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Kiko Cidade fala sobre as chances do Mundial de Motocross no Brasil
Publicado em: 24/08/2007
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Kiko Cidade - Presidente da Federação Catarinense de Motociclismo
Por: Redação MotoX - Fotos: Maurício Arruda - Colaborou: Gerson Coas

Confirmado: Brasil é candidato ao Mundial de Motocross MX1 e MX2  


Kiko Cidade
Recentemente divulgamos notícias de que o Brasil está prestes a ingressar novamente no cenário mundial do Motocross com grandes chances de sediar um GP já em 2008. Aproveitamos a etapa de Canelinha do Brasileiro de Motocross para conversar com o dirigente da FCM e saber como andam as negociações para trazer de volta ao país, depois de 7 anos, os melhores pilotos do mundo.

O catarinense Onílio Cidade Filho, o Kiko, é uma das figuras mais conhecidas e respeitadas no motociclismo nacional, sobretudo pela forma profissional e responsável com que tem conduzido a Federação Catarinense de Motociclismo. A frente da entidade pelo segundo período - o primeiro foi entre 1990 a 94 - retornou à presidência em 1998, quando também assumiu o cargo de vice-presidente da Confederação Brasileira de Motociclismo - CBM a convite do presidente Lincoln Miranda Duarte. Aos 48 anos Kiko Cidade está prestes a encarar mais um grande desafio, a realização da etapa do Mundial de Motocross em Santa Catarina.

Como surgiu a possibilidade de Canelinha sediar uma etapa do Mundial de Motocross e desde quando a FCM está trabalhando para trazer esse evento? 

Cidade - A possibilidade surgiu quando tomamos conhecimento que havia uma comissão da empresa que detém os direitos do Campeonato Mundial no Brasil vistoriando algumas pistas e fazendo reuniões com patrocinadores de peso para trazer a etapa do Mundial para o Brasil. Eles estavam aqui a pedido de alguns patrocinadores que tinham interesse no mercado brasileiro. Essa negociação já está acontecendo a cerca de 60 dias. 


O público de Canelinha está próximo de acompanhar o Mundial em 2008


No comunicado distribuído à imprensa pela Federação Catarinense de Motociclismo não há esclarecimento sobre quais categorias o Brasil receberá. O projeto é sediar uma etapa com as classes principais (MX1 e MX2)? 

Exatamente, o projeto é sediar as classes MX1 e MX2. É isso que está sendo negociado. Não houve nenhuma conversa no sentido de ser outra categoria a não ser essas, que é o que interessa para nós, a MX1 e a MX2.

Quais são as principais exigências da Youth Stream em termos de estrutura da pista, logística, televisão, etc? 

O que me chamou mais a atenção nas exigências é a infra-estrutura de parque de trabalho, área de imprensa, área de convidados e patrocinadores. A pista é uma coisa que eles deixaram claro que é fácil de receber as modificações. Nós já, mais ou menos, temos uma idéia do que fazer na pista e gostaríamos de aproveitar uma parte com uma topografia mais ideal, que é a parte mais ao fundo do Motódromo, que poderia trazer um efeito mais técnico para a pista, melhorando a plástica da prova e o show, com mais vôos e possibilidade de ultrapassagens. 

O caderno de encargos nós já recebemos e ele é bastante detalhado. Existem várias especificações e medidas, vários itens que devem ser observados e, eles deixaram bem claro que isso é fundamental. Naturalmente, nós temos que ter estacionamentos separados para equipes, patrocinadores, imprensa e público. Enfim, uma estrutura condizente com uma etapa de mundial. 



O italiano Frederico Carli (à esquerda) em visita ao Motódromo Arthur Jachovicz - foto: Cláudio Silva




 "A organização está encarregada de trazer 100 jornalistas de todo o mundo para essa etapa e, naturalmente, isso tem um poder de mídia muito grande."
Qual o prazo para uma resposta definitiva da Empresa sobre a prova em 2008? 

Quanto ao prazo é 31 de agosto. Até essa data o Brasil deve dizer sim ou não para a empresa que detêm os direitos, para que nos dias 22 e 23 de setembro, quando acontece em Budds Creek, Maryland (USA) a etapa do Motocross das Nações, seja anunciado oficialmente pela FIM o calendário definitivo do Mundial 2008, e aí esperamos que efetivamente o Brasil esteja dentro e torcemos que o Estado a receber a prova seja Santa Catarina.

Por quais alterações o Motódromo Arthur Jachovicz e a própria pista de Canelinha, passarão caso se confirme o evento? 

Caso consigamos confirmar a participação até o dia 31 de agosto, nós temos a previsão para a primeira quinzena de setembro da presença de um dirigente italiano, que é responsável pela parte técnica. Ele é a pessoa que vai nos dar um parecer dentro da sua visão da necessidade de mudanças. Levar a pista para a parte de trás foi uma sugestão minha, para aproveitar a parte da frente para box e deixar aquele vão central livre para fazer área de trabalho, de imprensa, patrocinadores e área VIP. As alterações são basicamente fundamentadas no caderno de encargos e isso, naturalmente, vai passar pelo crivo da Youth Stream, que é detentora dos direitos e da FIM. Posteriormente serão discutidas as alterações e nós iremos acatar e negociar, caso seja necessário, todos os requisitos impostos pela empresa. 


Presença das autoridades estaduais e municipais no Brasileiro de Motocross


A FCM tem uma boa relação com as autoridades locais, tanto que é comum a presença do governador, vice-governador, secretários de estado e deputados nos eventos em Canelinha, coisa que normalmente não acontece em outros estados. Qual a receita desse sucesso? Pelo que sabemos o Governo do Estado apóia totalmente a iniciativa de trazer o Mundial de Motocross para Santa Catarina. 

Essa relação foi construída ao longo do tempo. Dentro do grupo da FCM não existe ninguém ligado diretamente à política. Nós procuramos fazer a nossa parte e as autoridades, felizmente, têm olhado com bons olhos o trabalho desse grupo de pessoas que está à frente da Federação. 

Temos, satisfatoriamente, despertado a atenção dos políticos, tanto é que no ano de 2006 o próprio Governador Luiz Henrique da Silveira esteve presente na etapa do Brasileiro de MX em Canelinha, acompanhado do Secretário de Estado da Infra-estrutura Mauro Mariani. Neste ano, o Vice-governador, Sr. Leonel Pavan representou o Governo do Estado. Também estiveram no local o Secretário de Estado da Cultura, Turismo e Esporte, Sr. Gilmar Knaesel o Deputado Estadual José Natal, o Delegado Chefe da Polícia Civil Maurício José Eskudlark, representando a Secretaria de Estado de Segurança Pública, além das autoridades locais como o prefeito e vereadores. 

Nós estamos buscando nosso espaço dentro da política, porque sabemos que hoje, para se chegar a ter o apoio do Governo, é necessário mostrar um trabalho que tenha crédito e isso estamos conseguindo. Exemplo disso, é que no primeiro contato que tivemos, o Governo do Estado acenou positivamente para que a Federação pudesse trabalhar para trazer o mundial para Santa Catarina. Isso nos dá um respaldo muito bom para procurar confirmar essa etapa aqui para o nosso Estado. 


O circuito catarinense é um dos mais tradicionais do país e deve ser completamente reformado para a prova do mundial.



"Nós estamos buscando nosso espaço dentro da política, porque sabemos que hoje, para se chegar a ter o apoio do Governo, é necessário mostrar um trabalho que tenha crédito.."
E em relação à iniciativa privada, a Federação Catarinense já tem o apoio de empresas nesta empreitada? 

Para a nossa surpresa, assim que a notícia foi veiculada nos órgãos de imprensa tivemos a satisfação de já ter contatos de algumas empresas para checar a informação, se ela poderia ser confirmada. Isso nos deixou satisfeitos, porque dentro desse ramo existem várias empresas no Brasil que exportam para outros países e têm interesse em participar de um evento que vai ter repercussão e visibilidade mundial. O evento é muito forte e será transmitido para 116 países. 

A organização está encarregada de trazer 100 jornalistas de todo o mundo para essa etapa e, naturalmente, isso tem um poder de mídia muito grande, a visibilidade é total. Isso nos deu uma segurança maior, porque temos certeza de que se trata de um evento que requer recursos que não podem vir de uma fonte única. Temos que buscar junto aos órgãos públicos e à iniciativa privada o devido respaldo financeiro para poder bancar essa empreitada.

Quantos pilotos estrangeiros devem vir em cada categoria para a competição?
 
O que foi conversado até agora nas reuniões que tivemos é que devem vir 15 pilotos da MX1 e 15 da MX2. Além disso, serão cinco vagas para a América do Sul além de 10 pilotos do país sede.

Como serão selecionados os pilotos brasileiros?
 
Isso é uma coisa que ainda não foi determinada. Entendo que isso deve vir da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), que é a entidade que vai trabalhar com a FCM. Mas acredito que essa seleção deva ser muito democrática e busque as melhores colocações no ranking. Acho que o ranking brasileiro, numa situação dessas, tem que se observado para valorizar os pilotos que tem as melhores colocações.

Muito obrigado, estamos torcendo pelo sucesso das negociações e esperamos ansiosos o retorno dos melhores pilotos do mundo ao nosso país! 

Nós da FCM também estamos torcendo e trabalhando para que possamos concretizar esse sonho. 


Vamos torcer para em 2008 assistir aqui no Brasil as largadas das estrelas do Mundial de Motocross - foto: Max Zanzani.
  

    






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