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Dimas Mattos: "Não tem como não chorar dentro do capacete."
Publicado em: 26/01/2012

Brasileiro relata as emoções e dificuldades do Rally Dakar 2012, que foi considerado o mais complicado da década
Redação MotoX.com.br - Fotos: Divulgação


Dimas Mattos na emoção da chegada do Dakar, em Lima, no Peru

A experiência no Rally Dakar é algo sem comparação, segundo pilotos que já disputaram a maior prova off-road do Mundo. Entre os brasileiros que já aceitaram esse desafio, o paulista Dimas Mattos é um dos que tem algumas participações na competição. Em algumas delas, não conseguiu concluir todo o percurso, obviamente, pela dificuldade e imprevistos que uma prova assim pode trazer, mas desta vez, Dimas cruzou a linha de chegada em Lima, no Peru, um feito que todos competidores desejam alcançar.

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"Estou muito feliz por ter completado este Dakar, pois sempre foi um grande sonho. Ainda mais em um rali tão difícil no qual metade dos pilotos ficou pelo caminho", comemorou em declaração após sua chegada ao Brasil.


O veterano paulista comemorando o feito ao lado de Felipe Zanol e dos integrantes da equipe Brasil Moto Tour

O desafio que este ano passou por três países da América do Sul - Argentina, Chile e Peru - já era esperado com grande dificuldade pelo paulista. "Antes da prova, tinha uma idéia de que a maior dificuldade seria a grande quilometragem, mas fui descobrir que o desafio estava na dificuldade do terreno. O primeiro dia que achei que seria cansativo devido aos 800 quilômetros de deslocamento foi moleza perto do segundo, terceiro e quarto dia de prova. Andávamos muito tempo dentro de leitos de rio seco aos pés da Cordilheira dos Andes. Era um verdadeiro trial!", relatou.

Dimas, que está bastante acostumado com o terreno do Nordeste do Brasil, se sentiu melhor quando teve que enfrentar as dunas do Chile. "Para mim, o alívio veio quando entramos nas regiões das dunas do Chile, pois adoro dunas e me diverti bastante, mas teve gente que sofreu lá também. No dia de descanso em Copiapó, o helicóptero trouxe várias motos que dormiram no deserto. No Peru, onde achávamos que pelas quilometragens menores seria mais tranquilo, as dunas eram diferentes das do Chile, eram mais moles e com mais ‘panelas’. Porém, as dificuldades maiores estavam nos intermináveis trechos de ‘fesh-fesh’ (ndr: tipo de areia muito fina), alguns com até meio metro de talco com várias pedras escondidas", descreveu Dimas.


"Para mim, o alívio veio quando entramos nas regiões das dunas do Chile, pois adoro dunas e me diverti bastante, mas teve gente que sofreu lá também".

O Peru, que entrou no roteiro da competição este ano, foi o responsável por várias outras surpresas capazes de desafiar os mais experientes pilotos, segundo Dimas. "Havia um trecho que apelidamos de Inferno. Era uma descida de uns 200 metros super inclinada, de fesh fesh. Eu freava tudo com a traseira da moto, mas ela só ganhava velocidade. Sem enxergar nada, ia batendo nas pedras soltas e tentando desviar das motos caídas. Consegui despencar sem cair. Quanto acabou a descida, respirei aliviado, mas estava dentro de outro leito de rio seco, mais uma vez com fesh fesh e pedras dentro. Nesse momento deu pra imaginar como eu estava odiando o tal do fesh fesh. Foram dez quilômetros de sofrimento, pois a moto batia numa pedra e eu ia pro chão. A média foi de um tombo por quilômetro."

Mesmo já tendo participado do Dakar na África, Dimas concorda com os que elegeram este o rali mais difícil da década. "Na África, o Dakar era cansativo devido às longas quilometragens dos dias, mas fluía. Havia algumas zonas de dunas difíceis ou trechos de erva de camelo cansativas, mas não se compara com o que enfrentamos aqui. Se eles queriam manter a prova como uma aventura extrema, eles se superaram", opinou. "Chegar em Lima me deu uma alegria gigante. Os últimos quilômetros dentro da capital peruana, com milhares de pessoas acenando para nós foi emocionante. Não tem como não chorar dentro do capacete. Parabéns ao Felipe Zanol que fez uma prova fantástica. Parabéns ao Zé Hélio que soube administrar com perfeição sua corrida. Parabéns ao Deni Nascimento que apesar da dor no pulso reservou o início da prova para entender como ela era e dedicou a segunda metade para acelerar. Parabéns ao Ike Klaumann, ao Arndt Budweg e ao Vicente Benedicts pela coragem de enfrentar o desafio", concluiu Dimas citando todos os brasileiros que enfrentaram esta edição na categoria motos.


Dimas antes da largada, em Mar del Plata, na Argentina








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