Sueco faleceu ontem por problemas de saúde
Redação MotoX.com.br: Lucidio Arruda - Foto: Pascal Haudiquert

O bicampeão mundial de Motocross Hakan "Carla" Carlqvist faleceu na noite de ontem, vítima de problemas de saúde. O piloto sueco conquistou títulos mundiais em 1979, na classe 250, com Husqvarna e 1983, na 500, com Yamaha.


Carismático, temperamental e impulsivo, Carlqvist é reconhecido como um dos maiores nomes do esporte a motor na Suécia. Começou no Motocross aos 16 anos e durante muito tempo dividiu sua paixão com o hockey no gelo. Desenvolveu as duas carreiras em paralelo durante cinco anos, algo inimaginável nos dias de hoje. Em 1977 profissionalizou-se definitivamente no Motocross, abandonando o hockey, quando a Husqvarna lhe ofereceu um contrato de fábrica. O título com a marca veio dois anos depois.

Após sofrer uma grave fratura na perna, ainda em 1977, Carla recomeçou a carreira apenas com apoio de moto e peças em 1978, ano em que completou o campeonato mundial em sétimo. Com a confiança e o status de piloto de fábrica recuperados, dominou o mundial de 1979 com vitórias em 14 das 24 baterias disputadas.

O restante de sua carreira misturou altos e baixos, incluído várias lesões, mas o espírito viking se sobressaiu e ele conquistou pela Yamaha seu segundo título mundial na categoria 500 em 1983.

Uma das passagens mais marcantes de Carlqvist ocorreu na sua última vitória em GPs, no legendário circuito de Namur, Bélgica. Correndo como piloto privado com uma Kawasaki preparou e executou a perfeita vitória de despedida. Montou seu box no meio do bosque, longe das equipes principais na esplanada e durante os treinos seu mecânico cronometrou seus tempos neste ponto no meio da pista. Antes das corridas naquele GP, Carlqvist nunca deu uma volta rápida completa no padrão oficial da pista, mas sabia que estava muito mais rápido que seus oponentes.

Na primeira bateria, com quase 50 segundos de vantagem, parou no ponto combinado com seu irmão para um golinho de cerveja na última volta! Algo que nunca poderia fazer como piloto de fábrica. Carlqvist venceu as duas baterias da etapa.