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Rodrigo Selhorst - Campeão Brasileiro MX2 2008
Publicado em: 16/10/2008
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Rondoniense chegou ao primeiro título nacional de motocross
Texto e fotos: Maurício Arruda


Rodrigo Selhorst


"Não foi fácil chegar ao primeiro título nacional. Esse ano encontrei o equilíbrio e deu muito certo"
Pilotando no circuito nacional de motocross desde 1999 o rondoniense Rodrigo Selhorst chegou ao primeiro título brasileiro nesta temporada. Este atleta de 22 anos, aparência tranquila e fala mansa, foi o grande destaque da categoria MX2 no campeonato nacional de motocross de 2008.

Sem contrato no início do ano, Selhorst chegou a anunciar sua retirada da competição, mas acabou mudando de idéia com a proposta da equipe KTM Oásis. Deixou então seu Estado de origem e partiu rumo ao Paraná para o início de um novo trabalho que resultou na conquista inédita em sua carreira. Confira o que diz o novo campeão brasileiro de motocross MX2.

MotoX: Parabéns pela conquista do Campeonato Brasileiro de Motocross MX2. Quantos anos de trabalho e dedicação ao esporte para chegar ao primeiro título nacional?

Muito obrigado e muito obrigado pela oportunidade. Não foi fácil chegar ao primeiro título nacional. Piloto desde os 9 anos de idade (hoje Selhorst tem 22), e este foi minha décima temporada participando do Campeonato Brasileiro. Algumas vezes foi por muito pouco, outras vezes passei longe do título. Mas esse ano encontrei o equilíbrio e deu muito certo. 


Na etapa final, já com o título garantido, mais uma vitória


"Fiquei bastante ansioso quando soube que andaria de KTM"
MotoX: Este ano você assinou com uma nova equipe, a KTM Oásis, um time privado que está ganhando cada vez mais respeito e espaço no circuito nacional. Qual a importância desta mudança para o seu desempenho na temporada, isto lhe trouxe nova motivação?
 

Certamente me trouxe bastante motivação, desde quando cheguei dos Estados Unidos (onde Selhorst fez a pré-temporada) vejo que o trabalho por aqui é muito profissional. Minha única preocupação é subir em cima da moto e fazer o melhor que sei.

MotoX: Sua moto hoje é um modelo europeu e você até então sempre competiu com motos japonesas. Você sente diferenças significativas entre os equipamentos? Destaque os pontos positivos e negativos em relação a concorrência. 

Na verdade fiquei bastante ansioso quando soube que iríamos andar de KTM, ainda mais depois que metade da minha pré-temporada foi feita com uma moto japonesa. Encarei como mais um desafio e desde a primeira volta me senti super a vontade.
Gosto muito do motor e dos freios! Ainda nao consegui achar um ponto negativo.


"Somos muito unidos (na equipe). As vezes nem preciso falar qual é o problema e no dia seguinte está tudo resolvido. Me sinto seguro"


Em Cachoeiro de Itapemirim (ES) a confirmação do título antecipado
MotoX: Na equipe Óasis KTM você parece estar totalmente integrado e competindo satisfeito, mas isto exigiu grandes mudanças na sua vida como deixar seu Estado (Rodrigo é de Rondônia e agora mora no Paraná). Quais as maiores dificuldades que você enfrentou em virtude disto?
 
Com certeza, aqui somos muito unidos. As vezes nem preciso falar qual é o problema e no dia seguinte está tudo resolvido. Me sinto seguro aqui, por isso e por outro motivos não achei dificudades por aqui. É claro, da cidade onde eu nasci, minha família e amigos sinto saudades.


MotoX: Antes do início do campeonato você chegou a afirmar que não competeria no circuito nacional, pois estava sem equipe. Fale um pouco da estrutura da equipe, quando surgiu o convite e você decidiu que permaneceria competindo profissionalmente? 

É verdade, Rondônia fica muito longe dos grandes centros de competições. Depois de tudo o que aconteceu estava achando o esporte muito injusto (após terminar a temporada passada em terceiro, Selhorst estava sem nenhum contrato para este ano) e por isso aquela decisão. Mas logo depois disso o Marcelo (Silvério) e o Clóvis (Castello) acreditaram em mim e hoje somos campeões brasileiros. É claro, meu pais sempre acreditaram também. 


"O Marcelo (Silvério) e o Clóvis (Castello) acreditaram em mim e hoje somos campeões brasileiros"


"O motocross em Rondônia é o esporte número 1"
MotoX: Você passou um período no exterior fazendo sua pré-temporada, conte-nos como foi e qual a importância do intercâmbio para a evolução de um piloto? 

Foi uma experiência única, cheguei no dia 6 de janeiro e vim embora no final de fevereiro. Contei com a experiência do Balbi e do Max. Eles me ajudaram muito não só na parte profissional como na parte pessoal. A gente se revezava, pois Balbi estava treinando para o supercross e eu para o motocross, então de manhã ia no treino de supercross com ele e a tarde ele ia no meu treino de motocross. Nesses treinos de manhã encontrei pilotos que eu só via por tv ou revistas treinando na minha frente. Ficava impressionado.

MotoX: Falando em intercâmbio, este ano o Brasil sediou as duas etapas do Latino-Americano de Motocross MX2 e os brasileiros dominaram completamente a competição, exemplo disto é que você, como em 2007, foi mais uma vez o vice-campeão, enquanto o até então campeão Humberto Martin (da Venezuela) ficou longe da disputa pelo título. Isto é apenas o reflexo da evolução de nossos pilotos ou tem algo mais? 

Vejo que estamos evoluindo bastante. O Latino e o Brasileiro de Motocross foram campeonatos muito disputados. O algo mais que vejo é a evolução das equipes. Hoje temos KTM Oásis, Pro Tork, Dunas Yamaha, Honda, Suzuki. Não é mais como antigamente que só tinha uma equipe. Então não é só sentar na moto e acelerar, tem todo um trabalho em volta disso. 


Pelo segundo ano consecutivo, Selhorst foi vice-campeão Latino-Americano


"Hoje temos KTM Oásis, Pro Tork, Dunas Yamaha, Honda, Suzuki. Não é mais como antigamente que só tinha uma equipe"
MotoX: Vimos um enorme público em Rondônia na etapa decisiva da competição. Qual a fórmula para que o motocross atraia tanta gente no Estado?
 

O motocross em Rondônia é o esporte número 1. Pessoas que tem amor ao esporte fazem coisas com competência. 

MotoX: Seu pai (Reinaldo Selhorst) é presidente da Federação de Motociclismo de Rondônia e o maior responsável pela realização da final do Latino. Durante a prova rondoniense ele destacou que uma das principais formas para o crescimento do esporte no futuro é o relacionamento do motociclismo com a ecologia. Como é este projeto e como isto pode colaborar para o crescimento do motociclismo? 

É verdade, desde o começo dos anos noventa ele traz alguma prova de nome para Rondônia, digo assim porque todos sabemos que não é fácil fazer uma corrida lá, existe a distância e etc. Acho muito importante esse relacionamento com a ecologia, afinal a Amazônia é o coração do nosso planeta!


MotoX: Apesar de bastante jovem você já tem uma filha e por causa do calendário acaba passando muito tempo longe da família durante o ano. Como é seu dia a dia e como você lida com a distância de seus familiares? 

É, isso não é fácil, mas a Isabella mora com meus pais e sei que ela está em boas mãos. Estou sempre conversando com ela, sempre querendo novidades do dia a dia dela, como se eu estivesse lá. Quando estou em casa (Rondônia) fico grudado até ela me falar que quer brincar com as amiguinhas dela (risos). Meu dia a dia aqui em Curitiba é bastante agitado. Sempre fui acostumado a ficar sozinho, pois desde de pequeno estou sempre viajando para corridas. Mas saudade é uma coisa que não tem explicação. 


"Sempre fui acostumado a ficar sozinho, pois desde de pequeno estou sempre viajando para corridas"


Durante disputa com Ratinho na etapa de Sorriso, MT
MotoX: Voltando ao brasileiro, você teve como maior adversário na disputa pelo título o piloto Marcello Ratinho. Qual o ponto que você destaca em seu concorrente e em que momento você se sentiu mais forte que ele na disputa?

O Ratinho é um piloto muito competitivo e um dos melhores do país. A corrida de Sorriso (MT) foi umas das mais difíceis da minha vida pois estava um calor absurdo e brigamos durante a corrida inteira, digo inteira mesmo, no final consegui a vitória por 5 segundos. 

MotoX: Antes do brasileiro quais outros resultados importantes você destaca? 

Fui 13 vezes campeão rondoniense, campeão da Copa Norte, vice-campeão brasileiro de 80cc (2000) e duas vezes vice-campeão latino-americano MX2. 

MotoX: Ano que vem você competirá na categoria MX1, sem dúvida uma grande mudança e que lhe trará um confronto com novos concorrentes. Você já faz um trabalho de adaptação para esta nova fase da carreira? 

Estou bastante ansioso para competir somente na MX1. Terei que deixar a MX2 que eu tanto gosto (risos). Mas já estamos visando a temporada 2009. Preciso ganhar 4kg de massa e já encaramos um trabalho para isso. 


"Estou bastante ansioso para competir somente na MX1. Terei que deixar a MX2 que eu tanto gosto (risos)"


Comemorando o título com Clóvis Castello
MotoX: No Supercross sua equipe lidera novamente o campeonato da categoria SX2, desta vez com seu novo companheiro, o mineiro Swian Zanoni, piloto radicado no Rio de Janeiro. Vocês chegam a treinar juntos e trocar informações? Como está sendo sua participação na modalidade?
 

Está sendo muito legal, Swian é uma grande pessoa e estou aprendendo com ele. Estamos sempre treinando juntos e trocando informações. Minha participação não está do jeito que eu quero, na primeira etapa caí no comeco da corrida e minha moto demorou pra pegar, quando pegou estava em décimo e finalizei em terceiro. 

Já na segunda etapa foi desastroso, me derrubaram na largada, depois caí sozinho na segunda volta, faltando duas voltas me enrosquei com um piloto e demorei pra voltar. No final ainda tomei uma penalização de 20 segundos. Mas estamos trabalhando muito para conseguir bons resultados, sigo o exemplo do motocross onde não comecei bem e fomos campeões antecipados. 

MotoX: Obrigado pela entrevista e parabéns mais uma vez.

Muito obrigado pela entrevista e o reconhecimento. Queria agradecer meus patrocinadores, KTM Oásis, Brasil Racing, Dash e R2 meus pais Reinaldo e Catia, ao Clóvis e o Marcelo, meu mecânico Nicola, meus amigos Roni e Djay, meu preparador fisico Everton Rodrigo, ao Fabiano e a todos que torcem por mim. Muito obrigado.


Rodrigo Selhorst é patrocinado por KTM Oásis, Brasil Racing, Dash e R2






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