entre os trinta. O nível lá é muito parelho", explicou.
As pistas também foram outro aspecto que chamaram bastante a atenção do piloto. "As pistas do Mundial são muito diferentes. Os circuitos são muito mais travados e técnicos, exigindo muito mais habilidade. Além do mais, na Europa chove muito e eu disputei muitas provas com chuva, que é algo que eu não estou acostumado. Isso tudo sem contar que era a primeira vez que eu via as pistas ONDEe tem piloto que já corre nelas há oito, nove anos", contou.
Expectativas para 2006 Com um ano de experiência na Europa e totalmente recuperado da contusão, Balbi acredita que pode realizar uma temporada ainda melhor em 2006. Ele pretende quebrar novos recordes e colocar o nome do Brasil em destaque no cenário mundial de Motocross.
"Segundo os médicos eu não deveria nem ter corrido em 2005. O correto era que eu ficasse apenas me recuperando da contusão para voltar em 2006. Mas, como eu consegui o patrocínio da Vaz, preferi arriscar e acho que fiz o certo pois este ano de experiência será fundamental na temporada que vem", comentou o piloto.
Ciente do longo trabalho que terá pela frente, o mineiro já tem todo o planejamento para a próxima temporada traçado. Quando voltar para a Europa, em novembro, ele deve ir treinar na Bélgica ou na Holanda e, a partir de janeiro, deve começar a competir nas provas de preparação para o Mundial. "Na Bélgica ou Holanda consigo encontrar todos os tipos de pista e de traçado, o que favorece muito o treinamento. Na Bélgica, por exemplo, é impressionante a popularidade do motocross. É como se fosse o futebol aqui", diz o piloto, que retorna ao Brasil mais completo e com muito mais experiência depois da vitoriosa temporada na Europa.
João Perocco