Atlanta aponta os rumos para a segunda metade do campeonato. MXGP começa nesse sábado
Redação MotoX.com.br: Edu Erbs - Fotos: SupercrossLive / Cudby / Taglione / Milan / Haudiquert


Em frente a mais de 51 mil pessoas, Chad Reed provou mais uma vez que a maioria dos "experts" do nosso esporte, estão errados. O australiano de 32 anos de idade, mostrou novamente porque conquistou dois títulos da modalidade, e porque ainda merece o respeito e a atenção do público, vencendo a oitava etapa do campeonato com autoridade.

Veja também: Resultados, mais fotos e vídeos das corridas de Atlanta 1

Ryan Dungey não venceu a prova, mas a sua segunda posição lhe garantiu uma diferença de 25 pontos sobre Trey Canard, que chegou em terceiro lugar e acabou ultrapassando Ken Roczen na briga pelo campeonato, depois do alemão ter sofrido uma terrível queda na final.


Já na 250, Jeremy Martin parecia o piloto que vimos dominar o motocross no ano passado, com um estilo de pilotagem extremamente agressivo. Capitalizando nos erros dos oponentes, ele venceu a sua primeira prova neste ano, e a segunda de sua carreira nesta categoria.


O francês Marvin Musquin teve uma noite um pouco difícil. Depois de ser atingido por outro piloto em sua classificatória, teve que lutar duro para não entrar na repescagem. Durante a prova, a 15ª posição no gate de largada dificultou um pouco as coisas. Na disputa pela vitória Musquin também cometeu alguns erros, abrindo a porta para Martin vencer a prova. Acabou superando Justin Boggle, para assegurar a liderança na pontuação, com a segunda colocação.

Um grande destaque da noite ficou também por conta de Martin Davalos que foi o mais rápido do dia, venceu sua classificatória e liderou grande parte da prova, até que não conseguiu segurar a pressão dos outros competidores e acabou "jogando a ancora", lhe rendendo somente a quarta colocação.

A pista de Atlanta, na minha opinião foi um tanto simples, com algumas características que me lembraram a pista da semana passada em Dallas, com uma "parede" que quebrava o ritmo dos pilotos e um triplo na saída de uma curva, onde alguns pilotos das 250s tiveram dificuldades para transpor, gerando assim mais um ponto de ultrapassagem. A novidade da pista, foi a seção de costela dividida em duas pistas por blocos de espumas, mas claramente, quem ia por fora acabava perdendo bastante tempo, o que pra mim, não fez muito sentido.

Vídeo:



Ainda como algumas notas para esta semana, Weston Peick teve uma excelente prova, segurando Ryan Dungey por mais de seis voltas, mesmo depois de declarar esta semana que sofreu o rompimento do ligamento medial colateral do joelho em sua queda na largada de Dallas.


Falando em Peick, a JGR, assim como a Star Racing Yamaha, já revelou fotos dos gráficos retrô que usarão neste final de semana em Atlanta 2.

MXGP vai começar


Mudando um pouco de assunto... neste final de semana acontece a corrida de abertura do Mundial de Motocross no Catar. Mais do que nunca, os olhos de todos os fãs do motocross mundial estarão vidrados para a primeira batalha Cairoli x Villopoto, além da estreia de Gautier Paulin na HRC Honda, Max Nagl na Husqvarna e veteranos como Clement Desalle e Kevin Stribjos defendo a escuderia da Rockstar Suzuki.

Acompanhe em tempo real, nesta sexta, os resultados das baterias qualificatórias e, no sábado, os resultados das corridas através do link:
https://www.motox.com.br/liveresults/mundialmx/

Se me perguntassem a dois meses atrás, eu diria que RV2 estaria simplesmente cumprindo tabela nessa última etapa de sua carreira, e que assim como estamos vendo com Ken Roczen, o afastamento de Aldon Baker do seu programa também poderia vir a afetar um pouco a performance do piloto nesta temporada. Porém, apesar de que eu acho que esses comentários ainda são válidos de alguma forma, o que venho percebendo nas redes sociais, e falando com algumas pessoas da indústria americana, Villopoto está extremamente focado e bem preparado para a fase final de sua vida de atleta.


Se eu pudesse fazer previsões, eu jogava na loteria, mas como os meteorologistas estão sempre errados e ninguém fala nada, eu vou dar meus pitacos sobre temporada. Provavelmente em meados de agosto, de uma forma ou de outra, a grande parte dos meus leitores já terão esquecido, mas se eu estiver certo, eu usarei a frase..."como eu tinha previsto em meados de fevereiro deste ano...".

Vídeo:



Quando um piloto do calibre de Ryan Villopoto alinha no gate de largada, é impossível não contá-lo como um dos favoritos. Eu acredito que o piloto será o favorito para vencer a prova no Catar, primeiramente por ele ser o piloto mais experiente do circuito em provas com iluminação artificial e também pelo fato de ser uma prova fora da Europa, onde os outros pilotos não tem fácil acesso de treinos como determinadas pistas no velho continente. Sem dúvida alguma, eu acredito que as pistas de areia poderão ser o tendão de Aquiles dele, e mesmo que o calendário norte-americano seja mais longo que o do mundial, o fato das viagens mais distantes, em lugares remotos, a alimentação e a diferença de clima são fatores que podem a afetar sua performance durante a temporada.


Se tem alguém que sabe vencer campeonatos mundiais de motocross (além de Stefan Everts) é Antonio Cairoli. O siciliano não tem oito títulos à toa, e sabe o que tem que fazer pra vencer o campeonato. Mas eu acho que sua estratégia terá que mudar se ele quiser bater Ryan Villopoto. No ano passado Cairoli começou devagar, com Clement Desalle e Gaultier Paulin ameaçando a coroa do italiano, mas Tony nunca pareceu estar preocupado. Depois venceu algumas provas, e contou com erros e má sorte dos seus adversários para o campeonato cair no seu colo. Cairoli terá que usar um pouco da mágica que usou em 2013, quando depois de não terminar duas baterias na lama, o campeão foi imbatível na fase final, vencendo as seis últimas etapas. Além disso, o seu favoritismo nas provas de areia é claro, e com a sua experiência nas pistas por onde o campeonato passa, Toni, do meu ponto de vista, ainda seria favorito ao título 2015.


Nota triste

Essa semana o motocross brasileiro sofreu outra perda, com a carta da Romagnolli Promoções e Eventos anunciando o cancelamento da etapa brasileira do Campeonato Mundial de Motocross em Goiás. Mais uma vez, o Brasil, e o motocross brasileiro, são motivo de lamento e vexame para os fãs do mundo todo e a declaração da Youthstream, que está em negociação com a CBM - que possivelmente vai salvar o evento -, aos meus olhos é somente mais uma ação política feita pelo nosso presidente e, novamente, vai acabar em pizza!

Frase da Semana
"The Best way to move forward is to let go of the people holding you back".