Klever Kolberg e André Azevedo, da Petrobras Lubrax, correm desde 1988 A loucura de dois jovens deu certo. Em 1988, Klever Kolberg e André Azevedo tinham 24 e 27 anos e mal tinham dinheiro para competir no enduro paulista de motociclismo. Mesmo assim puseram na cabeça que dava para correr o Paris-Dakar. Quase zerados de patrocínio, até venderam seus carros para fechar a fatura, embarcaram para a Europa sem um pneu reserva sequer e foram pegar as Yamahas Teneré que usariam no rali só dois dias antes da largada. "Foi uma inconseqüência, nem tivemos tempo de treinar na terra e fomos mesmo assim, levando na garupa saco de dormir, remédios, ferramentas, tudo. Foi perigosíssimo", lembra Kolberg. "Mas a grande vitória foi largar". E foi mesmo. Daí pra frente a coisa deslanchou. A equipe Petrobras Lubrax já acumula 18 pódios, sendo seis primeiros lugares em categorias. Hoje esses mesmos pilotos, que nem pneu extra tinham, desembarcam na Europa com status de favoritos, correndo sempre no pelotão de frente da prova.
A trilha aberta por Kolberg e André Azevedo gerou frutos, o número de brasileiros vem crescendo, e será recorde em 2007. Dia 6 de janeiro em Lisboa, oito pilotos nascidos no Brasil vão acelerar fundo na esperança de, ao menos, chegar nas praias do Senegal, em Dakar, 16 dias depois. Entre as motos serão quatro competidores: o favorito é Jean Azevedo (equipe Petrobras Lubrax), irmão de André, em sua oitava participação. Largam ainda os estreantes no Dakar Dimas Mattos, Carlos Ambrósio e Silvio de Barros, da equipe ASW Brasil de Rally. Entre os caminhões, André Azevedo segue como nosso único representante, ao lado do navegador Maykel Justo e do mecânico tcheco Mira Matinec.
Entre os carros, a promessa é de briga boa. Kolberg, da Petrobras Lubrax, tem a vantagem de duas décadas de experiência no deserto e o eficiente navegador Eduardo Bampi a seu lado, mas terá pela frente dois pilotos fortes: Paulo Nobre, o Palmeirinha, correrá pela equipe BMW, em sua 2ª participação. E o piloto Riamburgo Ximenes estréia no deserto a bordo de uma Mitsubishi Pajero. Apesar da experiência maior de Kolberg, Palmeirinha tem uma estrutura muito forte de apoio. E Riamburgo, que nasceu Ceará, vive entre as dunas desde criança e não deve se assustar com o Saara.
Enfim, esse 20º Dakar do Brasil será disputadíssimo entre os próprios brasileiros, bem ao estilo da mais famosa e difícil prova off-road do mundo. A largada em Lisboa será dia 6 de janeiro e a prova terá 16 dias, sendo 14 etapas e uma final especial no último dia, 21 de janeiro, nas praias de Dakar. No total serão 8.696 quilômetros cruzando seis países: Portugal, Espanha, Marrocos, Mauritânia, Mali e Senegal.
E o site da equipe Petrobras Lubrax vai acompanhar cada detalhe da prova, dia a dia, ao vivo do deserto, publicando todas as notícias e fotos da prova em tempo real, não ficando restrita aos pilotos do time. Basta acessar
www.parisdakar.com.br .