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Rally dos Sertões
Publicado em: 06/09/2007
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Rally dos Sertões - Por dentro das equipes técnicas 
Por: Marlon Olsen - Fotos: Donizetti Castilho / Vipcomm


Marlon Olsen
Gostaria de passar a todos, um breve relato sobre a minha primeira experiência no Rally dos Sertões, onde participei na organização da prova, na "Equipe Técnica", que é composta de 27 camionetes L-200 equipadas com rádio e GPS, e 90 integrantes voluntários de diferentes regiões do país. Eram 3 equipes técnicas, A, B e C, com 9 carros e 30 membros em cada uma delas, que tinham a missão de assegurar que nenhum veículo a motor ou de tração animal, entrasse na rota do Rally durante a realização de cada especial (trecho válido para somatória dos tempos dos pilotos).

Os membros das equipes técnicas são sempre os primeiros a chegar e os últimos a sair dos trechos onde passam o Rally, geralmente chegando ao trecho antes das 6 horas da manhã, isso quando não chegam durante à noite e montam suas barracas no local. Se tudo der certo, eles saem do local após as 8 horas da noite, direto para o deslocamento do próximo trecho, que pode chegar à 600 Km numa noite.

O trabalho é cansativo e de imensa responsabilidade, onde um erro pode resultar em um acidente de grandes proporções. Os integrantes das equipes técnicas são verdadeiros heróis anônimos, pois com o seu trabalho e dedicação garantem a segurança de todos os competidores do Rally e dos moradores locais.

Não raramente os integrantes das equipes se vêem em situações realmente complicadas, com imprevistos no deslocamento, horários apertados ou com pessoas ou multidões de pessoas que querem entrar na rota do Rally a qualquer custo. Essas pessoas são convencidas pelas equipes técnicas a esperar até a passagem do último participante. As vezes as equipes são obrigadas a agir de forma mais enérgica para garantir a segurança de todos. Nessas situações elas contam com o apoio dos dois aviões e helicópteros da organização, que além de dar suporte as equipes em terra, servem de repetidoras dos rádios das equipes técnicas, apoio e competidores. 


Uma das funções das equipes técnicas é garantir a segurança dos competidores e comunidade local. - foto: Douglass Fagundes

Na maioria das cidades, o Rally é esperado com muita festa pelos habitantes locais, que se aglomeram ao lado da estrada para ver as motos, carros, e caminhões passarem.


Cyril Despress foi uma das estrelas internacionais a participar do Rally do Sertões
Com direito a banda de música, torcida e discurso das autoridades municipais. Isso se deve principalmente ao trabalho social feito por uma equipe de voluntários do Rally. Sem contar com os médicos que integram as equipes técnicas, que além de atender aos competidores e o pessoal da organização, acabam realizando um atendimento e outro nas localidades por onde passam.

Sempre tive a curiosidade de conhecer o Rally de dentro, pois devido a sua estrutura, o Rally dos Sertões é
considerado hoje o 2º maior do mundo, perdendo apenas para o Paris Dakar. Por esse motivo ele atrai um número cada vez maior de participantes, que são empresários, profissionais liberais, ex-pilotos de motocross, enduro, e pilotos de automobilismo em geral.

Entre os participante, tínhamos os pilotos Ingo Hofmann, Guido Salvini (ex-motocross), o chileno Francisco Lopez (ex-motocross) e dois pilotos portugueses que também eram pilotos de motocross em seus países. Todos atraídos pela incrível sensação de liberdade e competitividade que o Rally proporciona. 


Um bom conselho aos pilotos de motocross que pensam em competir nesse tipo de evento, é não pensar em resultado na primeira vez que forem participar, pois a realidade do Rally é bem diferente dos circuitos fechados onde os riscos são calculados. Deve-se aprimorar a sua técnica de pilotagem em trilhas e aprender a se localizar através das planilhas e GPS, pois é fundamental você saber para onde ir e a hora que precisa mudar de direção, onde cada erro de percurso influência diretamente no seu resultado e na sua segurança.

Quem faz o perigo em uma competição como o Rally é o próprio piloto, pois ele tem a opção de andar dentro do seu limite ou fora dele. Para quem irá iniciar em uma prova dessas o mais importante é chegar, pois respeitando as suas limitações nesse tipo de prova, com certeza você terá um futuro mais longo e promissor na modalidade.

Agradeço a Deus por ter guardado todos durante o evento, a Dunas pela oportunidade em participar, ao Carlos Caporali (líder da equipe técnica C), e a todos os amigos que fiz durante o Rally, principalmente o pessoal do Caipiras Moto Clube de Piracicaba (SP), pela sua dedicação, competência e amizade. 
       
Marlon Olsen
47-88190777
marlonolsen@hotmail.com  
Marlon Olsen é presidente da ABPMX -
Associação Brasileira de Pilotos de Motocross
        






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